09/10/2018
Angra dos Reis, cidade litorânea do sul do estado do Rio de Janeiro, com sua belíssima baía e suas 365 ilhas, é o destaque do nosso City Tour.
COMO CHEGAR
O acesso terrestre à cidade de Angra dos Reis é feito exclusivamente pela BR-101, carinhosamente chamada de Rio/Santos. Para quem parte do Rio de Janeiro o trajeto será de pouco menos de 160km.
Já para quem parte de São Paulo as opções são várias, todas elas com um percurso aproximado de 400km, seguindo pela Via Dutra ou Rod. Ayrton Sena/Carvalho Pinto. Como opções o aventureiro poderá acessar a BR-101 por Caraguatatuba, Ubatuba ou Cunha.
HISTÓRIA
Angra foi descoberta por portugueses em 6 de janeiro de 1502, mas passou a ser colonizada a partir de 1556. Hoje tem uma população fixa pouco inferior a 200mil habitantes, distribuída em sua orla bem recortada.
Tendo seus privilégios por causa dos portos, sofreu alguma decadência com a inauguração das estradas de ferro, só retomando seu destaque de outrora quando as ferrovias chegaram em suas terras.
Atualmente boa parte da receita do município vem do terminal marítimo da Baía de Ilha Grande, da Petrobras, movimentando grandes quantidades de petróleo, assim como das únicas usinas Nucleares do país.
O turismo também traz divisas ao município em virtude de suas praias, ilhas e mar de um azul inigualável.
A maior de suas 365 ilhas é a “Ilha Grande”, sendo certo que muitas delas tem por proprietários celebridades nacionais e internacionais.
Boa parte da cidade é cercada por morros, o que resultou muitos protestos com a instalação da uma usina nuclear de Angra dos Reis no começo da década de 70, instalada num lugar de difícil evacuação, no caso de algum acidente.
Ainda hoje e constantemente, vê-se treinos de evacuação da população com as sirenes ligadas em dias e horas pré estabelecidas.
Apesar da status e requinte que a cidade sugere, mais de um terço de sua população vive em favelas e o esgoto em geral é jogado por emissários bem no meio da baía, que tão linda nos parece.
Por ser uma cidade linear, que acompanha a orla marítima por muitos e muitos quilômetros, não se pode dizer que Angra tem um “centro”, mas é considerado assim o local das primeiras povoações.
O nome da cidade vem da data de sua descoberta, por Gonçalo Coelho, no dia seis de janeiro, Dia dos Santos Reis. Aliás, esse foi seu primeiro nome: Vila dos Três Santos Reis.
COLÉGIO NAVAL
O Colégio é uma instituição militar com mais de 50 anos de existência e que está localizada perto do centro histórico de Angra, na enseada Batista das Neves.
Sua missão é preparar candidatos para o ingresso no Curso de Graduação da Escola naval e também é responsável pela formação de Oficiais da Marinha do Brasil.
Os candidatos nele ingressam, anualmente, por concurso público. O curso dura três anos e equivale ao Ensino Médio, acrescido de instrução naval especializada.
NOSSA VISITA
Depois de passarmos vários dias na Serra da Bocaina para cumprirmos a matéria intitulada “De volta à Trilha do Ouro“, este repórter, mais os outros companheiros de travessia (Roger, Denis e Mara), seguimos para Angra dos Reis para o descanso merecido.
Nossa visita se restringiria mais a Baía de Angra, propriamente dita, do que seu centro urbano e histórico. No entanto, não pudemos sair de Angra sem uma visitinha, ainda que básica, nesses lugares.
Com isso no final da tarde do segundo dia de estadia em Angra, estivemos junto as docas da Estação de Santa Luzia, caminhando pelo porto até a Praça Amaral Peixoto. Disso resultou num belo jantar num dos vários restaurantes dispostos no passadiço.
Naquele lugar foi possível ver a tarde se transformando em noite e o burburinho das embarcações com passageiros chegando e saindo aos seus destinos, bem como os barcos turísticos e pesqueiros se alinhando para seus afazeres: uns chegando, outros partindo.
Estávamos a poucos metros do Convento da Ordem Terceira do Carmo, que naquela hora recebia obliquamente os últimos raios de sol daquele dia.
Como o tempo estava magnífico, cuidamos de procurar alguma sorveteria entre os diversos pontos comerciais do casario antigo, que se alinhavada junto da grande avenida beira mar.
Na noite alta voltamos para nossa pousada, no outro extremo de onde estávamos.
NA BAHIA DE ANGRA
No dia seguinte contatamos nosso amigo Bruno que nos levaria para um passeio demorado e detalhado por parte da baía de Angra dos Reis. Era impossível, num dia só, desbravarmos toda aquela imensidão de águas, ilhas e praias desertas.
Desfrutar toda aquele lugar, a bordo de uma embarcação como o Viva, não tem preço. Por não se tratar de uma lancha que zarpa rapidamente, tampouco uma Escuna, com muita gente, o barco era exclusivamente nosso, até no leme em alguns momentos.
Com ele ficamos a vontade para irmos e virmos o dia todo, para onde quiséssemos, logico com a boa sugestão de seu capitão, já que não conhecíamos quase nada por lá.
Encontramos com Bruno e seu barco na Marina e Shopping Piratas, onde antes de partirmos compramos as reservas de bebidas e alimentação para aquele dia todo no mar.
ILHA CATAGUASES
Certamente é a mais bonita e paradisíaca ilha do arquipélago. Com um jeitão de ilhas do Caribe, tem suas águas azuis cristalinas e uma areia branca toda fofa.
Fica bem próxima da cidade e foi a primeira a ser visitada naquele dia. Suas águas mais pareciam um aquário natural, dada a transparência e a quantidade de peixes ornamentais, corais e estrelas do mar.
Com uma boa máscara, snorkel e uma boia “macarrão”, é possível grandes investidas, até mesmo para aquele que nunca entraram n´água ou sequer sabem nadar.
ILHA BOTINAS
São duas ilhas de pedra, lado a lado, com outro cenário digno elogios. Envolta por um mar azul turquesa límpido, é bem mais fundo que em Cataguases.
Para aquele que não tem aptidão com as águas, como era o caso deste que escreve, é preciso um cuidado especial e auxílio de nadador experiente ao lado.
A profundidade das águas naquela região pode superar os 10 metros, porém a beleza é proporcionalmente maior. Lá se pode nadar com cardumes inteiros de peixes, podendo sentir como um deles, sob o casco da embarcação.
Foi nesse lugar que demos mais vazão aos nossos interesses e tratamos de ficar por mais tempo, mergulhando repetidamente naquele mar calmo e cristalino.
ILHA GIPÓIA
É segunda ilha em tamanho da baía de Angra, uma das mais encantadoras e é a capa desta nossa matéria, que o leitor poderá ver lá no topo.
Em sua imensa orla podemos verificar muitas prainhas, vilas de pescadores, grandes mansões, pousadas e restaurantes rente ao mar.
De suas muitas construções, a que mais nos encheu os olhos foi a da Igreja da Piedade, em estilo espanhol. O templo, voltado para a cidade de Angra, brinca com a beleza apresentando-nos um cenário de raro esplendor, ainda mesmo antes de atracarmos.
Com toda a certeza é um dos marcos mais significativos dentro da baía de Angra dos Reis, e passeio mais do que certo à todos que por lá navegarem.
Em seus arredores também é possível fazer um mergulho com muita beleza a flor d´água.
ILHA BONFIM
A minúscula Ilha do Bonfim, quase rente ao continente e à qual se pode chegar a nado, em pouca braçadas, também ostenta uma igrejinha formosa e é ponto turístico de quantos apreciem esse tipo de construção.
Para se chegar a ela, sem alugar um barco grande para isso, basta um caiaque que pode ser locado na praia do Bonfim, bem próximo ao Colégio Naval.
Com a tarde caindo rápido naquele mês de julho, passamos pela ilha mas retornamos diretamente no píer da pousada do alemão, enquanto os últimos raios de sol dourado cruzavam os céus, antes do sol se esconder por detrás das montanhas.
A POUSADA DO ALEMÃO
O que não falta em Angra dos Reis são pousadas, hotéis e similares. No entanto, a do Alemão nos supriu toda a nossa expectativa: Familiar, pequena, aconchegante, com piscina e píer próprio, além de cederem gratuitamente aos hóspedes caiaques e botes para se aventurarem no mar.
Sua localização é simples: Fica na avenida das Marinas, cerca de 700m depois da Marina dos Piratas, a mais importante e conhecida de Angra dos Reis, que agrega à ela um Shopping Center e apartamentos.
Comandado por Herr Klauss, que veio ao Brasil quando da implantação da Usina Nuclear de Angra dos Reis, fez residência por aqui e gere esse recanto com ajuda de poucos e eficientes funcionários.
Para quem passa pela rua pouco saberá que que se esconde atrás daqueles muros baixos. No entanto, todas as suítes e repartições do empreendimento acompanham o declive natural do terreno até a linha do mar, fazendo com que tenham, necessariamente, vista para a baía.
Fundeado bem em frente a pousada, para quem chega por mar, está o veleiro de nosso anfitrião de 78 anos de idade, com o qual vez ou outra retorna a sua pátria natal com pequena tripulação
Assim aproveitamos a hospitalidade do “Alemão” e lá ficamos por três dias inteiros, o primeiro deles descansando da descida da Serra da Bocaina, a pé, e os demais curtindo a bela baía de Angra dos Reis.
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Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte, Roger Fligie, Mara Dalila e Denis Duarte
POUSADA DO ALEMÃO: Estr. das Marinas, 991 – Marinas, Angra dos Reis – RJ, 23900-000 Telefone: (24) 3365-1593
ANGRA VIVA PASSEIOS MARÍTIMOS – Bruno = (24) 9-9946-6088
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Gostei !!! Excelente matéria e fotos !!! Parabéns !!!
valeu