12/12/2018
Nesta edição do City Tour fomos nos aventurar na pequena e charmosa Barra Bonita, no interior do Estado de São Paulo, que foi considerada em 2014, uma das dez melhores cidades paulistas para se viver.
COMO CHEGAR
Para quem parte da capital paulista, dois são os percursos mais tradicionais.
O trajeto mais utilizado tem o total 295km e quase todo ele pela Rod. Castelo Branco. Nesse caso o turista deve seguir em direção de Botucatu até a altura do km 210, e depois para São Manuel, já na Rod. Mal. Rondon. Daí até Barra Bonita serão menos de 40km.
No segundo caso o trajeto será feito pelas Rod. Bandeirantes e Luiz de Queirós, até Piracicaba, e depois pela Rod. Geraldo de Barros (SP-304) até Santa Maria da Serra. Daí em diante uma via de acesso de 50km leva o turista até Barra Bonita. Ao todo serão 270km. O percurso é menor, mas bem mais complicado para se chegar.
HISTÓRIA
A região foi colonizada a partir do fluxo de bandeirantes que se embrenhavam nos sertões, singrando as águas do Rio Tietê.
A data oficial de sua fundação é 19 de março de 1883, mas não há consenso nem precisão nesses dados, podendo ter ocorrido entre os anos de 1883 e 1886.
O nome foi dado por causa de um córrego da cidade que formava, no seu encontro com o Rio Tietê, uma barra de areia muito alva e bem delineada: Uma Barra bonita.
Nos primeiros anos do século XX a região recebeu os imigrantes italianos e espanhóis, dando-se início a derrubada das matas para plantação de café e cultivo de gado.
Uma das primeiras atividades econômicas de Barra Bonita foi a criação de olarias, graças a abundancia da argila. Estima-se que cerca de 150 carros de bois eram responsáveis para o escoamento dos produtos para cidades vizinhas.
O progresso, enfim, começou a despontar com a construção da famosa ponte de ferro, até hoje em atividade, ligando Barra Bonita a Igaraçu do Tiete e São Manuel, bem como com a instalação da Estrada de Ferro, tudo isso na década de 20.
Hoje predomina na região as atividades canavieiras, mas as cerâmicas ainda tem seu peso fundamental na economia, segundada por outras industrias.
RODANDO EM BARRA BONITA
TURISMO
Aí sim, o turismo de Barra Bonita vai bem, obrigado.
A cidade parece ter sido agraciada pela providencia divina duas vezes: Pela beleza da natureza com suas paisagens magníficas; e com o não avanço da poluição que o Rio Tietê recebe na capital paulista e cidades vizinhas. (Mas vamos falar baixo sobre isso)
A interferência humana, por sua vez, nem sempre prejudica e na maior parte das vezes contribui para o progresso, conforme se percebe em Barra Bonita. Primeiro com a construção da ponte de ferro; segundo, com a construção da represa e da eclusa.
O carro chefe do turismo de Barra Bonita está nas imediações das Avenidas Pedro Ometto, Rosa Petri e Rua do Porto, todas elas margeando o Rio Tietê.
Nelas vamos também encontrar o Shopping, as Marinas, o Parque Ecológico, a Marinha do Brasil, a antiga Estação Ferroviária (Museu), bares, restaurantes, quiosques, passeios diversos, etc.
Enfim, parece que existem duas Barras Bonitas: a dos moradores e a dos turistas, semelhante a Campos do Jordão em menor escala.
O que mais chama a atenção do visitante é a quantidade de embarcações de grande porte, na verdade pequenos navios, todos voltados ao turismo nas águas do Rio Tietê e, sempre, subindo ou descendo a eclusa com milhares de passageiros em todos os finais de semana.
Mais que simples veículos de passeio, esses navios são restaurantes, servindo comida de boa qualidade aos navegantes dos tempos modernos, enquanto curtem as águas calmas do rio dentro das paredes da eclusa, causando alegria em uns e calafrios em outros.
Estando lá fiquem atento: Você será constantemente abordado por “corretores” dessas embarcações, fazendo pacotes especiais para grupos de pessoas. Pesquise bem antes todo o itinerário, cardápio, ambiente a bordo, horários de partida, de chegada e do almoço, etc.
É sempre bom, antes de “fechar negócio”, analisar todos os barcos que constantemente chegam e saem dos piers, escolhendo aquele que melhor preencher suas expectativas.
Tem barcos mais “zueiras”, com música alta e gente dançando; tem barcos mais clássicos, melhores para pessoas de idade e que gostam de comodidade; tem barcos com refeições mais elaboradas, e assim por diante.
Quase todas essas embarcações disponibilizam estacionamento para os clientes nas imediações do porto, mas é melhor ver isso com antecipação, até mesmo antes de viajar, por contato via internet.
Mas não é só na água que se passeia por lá. Se não for nos navios, tem o teleférico e também passeios motorizados pelas ruas da cidade, com o clássico bondinho. Os apelos dos condutores são os mesmos de sempre e as vezes rendem muitas risadas a forma empregada pelo “corretores” de passagens.
A CIDADE
Deixando a avenida que beira o rio vamos encontrar uma cidade pequena, porém bem organizada, limpa e sossegada.
Como quase todo o comércio local está nas proximidades do rio, fora desse perímetro pouco há de novidades, a não ser para o morador de lá, que não deseja disputar suas compras e afazeres diários com os muitos turistas que visitam Barra Bonita.
Uma vez que a cidade ladeia um rio, é imperioso supor que todas as ruas que partem da avenida beira-rio são subidas, o que faz com que Barra Bonita tenha muitas ruas e avenidas bastante íngremes.
NOSSA ESTADIA
Para fugirmos do convencional desta vez optamos por acampar na cidade, principalmente depois que soubemos da existência do Barra Bonita Camping, a cerca de 500m da avenida beira-rio e com vistas para a cidade vizinha de Igaraçu do Tietê.
Como a área destinada às barracas era perfeitamente plana e gramada, como um campo de futebol, não levamos muito tempo para termos a nossa devidamente montada, e com a mordomia de temos nossa motocicleta ao lado, o que não acontece com os automóveis, com área própria para estacionarem.
Passamos alguns dias na cidade, sempre pernoitando no Barra Bonita Camping. Porém, se o amigo for procurar orientação no Google para lá chegar, pode até se perder, pois a orientação no aplicativo está com algum erro.
Porém, não tem como errar e é mais fácil que se pensa para chegar nele. Fica no fim de uma travessa da Avenida Pedro Ormetto, que sai bem em frente do número 1000.
Durante nossa estadia pudemos conhecer boa parte das ruas e avenidas principais da cidade, quase que exclusiva dos moradores, pois os turistas pouco vão lá; bem como a bonita igreja da Matriz de São José, sempre apinhada de fiéis para os cultos tradicionais.
Rodamos também pelas ruas mais expressivas da cidade, não deixando de passar pela famosa Ponte de Ferro (Ponte Campos Sales), sobre o Rio Tietê, que liga Barra Bonita ao município de Igaraçu do Tietê.
Mas a atração mais esperada foi mesmo um passeio de navio pelo rio, com direito a Eclusa e a refeição a bordo. Para melhor aproveitarmos o passeio escolhemos o maior dos navios ancorados: o Xambury II.
Com seus três pavimentos (dois destinados aos turistas e um para a tripulação e cozinha), o navio tem capacidade para 440 passageiros, todos podendo almoçar tranquilamente durante o passeio.
O percurso dura aproximadamente 3h a 3h30 e os passageiros podem, além de se alimentarem, curtirem as paisagens rio abaixo, ou a tecnologia que faz funcionar a eclusa e a represa, sempre com os comentários pertinentes do capitão.
Enquanto deslizávamos pelas águas tranquilas e limpas do Rio Tietê (quem diria que falaríamos isso?) nossa motocicleta nos aguardava nas suas margens.
Jé em terra firme aproveitamos o crepúsculo do dia para admirar o vai-e-vem das embarcações gigantes, assim como das várias outras menores, cada qual se aproximando de seus ancoradouros para encerrarem mais um dia de atividades.
Para quem aprecia a vida noturna, muitos dos quiosques da Avenida principal praticamente estendem-se noite adentro com suas músicas, petiscos e bebida gelada. São os principais points da galera.
Já para quem gosta de mais conforto, vários restaurantes servem desde o trivial até pratos incrementados. Só quem já foi sabe como é.
PASSEIO NA ECLUSA
O RETORNO
Passados nosso período de veraneio, que há muito tempo não tínhamos com essa intensidade, deixamos a cidade com um roteiro bastante diversificado, mas essas serão outras histórias, que você poderá acompanhar por aqui em breve.
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Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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