11/02/2019
Esta edição do nosso City Tour é dedicada à cidade de Bom Jardim da Serra, por onde passamos em nossas aventuras pela Serra Catarinense. Vamos ver?
COMO CHEGAR
Bom Jardim da Serra fica na parte alta da Serra Geral, em Santa Catarina, e a melhor forma de se chegar até lá pode ser conferida na matéria que fizemos na matéria sobre a Serra do Rio do Rastro, mas que repetimos aqui.
Para o aventureiro que deseja chegar a cidade, vindo de Porto Alegre, pode fazer inúmeras peripécias por estradas secundárias pelas serras gaúcha e catarinense, retardando-se muito; ou seguir direto pela BR-116 até a cidade de Lages/SC, num percurso aproximado de 350km. De Lages até Bom Jardim da Serra serão outros 125 km por rodovias de pista simples.
Já para quem se dispuser a chegar na cidade, partindo de Curitiba, o total a ser rodado será praticamente o mesmo que o acima indicado (350km), percurso esse à ser realizado também pela BR-116, até Lages, e o resto como descrito anteriormente.
HISTÓRIA
Os primórdios da comunidade que deu origem a cidade tem suas raízes nas muitas passagens de tropeiros por suas terras, isso desde o início do século 18, quando iam e vinham entre o litoral catarinense e o interior do país.
Essa tradição tropeira durou mais de um século e era responsável pelo abastecimento e escoamento de mantimentos, tecidos, armas, etc, entre as colônias da parte alta de serra e os portos marítimos da época.
Como povoado, propriamente dito, tem-se que sua formação começou a se dar por volta do ano de 1870, com a instalação em suas terras de algumas famílias gaúchas, cujas tradições sulinas perduram até os dias atuais.
A cidade ganhou status de Distrito de São Joaquim da Costa da Serra (São Joaquim) nos primeiros anos do século 20 (1905), com o nome de Nossa Senhora do Socorro, mas a emancipação plena só ocorreu em março de 1967, recebendo o nome atual.
A CIDADE
Sua área urbana é bem pequena e extremamente plana, com suas casas espalhadas com bastante folga entre elas, garantindo privacidade e conforto de seus 5mil habitantes.
Considerada uma das cidades mais frias do país, título esse disputado a unha todos os anos para incrementação do turismo, recebe entre os meses de maio a setembro milhares de visitantes com o fim aproveitarem o frio típico de lá.
E não é para menos. Esse clima de baixa temperatura, associado a abundância de água pura e cristalina, faz da piscicultura da truta uma fonte de renda considerável ao município.
As principais fontes de riquezas do município, porém, estão na lavoura e nas grandes plantações de maçã, na qual se destaca como um dos maiores produtores do estado.
No turismo a cidade é muito privilegiada, não só por estar na cabeceira do trecho mais famoso da SC-390, a Serra do Rio do Rastro, mas por ter em suas terras magníficos cânions, rios, cachoeiras e muita área verde, incluindo quase a metade do Parque Nacional de São Joaquim.
O Parque Eólico instalado próximo ao Mirante da Serra, com suas 62 torres, poderia ser um divisor de águas importante para a economia de Bom Jardim da Serra, porém, temos que a empresa faliu e menos de 10 torres estão ativas e com precária manutenção, calculando-se prejuízos na monta de 100 milhões de reais ao ano para cidade.
Outro ponto importante à ser questionado é a disputa territorial entre Bom Jardim da Serra e Lauro Müller, quanto suas divisas e ao Mirante da Serra, cada qual dos municípios querendo para si os direitos de sua localização, consequentemente de seus proventos.
Assim, numa altitude de 1250m acima do nível do mar; com suas grandes geadas podendo ocorrer em todos os meses do ano; e neve, com possibilidade de cair entre abril a outubro, a cidade segue em frente, recebendo com muita alegria seus turistas, com decoração especial no inverno.
Completando a infraestrutura e, em prol dos visitantes, o que não faltam por lá são grandes pousadas, resorts e hotéis fazendas, etc. Porém, se você não quer gastar mais que pode, já que os preços nesses lugares são bem salgados, há muitas outras boas opções com preços mais convidativos.
NOSSA PASSAGEM POR LÁ
Nossa passagem por Bom Jardim da Serra foi bastante curta. Deixamos as cercanias de Lauro Müller bem cedinho e subimos novamente a Serra do Rio do Rastro, desta vez sob forte nevoeiro, com o propósito de seguirmos naquele mesmo dia em direção da Pedra Furada e da Serra do Corvo Branco.
Felizmente no topo da serra o dia estava claro e por volta das 9h já estávamos no bonito pórtico da cidade, para em breve seguirmos em direção da sua área urbana.
Uma parada ao lado desse majestoso pórtico é quase obrigatória para os visitantes, já que é o indicativo de estarmos numa das paisagens mais lindas de Santa Catarina: a Cascata da Barrinha.
Essa queda d´água de um pequeno afluente do Rio Pelotas fica nas margens da SC-390. Em seu entorno existe uma boa infraestrutura, não só para sua contemplação, mas com alguns bons restaurantes que dão o suporte necessário aos visitantes.
Ficamos ali por algum tempo, seguindo a pé as margens do riozinho em parte de sua extensão, mas logo seguimos nosso roteiro em direção da cidade.
Em Bom Jardim da Serra é quase impossível se perder em suas ruas largas e, em pouco tempo, já estávamos na Praça principal, ao lado da Igreja Matriz Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Construída em formato de um imenso “cone” dirigido ao céu, forma uma grande torre de quatro lados.
O campanário da igreja fica, curiosamente, do lado de fora, numa estrutura em metal recoberta com madeira, já que não haveria lugar para o sino no prédio Igreja.
Conversa daqui, conversa de lá, e ficamos conhecendo várias particularidades da cidade no que diz respeito a trilhas e cachoeiras, todas acessíveis por estradas de terra ou trilhas na mata.
Lá encontraremos cânions fabulosos, em especial o do Funil e o do Morro da Ronda; nascentes de 14 rios que desembocam no Rio Pelotas; 35 cachoeiras com mais de 10 metros de altura; além de muitas quedas d´água menores e outras atrações naturais.
Não teríamos tempo, evidentemente, de nos aventurarmos por esses caminhos, embora vontade não nos faltasse.
Ficamos tentados, entretanto, de nos aventurarmos pela Rota dos Cânions (BJ-050) pelo menos até São José dos Ausentes, já no Rio Grande do Sul, cujo trecho quase todo de terra é de aproximadamente 80km, mas não sobraria tempo para o projeto inicial que aqui apresentamos.
A solução foi almoçarmos na cidade e seguirmos nosso trajeto como foi traçado originalmente. Assim, num desses quiosques que vendem de tudo um pouco, comandado por um casal já de idade, paramos para uma frugal refeição.
Truta frita, arroz, purê de batatas e uma salada foram servidos sem nenhuma frescura ou etiqueta social, como se estivéssemos em casa.
O relógio marcava 11h30m quando deixamos a Bom Jardim da Serra rumo ao nosso próximo destino daquele dia, a cidade de Urubici, a 70 km dali.
Siga conosco toda essa aventura pela Serra Catarinense e se emocione em cada um dos lugares percorridos.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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