02/05/2017
Nesta matéria apresentaremos Catas Altas da Noruega, com nome pomposo que não pode ser simplificado ou reduzido, para não confundir com outra cidade mineira de nome Catas Altas.
Catas Altas da Noruega está localizada ao sul de Belo horizonte, da qual dista cerca de 140kms trafegando pela BR 040, até Conselheiro Lafaiete, e depois pela BR 482 até o município.
A história conta que a cidade provém das primeiras civilizações urbanas de Minas Gerais, atraídas pela principal riqueza da terra: o ouro. Povoada a partir do ano de 1690 por bandeirantes, hoje tem uma população que mal chega a 4mil habitantes.
A origem do nome está atrelado a cata fácil de ouro na região, que era encontrado até nas raízes das plantas mais simples, dispensando artifícios de garimpos que não o simples “catar no chão”.
Assim sendo, a junção do garimpo de “Catas Altas” com o garimpo de “Noruega” gerou o nome atual do município, que na época pertencia a Vila Rica (Ouro Preto), depois a Conselheiro Lafaiete, vindo a emancipar-se definitivamente em 1º de março de 1963.
Para quem quiser conhecer melhor a fascinante história desse município, sugerimos uma visita ao Museu e Arquivo Histórico Memorial Padre Luiz Gonzaga Pinheiro, localizado na parte baixa da cidade, num casarão centenário de pedra, madeira e pau-a-pique. Visitas de terça a domingo das 10h as 17h.
Nesta viagem à Catas Altas da Noruega partimos de Ouro Preto e seguimos por terra, por cerca de 25km a partir da cidade de Santa Rita. Pilotamos entre dezenas de propriedades rurais e em alguns momentos entre enormes eucaliptos, numa manhã fria e cheia de neblina, o que fazia-nos lembrar a região europeia donde advém o nome da localidade.
A estradinha era bem cuidada, denunciando uso intenso entre as duas cidades e entre as inúmeras propriedades e comunidades existentes no percurso. Paramos um platô donde se poderia avistar ao longe, se a neblina não impedisse, e desfrutamos de uma bica d´água instalada junto a cerca por algum fazendeiro gentil.
Mesmo extasiados diante tanta beleza seguimos nosso trajeto. Porém, após outros kms rodados estancamos nos arredores da Comunidade Pirapetinga, numa bifurcação bem sinalizada. Nesse local está instalada a bonita e preservada Capela de Santo Inácio.
Como não poderia deixar de ser, aproveitamos para um dedo de prosa com um motociclista transeunte e, logo mais, atendendo ao motorista de uma pequena caminhonete que veio até nós para averiguar se alguma coisa tinha nos acontecido.
Bom lembrar que foi a esposa do motorista, como passageira do veículo, que insistiu com o marido para saber se estávamos bem. Mais uma vez aproveitamos da hospitalidade mineira e filamos um litro inteiro de leite fresquinho. Metade sorvido na hora e a outra metade momentos mais tarde.
Depois das despedidas como se fôssemos amigos de longos anos, seguimos cada um de nós os nossos destinos e em pouco tempo divisávamos a região urbana de Catas Altas da Noruega, seguindo então por ruas pavimentadas com “pé de moleque”.
Não foi difícil chegar ao centro da cidade, na sua parte mais alta, fazendo isso com pura intuição. Antes, porém, aproveitamos para um bom passeio pelos arredores da parte baixa, conhecendo o casario antigo, as praças e os monumentos.
O ápice da visita se deu na parte alta, na Igreja do Rosário dos Pretos, que põe fim a Avenida Nossa Senhora das Graças, instalada num imponente templo de torre central e cemitério aos fundos, coisa normal em Minas Gerais.
RODANDO EM CATAS ALTAS DA NORUEGA
Mais uma vez a hospitalidade mineira se fez presente e não pudemos deixar de puxar prosa com pessoas da localidade, curiosas para saber nossa origem e destino e o que fazíamos na cidade deles, tudo com aquele jeitinho cativante que só o mineiro tem.
Depois da tradicional “foto oficial” na cidade, desta vez clicada por nosso novo amigo, seguimos conhecendo as ruas da parte alta e logo mais deixamos a cidade, com destino a outras plagas das terras do triângulo vermelho.
O que mais ver:
Para quem desejar conhecer a cidade, bom saber que na região da comunidade do Jequitibá, bem próximo da capela de Santo Inácio por onde passamos pela estrada de terra, pode-se encontrar a Cachoeira “Água Limpa”, com área de camping, esportes e bar.
Na mesma comunidade está instalada também a Capela de N. S. dos Remédios, com características dos templos dos jesuítas e edificação bem preservada em suas características originais. Vale a pena ser conhecida.
Na parte intermediária da cidade a Matriz de São Gonçalo do Amarante se destaca pelos seus traços ao estilo dos jesuítas. Também convenientemente preservado, remete-nos ao período artístico dos anos “700” em Minas Gerais, no estilo barroco da primeira fase.
Se quiser ir mais a fundo na cidade é só visitar a comunidade Noruega, segundo berço do município e onde está sediada a Capela N. S. da Conceição, que também representa uma das suas primeiras edificações. O entorno da capela é formado por vales e montanhas, com trechos de matas preservadas.
E então? Quando vai achar aquele tempinho para conhecer essa maravilha de cidade e ainda ficar um pouco mais afinado com nossa história?
VEJA O PERCURSO QUE UTILIZAMOS
Depois dessa estadia em Catas Altas da Noruega, deixamos a localidade agora por estrada de bom asfalto, porém agora sob chuva fina, que veio coroar o fim de mais uma aventura por terras de Minas Gerais.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
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