Peça para a Diva! Há mais de 45 anos dona Diva comanda a maior e mais tradicional Pousada em pleno Parque do Petar, ultimamente com a ajuda de seus oito filhos, que se revezam nas atividades diversas.
COMO CHEGAR
O bairro de Serra fica exatamente a meio caminho entre as cidades de Apiaí e Iporanga. São cerca de 23 km de distância de cada um desses dois lugares, longe de lojas, supermercados e burburinho das grandes cidades, etc. A vida por lá é bastante simples e só os turistas trazem novidades à localidade.
Chegar até lá é só para os fortes e os determinados. O Turismo local é de aventura de todos os níveis. Fora esses aventureiros de plantão, a região recebe inúmeros estudiosos do Brasil e do mundo. Espeleólogos, ufólogos, geólogos e um monte de “ólogos” mais circundam o local em busca sabe-se lá de que. Não temos pretensão de filosofar sobre o Petar, mas mostrar suas belezas.
A Pousada da Diva se orgulha de ser considerada o “berço da espeleologia no Brasil”, já que há mais de 45 anos é referência à todos que desejam conhecer o PETAR, Iporanga ou Apiaí. As acomodações são rústicas, típicas para esse tipo de hóspede aventureiro e abriga mais de 150 pessoas em suas diversas acomodações. De inúmeras Universidades de todo o Brasil vem hospedes ávidos por aventura.
A CAMINHO DA DIVA
A INFRAESTRUTURA
A infraestrutura é muito boa, mas a maior parte das acomodações são feitas para grupos de até dez pessoas. Poucas são as suítes para casais e de qualquer maneira é preciso reservar com antecedência. Diva dispõe de ampla sala de jogos, TV, discoteca, além de uma pequena loja de conveniência, artigos esportivos e aluguel de equipamentos.
É lá, ainda, que está instalada a maior empresa de ecoturismo da região: a “Agência de Passeios Parque Aventuras”, comandada pelo experiente Jura, que realmente “jura” que também vê as “luzes” de Iporanga. Com algum jeitinho pode-se tirar alguma informação dele.
Os principais hóspedes são pessoas em busca de esportes de aventura, grupos escolares (Educação Ambiental), famílias, amigos, exploradores, faculdades e pesquisadores do mundo todo. Hugo e Marion são estudantes franceses que conversaram conosco num “françoguês” inigualável. Vieram conhecer as cavernas que são assunto na França.
A pousada, na verdade, parece mais uma Vila dada a sua ampla área em aclive junto a montanha. Nela estão dispostos vários alojamentos cujas classificações recebem nomes das mais famosas cavernas do Petar. Muitos sanitários externos estão espalhados pelo local.
Quando lá estivemos para esta matéria a pousada estava lotada, com vários ônibus da Universidade Federal de Alfenas, de Minas Gerais. Não conseguimos uma suite individual mas, por outro lado, que desejar mais num paraíso natural daqueles?
Existem no local umas “Cabanas Glamping” absurdamente glamourosas, aconchegantes, climatizadas e, por assim dizer, exóticas. Ficam encravadas na mata e isoladas dos demais aposentos. São para os hóspedes VIP, ideais para lua-de-mel ou aqueles momentos mágicos de nossas vidas.
As acomodações na Diva tem um “quê” de diferente do que estamos acostumados. Lá temos que montar o “pacote completo”, incluindo quase todas as refeições, pois não há nada para comer a menos de 23 km dali.
Até que a distância poderia ser suportável, se o trajeto não fosse, em sua maioria, em trechos de terra, cascalho, buracos e no meio de vales e precipícios, em alguns lugares com espaço apenas para um veículo.
A “hora do rancho” é sagrada na Diva. Enquanto todos estão “fuçando” caverna abaixo, navegando no boia cross ou, ainda, “rapelando” nas encostas e cachoeiras, Diva, suas filhas e funcionárias estão temperando um franguinho aqui, preparando uma saladinha ali, cozinhando um feijão acolá.
As amplas mesas a “la taverna” dão conta da vocação aventureira do local. A comida? Simples, gostosa, variada e, principalmente, energética. É o que mais precisamos para dominar aquela verdadeira “selva de pedras e buracos”. Serve-se cerca de 80 pessoas ao mesmo tempo.
AVENTURAS NO PETAR
Os passeios às cavernas podem ser agendados lá mesmo. Não é possível aventurar-se nelas sem um guia credenciado. Quando contratamos um deles assinamos termos de compromisso de saúde, etc. Pura questão de segurança. Existem três níveis básicos de dificuldades. Confira essas dicas
Mas os preços são bem razoáveis e justos para com todos. Como exemplo da Caverna Santana, onde podem entrar apenas dois grupos de 8 pessoas num período de uma hora, é cobrado a quantia média de 25 reais por pessoa, já incluído o valor do ingresso no Parque, condução, estacionamento, etc.
O serviço de boia cross também parte do pátio da Diva. Dezenas de pessoas com imensas boias nas mãos são vistas a todo instante. O destino? O Rio Betari. O início do percurso é exatamente na frente da pousada. Um caminhão busca-os de tempos em tempos, rio abaixo.
Enfim: O PETAR esta localizado no sul do Estado de SP, nas cidades de Apiaí e Iporanga. Possui além das cavernas, dezenas de cachoeiras, trilhas, comunidades tradicionais e quilombolas, sítios arqueológicos, paleontológicos. É realmente um verdadeiro paraíso escondido entre vales e montanhas. – Conheça mais
BALADAS “CAVERNOSAS”
Em frente a Pousada da Diva há um pequeno núcleo comercial com a barraca de Pastel da Zeni e a de Caldo de Cana de seu vizinho. Eles se entendem bem: compra-se aqui, come-se ali e vice versa. A tradição de mais de 12 anos é o pastel de carne seca.
Até altas horas da noite pode-se curtir esses lugares, mas com uma sutil diferença. Como em sua esmagadora maioria de hóspedes são aventureiros, o consumo alcoólico nessas “baladas das cavernas” é bem moderado. Melhor assim, não atraem engraçadinhos para os perigos da estrada, principalmente durante a noite e com tempo ruim.
A POUSADA
Passar uma noite na Diva não tem preço, principalmente se você estiver de moto ou carro e puder dar uma fugidinha para os mirantes próximos. O entardecer e o amanhecer entre as nuvens cala-nos até a alma. É impossível descrever.
Admirar o amanhecer que descortina em frente da nossa suíte, no meio daquela selva inigualável, impressiona a qualquer um. A cada dia um novo espetáculo apresenta outras formas e cores. Nunca se repete.
Durante nossa estadia tomamos nossas refeições principais num ambiente “estudantil”, partilhando a “mesona” e comida farta com todos os demais. Não se consegue manter isolamento num lugar desses. Todos nós nos sentimos cúmplices da obra divina.
A única vez que nos alimentamos na Diva e não nos sentimos a vontade foi no dia de nossa partida. Que vontade de voltar para o “alojamento” e não sair mais…nunca mais daquele lugar.
Se você quiser conhecer a Diva, consequentemente o Paraíso do Petar, seja primeiro franco consigo mesmo e se pergunte: Sou capaz de viver em comunidade real? Tenho espírito de solidariedade? Tenho vontade de conhecer o infinito? Tenho aptidão física para adentrar nas cavernas? Não vou “amarelar”?
Não se iluda só porque faz academia ou pilota todos os dias. “Cavernar” é muito mais que só isso. Entramos em grupos de oito pessoas e em oito pessoas devemos sair… todas juntas. Um por todos e todos por um é o espírito predominante.
Há situações difíceis de serem enfrentadas no interior das cavernas e só um guia experimentado pode avaliar os riscos e achar soluções. Antes de se aventurar num “buraco” desses, vá conhecer a região antes, com humildade. A Diva estará de portas abertas para lhe fornecer tudo que precisa.
O RETORNO
Depois de algum tempo hospedado deixamos definitivamente o Petar para seguirmos nossa jornada rumo a segunda parte do nosso Projeto Serra do Rastro da Serpente, em direção à Curitiba. A manhã estava chuvosa e a Serra lindíssima. Acreditamos que esse trecho entre a Pousada da Diva e Apiaí, para a retomada do nosso projeto, foi o mais lindo e inusitado de nossas vidas.
Diva, nos aguarde! você não vai se livrar tão fácil de nós. Fomos!
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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