20/04/2022
Nesta edição apresentaremos um roteiro pela pequena cidade de Brasópolis, com pouco mais de 15 mil habitantes, localizada no sul das Minas Gerais, entre as cidades de Itajubá e Pouso Alegre. Vamos saber mais?
HISTÓRIA
Nos tempos pós-cabralino a ocupação da região de Brasópolis começou no século 16, com a chegada de bandeirantes paulistas em busca de ouro, pedras preciosas e escravização de indígenas.
Tais riquezas, principalmente encontradas na região de Itajubá, foram esgotadas rapidamente, passando a ser a atividade agrícola o fator de desenvolvimento econômico a partir de então.
Inicialmente, em novembro de 1709 a região de Brasópolis, conhecida como Sertão de Cuieté, passou a fazer parte de Ouro Preto, a 500 km de distância e, em 1713, sua dependência passou a ser de São João del Rei, essa a 300 km dali.
Mais tarde, em 1737, passou a pertencer ao município de Campanha; em 1847 ao de Pouso Alegre e, no ano seguinte, ao de Itajubá.
Mas não ficou só nisso. Em 1867 foi incorporado ao município de Paraisópolis e no ano de 1868 reintegrado mais uma vez ao de Itajubá, só ganhando emancipação em setembro de 1923, quando recebeu o nome de “Brazópolis”, alterado em 2009 para Brasópolis, visando ajustar a ortografia vigente.
No entanto, há de se estranhar tal atitude, já que seu nome homenageia o antigo presidente da república de Brasil Venceslau Braz, que se grafava com “z”, fato análogo quando houver alguma cidade eventualmente à ser chamada de “Luizópolis”, para homenagear o presidente Luiz Inácio e assim por diante com outros tantos. (mera especulação, sem qualquer sentido partidário)
A CIDADE
Economicamente é voltada a agropecuária, com ênfase na produção da banana-prata e, mais recentemente, a do eucalipto, utilizado para fazer carvão.
Suas ruas mesclam a modernidade com o colonial, mantendo-se seu centro histórico pavimentado com paralelepípedos, enquanto as adjacências já usam o bloco de cimento intertravado ou asfalto.
A cidade não é propriamente plana, mas sua área urbana não tem grandes variações em seus logradouros, podendo ser percorrida pelos visitantes com muita facilidade.
RODANDO EM BRA”Z”ÓPOLIS
Suas ruas principais e calçadas são estreitas como se espera do padrão colonial, com poucas avenidas mais largas. Até mesmo nas adjacências do centro histórico esse padrão insiste em permanecer, obstando, em muito, o trânsito local que, felizmente, não é muito intenso.
ESTAÇÃO DIAS
Antes de chegarmos em Brasópolis uma pequena comunidade com uma bela igreja rodeada por uma simpática pracinha nos chamou a atenção e nos fez alterarmos o curso.
Derivamos então a direita e em alguns minutos chegamos no Distrito de Estação Dias, que forma uma comunidade linear seguindo os antigos trilhos da Estação Ferroviária desativada
A antiga estação de Dias foi inaugurada em 1910 com um prédio provisório, e o prédio atual só foi construído em 1918, mesmo assim é utilizado hoje como residência.
IGREJA DA MATRIZ
A capela que deu origem a atual Igreja da matriz começou a ser construída no ano de 1837 e, a atual, que substituiu a primeira, foi iniciada em 1847 e concluída em 1884, com a instalação dos sinos nas torres.
A padroeira escolhida inicialmente pela comunidade foi Nossa Senhora de Santana, porém, como não havia uma imagem para homenageá-la, o coronel da época, por acaso de nome Caetano Ferreira da Costa, sugeriu que fosse colocado, então, como padroeiro da paróquia, São Caetano de Thiene e, nesse caso, ele ofereceria a imagem de presente à igreja. E assim foi feito!
A Matriz possui arquitetura de rara beleza, destacando-se na paisagem e podendo ser visualizada praticamente em todos os pontos da cidade. Vê-se em seu interior um pequeno museu em homenagem ao Monsenhor Quinzinho, onde estão expostos pertences e peças usadas por ele.
PICO DOS DIAS
O ponto alto e um dos símbolos da cidade é o Observatório do Pico dos Dias, a 1864m de altitude.
Montado em abril de 1980, tem contribuído como um dos principais veículos de desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil na área de Astronomia.
Juntamente com o Laboratório Nacional de Astrofísica, o observatório tem sido de fundamental importância para a pesquisa no Brasil, produzindo meios observacionais para a realização de pesquisa competitiva em Astronomia.
TURISMO
Além do grande fluxo de visitantes em busca do Laboratório de Astrofísica do Pico dos Dias, a cidade dispõe também de uma vasta área de interesse turístico, principalmente os radicais, com inúmeras cachoeiras, mirantes naturais e trilhas mato adentro.
Com montanhas bem altas a prática de voo livre é considerada muito boa no município, assim como os muitos afloramentos rochosos da região propõe atividades como o montanhismo, a escalada em rochas.
O local mais procurado para isso é a Pedra da Cruz ou “Falésia dos Olhos” situada no bairro de Cruz Vera, classificada como de maior grau de dificuldade no Brasil.
Mas existem outras rochas que proporcionam outros níveis de dificuldades, o que permite praticantes com todos os tipos de experiências, algumas ainda em estado preparatório para receber esportistas. São elas: Vale do Girassol, Can-Can, Pedra da Baleia, etc.
COMO CHEGAR
Para o aventureiro que partir da capital mineira o trajeto terá 450km, com os primeiros 380km pela Rod. Fernão Dias, até a cidade de Pouso Alegre, seguindo-se por mais 80km até Brasópolis.
Já para o visitante que partir da capital paulista terá uma opção curta, seguindo pela Fernão Dias até Cambuí (153km), e mais 65km perfazendo num total de 218km.
A outra opção é seguir pela Fernão Dias até Pouso Alegre (212km) e seguir por mais 80km até Brasópolis, num total de 292km.
Para outros lugares de partida o ideal é consultar um bom guia rodoviário.
Se você já conhece a região, tem alguma crítica ou sugestão para fazer, envie-nos um comentário a respeito. Será muito útil para nós.
EDITORIAL
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Jornalista responsável: Marcos Duarte – MTB 77539/SP
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