22/08/2019
Mais uma vez trouxemos das Minas Gerais, como atrativo desta edição do City Tour, um passeio pela pequena e aconchegante Carmo da Cachoeira, que fica ao lado da Rodovia Fernão Dias.
COMO CHEGAR
Para o aventureiro que partir de São Paulo ou de Belo Horizonte, é só seguir pela Rodovia Fernão Dias que não tem como errar.
No primeiro caso o paulistano seguirá em direção das Minas Gerais, passando por Extrema, São Gonçalo do Sapucaí e Três Corações, antes de chegar na cidade. Ao todo rodará cerca de 330km
Já o mineiro de Belô fará o caminho inverso, seguindo em direção de São Paulo no sentido de Brumadinho, Carmópolis de Minas e Perdões, rodando aproximadamente 260km
O carioca que partir do Rio de Janeiro terá um caminho mais difícil e demorado, seguindo em direção de Barra Mansa e Itatiaia, pela BR-116, devendo então derivar pela BR-354 em direção de Itamonte e Caxambu, já em Minas Gerais.
Daí em diante seguirá pelas rodovias BR-383 e BR-267, até a cidade de Três Corações, tomando o rumo norte pela Rod. Fernão Dias. Ao todo serão pouco mais de 400km de estradas.
Para os aventureiros de outras localidades o melhor à fazer e tomar como referências as capitais mencionadas.
HISTÓRIA
A cidade se formou nas redondezas do Ribeirão do Salto, sendo conhecida originalmente como Espírito Santo de Varginha.
Não há muitos relatos oficiais de sua história, porém sabemos que foi elevada à condição de Distrito em 1857, e subordinada ao município de Varginha, em 1891.
Carmo da Cachoeira só recebeu o status de cidade devidamente emancipada em 17/12/1938, desmembrando suas terras atuais dos municípios de Varginha e Lavras.
Os relatos de sua formação são imprecisos e com base apenas em depoimentos de antigos moradores.
Ao que contam por lá, no passado a cidade só foi elevada à condição de freguesia, quando já contava com cerca de 100 casas construídas.
Pelos seus esparsos anais concluiu-se, também, que a educação no município teve início com a construção de uma Escola Pública Feminina, em 1878, seguida por uma Escola Masculina idêntica, somente em 1903.
Hoje são quase 15mil Carmo-cachoeirenses que vivem no município, boa parte deles em sua área rural, muito embora a cidade mantenha um centro comercial acanhado, mas interessante.
Apesar de beirar uma das principais rodovias do pais, ligando duas grandes capitais de estados, Carmo da Cachoeira continua vivendo quase que exclusivamente dos recursos agropecuários, no que sofre com as troças populares que julgam que “a cidade não vai para frente, pois a Igreja da Matriz foi construída de costas para a entrada principal”.
IGREJA DO CARMO
Por falar em Igreja Matriz, parece unânime entre os moradores e a administração da igreja, que sua fundação se estende desde o início do século XIX.
Reputam que a Igreja teve seu começo na Fazenda do Maranhão, onde o capitão Valentim José da Fonseca levantou a primeira Ermida consagrada à Nossa Senhora do Carmo, e que passou a ser conhecida com o nome de Carmo do Maranhão.
De uma pequena ermida à uma paróquia transcorreram-se vários anos, conseguindo os moradores tal intento apenas em julho de 1857.
A CIDADE
Pequena, compacta, atraente e de ruas estreitas cheias de aclives e declives é a forma simplista de denominar Carmo da Cachoeira, que nos mostra muito mais que nossos olhos veem.
Estivemos na cidade quase que por acaso, já que o tempo tinha fechado, ameaçando chuva, quando voltávamos de Belo Horizonte.
Evidentemente não haveria problema algum em seguir viagem até nosso destino pretendido naquele dia, que era a cidade de Três Corações, mas como nunca temos pressa em nossas viagens, vimos ali uma oportunidade de conhecer a localidade pela qual sempre passávamos sem parar.
Mal contornamos a rotatória da Fernão Dias e estávamos em pleno centro urbano de Carmo da Cachoeira, toda enfeitada para as festividades do carnaval.
Apesar das placas indicativas de hotéis, paramos num posto de combustíveis BR e perguntamos aos frentistas sobre o que eles achavam das opções de pernoite que tínhamos e a resposta veio de pronto.
Seguimos pelas ruas estreitas e encontramos o hotel exatamente no percurso do desfile carnavalesco que aconteceria naquela noite.
Convidados à guardarmos nossa motocicleta numa garagem em frente ao hotel, logo nos instalamos em nossa singela, porém confortável suíte, e tratamos de nos aprontar para a folia que logo começaria.
Antes disso precisávamos realmente tratar nossos estômagos. Se tínhamos lugar certo para isso em Três Corações, ali teríamos que pesquisar e decidimos mesmo pela pizza, servida num casarão típico do século passado, alguns metros de nossa hospedagem.
Olhamos atentamente o cardápio e escolhemos uma “marguerita”, que por sinal, além de custar um pouco mais que a tradicional de mussarela, não tinha as folhas de manjericão, que a diferencia da outra.
Questionados disseram que por lá a pizza marguerita era assim mesmo, só com tomates e azeitonas. Dado a fome e a impossibilidade de procurarmos alimentos em outro lugar, uma vez que a rua já estava interditada e nossa moto estava ali guardada, comemos de bom grado.
Percebíamos que não estava nos planos da pizzaria fornecer refeições e nem mesmo pizza naquela noite, mas sim bebidas aos foliões, talvez bem mais lucrativo. Tratamos de comer rápido e deixarmos o local.
Costume por lá (e ainda bem que não participamos passivamente), é das pessoas jogarem baldes de água das janelas assobradadas sobre os foliões na rua, e tome nós nos esgueirando pelas ruelas, para não sermos atingidos.
Pelo menos a festa foi bastante ordeira e até “silenciosa”, por assim dizer, evidentemente antes do “show” começar no fim da rua, com palco montado e tudo mais.
Não ficamos muito mais tempo na folia e logo retornamos ao hotel. Por sorte nosso aposento era nos fundos do segundo pavimento e pudemos dormir sossegadamente.
No dia posterior é que aproveitamos para conhecer realmente a cidade, rodando em praticamente todas as suas ruas e conversando com as pessoas, principalmente na Praça da Matriz, pessoas essas ávidas por conhecerem o que estávamos ali fazendo.
Conhecemos a igreja matriz de Nossa Senhora do Carmo, a pequena rodoviária, os prédios públicos e a periferia.
UM PASSEIO POR CARMO DA CACHOEIRA
Não obstante a simpatia de seu povo o turista que quer alguma coisa mais radical para fazer, pouco terá à sua disposição por ali, mas convenhamos, é um oásis para quem viaja entre Minas Gerais e São Paulo, sendo ponto estratégico para um bom almoço ou um descanso sossegado na praça.
Depois de almoçarmos, desta vez sem qualquer surpresa e com os pratos típicos mineiros, deixamos a cidade por volta das 14h .
Gostou da matéria? Faça um comentário e envie-a aos seus amigos.
Não gostou? Envie-nos então suas críticas ou sugestões.
CLIQUE AQUI PARA VER TODAS AS FOTOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
conheça também:
Embora com um “pouco” de atraso, gostaria de agradecer pela visita e parabenizar pela matéria o Jornalista Marcos Duarte. Sempre que pretendo passar por alguma cidade pesquiso no Portal DMotos primeiro, caso tenha video da mesma, que funciona como um Google Earth em movimento, que aliás muito melhor, pois tece seus comentários sobre a localidade e ainda contando um pouco de sua história. Sempre que quiser um local calmo, aconchegante e de boas “prosas” apareça. Será muito bem vindo. Obrigado.
Bom dia Rogério. Nós é que agradecemos pelos comentários. Carmo da Cachoeira está sempre em nosso roteiro.