11/04/2017
A bordo da nova geração da Africa Twin, agora com 1000cc e fabricada também no Brasil, o Portal D Moto mostra as principais características do modelo para um mototurismo diferenciado.
Nada de tamanho volumoso, nada de eixo cardam e nada de itens desnecessários. A nova big trail da Honda é realmente enxuta em quase todos os aspectos. Quase, pois em tecnologia ela dá um banho de eficiência e… simplicidade.
Seu aspecto robusto pode intimidar até ao motociclista mais experiente, mas é só aparência. Pesando apenas 212 kg a seco é mais leve que a descontinuada Transalp, de 700cc, e proporciona ao condutor uma pilotagem extremamente prazerosa e suave.
Começamos o teste abaixando seu banco ao mínimo (850mm) de maneira bastante prática, usando apenas a chave de ignição e uma recolocação do banco com as mãos, sem qualquer dificuldade. Ponto positivo para aventureiros na faixa dos 1,70m de altura, como é nosso caso.
Depois de travarmos contato com todos os seus botões de comando, deixamos a concessionária da Japauto com a tão sonhada big trail, aproveitando o que ela tinha de melhor à nos mostrar
Montados em seu dorso quase não demos conta do poder de fogo dessa máquina, com seus muitos HP de potência. Nesse particular é bom saber que a moto montada no Brasil tem 90HP, contra 95HP das fabricadas no Japão. Porém, basta um simples ajuste no final do escape e olha os 5HP de volta.
Saindo pelas ruas movimentadas a sensação é de estarmos numa moto de bem menos cilindradas, dado a facilidade de sua condução. No entanto, torcendo o acelerador as garras da nova Africa Twin não deixam dúvidas no ar sobre a que ela veio.
O modelo que deu início a saga desta lenda já teve seus méritos desde os anos de 1986/87, quando o piloto francês Cyril Neveau conquistou dois campeonatos do duríssimo Paris Dakar, boa parte disputado nas areias africanas, donde derivou seu nome.
A princípio com motor em “V” de 750cc, foi colocada no mercado em 1988 já mais domesticada, com motor de 650cc, mesmo assim conquistando todo o mundo com sua performance de moto aventureira. Em 2017 a lenda está de volta, desta vez com esse potente motor de 1000cc e com a sigla CRF1000L.
Não se pode refutar que a moto é sonho e pesadelo de muitos. Sonho, pois não há piloto aventureiro que não se impressione com essa máquina; Pesadelo, pois certamente serão poucos que poderão dispor de mais de R$ 66mil para levar a moto “pelada”, e R$ 77mil para o modelo adventure, já com cases top e laterais, cavalete central, proteção de motor e bolha mais alta.
Se há diferença de preços entre os modelos, a tecnologia de ambas é exatamente a mesma: motor de 2 cilindros paralelos de 999cc, seis marchas, controle de tração em 4 níveis, transmissão por corrente e freios abs comutável na traseira, tudo de série.
Porém, se compararmos o modelo nacional com o fabricado no Japão, veremos que em nossas terras o câmbio será no tradicional 1-2/3/4/5/6 na alavanca do pé esquerdo, enquanto na terra do sol nascente o modelo já tem a opção de cambio automático.
Em nosso teste pouco utilizamos a motocicleta na terra, mas a performance nesse piso foi de extraordinária maciez e segurança, que evidentemente seria melhorado com pneus apropriados, que não era o que usávamos.
Para testarmos o controle de tração uma mãozinha dos céus veio a calhar. Pequena chuva exigiu bastante da motocicleta em piso misturado aleatoriamente entre asfalto, grama, terra e paralelepípedos, e a moto nem sentiu as irregularidades do piso com o controle em seu nível máximo.
Nas mesmas condições, com o controle de tração desligado, deu para sentir a roda traseira querendo patinar na grama molhada e nos paralelepípedos, principalmente no momento das acelerações mais bruscas entre grossas raízes das árvores de nosso caminho.
Como a chuva ao invés de diminuir apertou mais ainda, aproveitamos a oportunidade para trafegar por pista de asfalto bastante escorregadia e a Estrada Parque, na região de Cabreúva/SP, foi o lugar escolhido.
E tome controle de tração trabalhando novamente. Como há dias não chovia na região, as águas caídas dos céus molhava a pista e fazia subir todo o óleo depositado pelos veículos na superfície do asfalto, tornando-o mais escorregadio que o normal.
Testamos os três tipos do controle de tração, mas decididamente não sentimos tanta diferença entre eles, razão pela qual somente mantivemos ligado o controle mais rígido. O resultado foi surpreendente, principalmente em frenagens sobre os tapetes de pétalas molhadas derrubadas pelo vento e pela chuva.
Acelerar na Africa Twin é um prazer a parte. A Moto responde rapidamente ao comando e em instantes conseguimos chegar a grandes velocidades. Por falar em velocidade, embora essa não seja a praia da motocicleta, percebemos que ela é dirigível com muita facilidade em velocidades mais altas, fruto da eficiência de sua semi-carenagem e bolha frontal
A fábrica atesta que a motocicleta consegue uma autonomia de até 400 km, numa média de 22km/l com seu tanque com capacidade para 18,8 litros de gasolina e somente uma viagem longa poderia aferir esse quesito.
Embora os candidatos a uma Africa Twin sejam os mesmos das BMWs e TRIUMPHs de 1200 e 800cc, Super Ténéré e KTM, o diferencial de condução é extremamente diferente, com um espírito espartano que com certeza se adaptará melhor aos pilotos mais exigentes nas performances que nos designs da motocicleta.
Como não poderia deixar de ser numa moto dessa envergadura, a roda dianteira calça pneu 90/90/21 e na traseira 150/70/18, todos com abs de série. Na roda dianteira são dois discos de 310mm com pinças radiais de quatro pistões, contra um simples de 256mm na roda traseira, que garantem a frenagem a todo custo.
Para a estabilidade da motocicleta as bengalas da suspensão dianteira são de alumínio e tem garfo invertido, com curso de 230mm reguláveis ao tipo de pilotagem. A traseira conta com um Pró-Link da Showa, com 220mm de curso e ajustes de pré-carga.
O comando quase total da motocicleta está em seu guidão e painel, esse último em LCD com todas suas luzes, inclusive os faróis, em led. No punho esquerdo o piloto consegue controlar o computador de bordo, controle de tração, e demais itens tradicionais, como buzina, seta, farol alto e baixo, etc.
Para completar o pacote a Honda oferece à nova CRF 1000L Africa Twin 3 anos de garantia e assistência 24h durante todo o período de vigência da garantia em território brasileiro, assim como na Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai.
Interessou? Contate uma revenda da Honda e faça um test drive com uma verdadeira lenda que está de volta.
CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e Vídeo: Celso Spinardi Jr.
Agradecimento especial Concessionária Japauto
conheça também: