21/07/2019
Nesta edição do City Tour apresentamos a cidade de Castro, na região paranaense dos Campos Gerais e ao lado do Cânion Guartelá. Vamos ver?
COMO CHEGAR
Partindo de Curitiba a melhor opção é pela BR-376, em direção de Ponta Grossa, e dali seguir pela PR-151, em direção de Castro. Ao todo serão pouco menos que 160km.
Já para quem partir da capital de São Paulo terá como melhor opção a Rod. Castelo Branco, até Sorocaba, seguindo daí em diante pelas Rod. Raposo Tavares e BR-373, até Capão Bonito.
A partir de Capão Bonito o trajeto deverá ser feito pela SP-258, passando por Taquarivaí e Itararé até a fronteira com o Paraná, quando a rodovia passa a se chamar PR-151, seguindo então em direção de Jaguariaíva antes de chegar em Castro. Ao todo serão 480km de estradas.
Para quem partir de outras localidades é melhor ter como referência as capitais acima mencionadas.
HISTÓRIA
Castro foi fundada em 1778, quando ainda era parte do caminho obrigatório para os tropeiros que faziam a rota entre Viamão, no Rio Grande do Sul, e Sorocaba, no interior de São Paulo.
Segundo historiadores a região era morada de aborígenes do grupo tupi e de índios kaingangs, até meados do século 19.
As primeiras famílias paulistas que se assentaram no local para criação de gado, vieram das cidades de Sorocaba, Santos e Itu, cuja povoação era chamada de Pouso do Iapó e, mais tarde, como freguesia de Sant’Ana do Iapó.
Seu nome é homenagem à um ministro português chamado Martinho de Melo e Castro, que teria aceito tal reverência em troca da soltura de um rico contrabandista de ouro e proprietário de muitas terras na região, que prometeu que nelas levantaria uma vila com o nome de seu benfeitor.
Consta que tal promessa sensibilizou e envaideceu o ministro, permitindo a libertação de Manoel Gonçalves Guimarães, que, imediatamente, pôs-se a elaborar um plano para cumprir o prometido, buscando apoio nas autoridades lusitanas em solo brasileiro.
Assim surgiu a Vila Nova de Castro, que só veio a ser elevada a condição de cidade em 1857, com o nome abreviado apenas para Castro.
Os primeiros imigrantes na cidade chegaram em 1885 e eram de origem polonesa e alemã, vido posteriormente os italianos e os russos.
Castro foi nomeada temporariamente como capital do Paraná durante a Revolução Federalista do final do século 19, por ter sido Curitiba ocupada por tropas gaúchas.
A CIDADE
A agricultura da soja, milho, feijão, arroz, cenoura, batata e uva, além da pecuária do gado leiteiro e da criação de suínos e aves para o abate dão o principal suporte econômico à cidade.
Mas há por lá também grande concentração de investimentos na exploração mineral, com a extração de calcário e talco, além da indústria gráfica, moveleira, alimentícia e de pincéis.
Aproximadamente 75mil castrenses são radicados na cidade, dois terços dessa cifra vivendo na sua região urbana, por sinal bem desenvolvida, com uma infraestrutura de fazer inveja em cidades maiores.
Suas ruas são absolutamente limpas e bem cuidadas, com uma arquitetura que une o estilo colonial dos primeiros tempos, com a arquitetura contemporânea, cheia de vidros e concreto armado.
O centro comercial é bastante ativo, com representação de grandes lojas de departamento e um calçadão exclusivo, que dá prioridade ao pedestre em suas compras.
IGREJA MATRIZ DE SANT´ANA
A bonita Igreja da Matriz deriva da primitiva capela de barro construída em 1704, porém a primeira missa sob seu teto só ocorreu em 1769, depois de uma grande reforma.
Sua conclusão integral se deu no ano de 1876, depois de várias outras reformas, embora suas duas torres frontais só tenham sido construídas recentemente, entre os anos de 1945 a 1960.
Nessa derradeira reforma a obra sofreu um erro na sua construção, já que faltam quatro pilares de sustentação numa das torres, porém as autoridades públicas decidiram que manteriam a construção como estava, sem os devidos reparos, para não comprometer as características tidas como “histórias do município”.
MUSEU DO TROPEIRO
Montado num casarão do século 18, creditado à Família Carneiro Lobo, foi adquirido pela prefeitura e restaurado com orientação do SPHE.
Seu acervo conta com aproximadamente 400 peças, retratando parte a vida do tropeiro de outrora, bem como expondo documentos e objetos históricos, peças sacras, etc.
O museu fica no centro da cidade, exatamente atrás da Igreja Matriz de Sant´Ana.
CASTROLANDA
É uma colônia de imigrantes holandeses com predominância na agricultura e na pecuária leiteira.
Nela os imigrantes construíram estradas, casas e estábulos para os reprodutores bovinos de produção leiteira, o que deu início à uma cooperativa que se desenvolveu apesar de todos os problemas de doenças, falta de assistência e dificuldades para adaptação dos imigrantes ao clima.
Para perpetuar as tradições e reviver a história de seu país de origem, a comunidade criou Grupo Folclórico Holandês de Castrolanda, integrado por jovens descendentes, além do Museu dos Imigrantes, uma réplica das primeiras residências construídas pelos pioneiros da região.
No local são expostos e comercializados artesanato e souvenirs da colônia e da Holanda.
É lá, também, que está instalada um dos maiores moinhos de vento do mundo, inaugurado em 2001: um grande monumento de 26 metros de envergadura, com duas mós e que consegue moer até 3.000kg de farinha de trigo ao dia.
Sua estrutura, mecanismos, engrenagens, pinos e encaixes são feitos quase que totalmente em madeira.
RIO IAPÓ
O rio é bastante sinuoso e relativamente curto, com apenas 120km de extensão. Nasce na vizinha cidade de Piraí do Sul e desemboca no Rio Tibagi na cidade de mesmo nome.
A maior parte de sua extensão, contudo, fica em áreas da cidade de Castro, onde corta o perímetro urbano bem próximo de seu centro comercial e permite a navegabilidade de canoas e lanchas de pequeno porte.
A Prainha, como é chamado o Parque Balneário Dr. Libânio Estanislau Cardoso, fica também no perímetro urbano da cidade e tem uma boa infraestrutura de lazer.
O Parque é tido como um dos principais balneários fluviais do Paraná e ponto turístico e de lazer, com cascata d’água, lanchonete, campos de futebol, quadras de esporte, churrasqueiras, ringue de patinação, etc.
SALTOS & CACHOEIRAS
Sediada na zona do sexto maior cânion em extensão do mundo, o Guartelá, a cidade possui um potencial hídrico representativo e de exuberante beleza, com inúmeros saltos, quedas e corredeiras, onde se destacam a Queda do Pulo, no Rio Iapó, bem como os Saltos São João, da Cotia e das Andorinhas e as corredeiras do Rio Guararema, já mais perto de Piraí do Sul.
PARQUE LACUSTRE
Esse sim bem no centro da cidade, dividindo-a ao meio, é o local perfeito para o descanso, o lazer, além da pratica de esportes.
Analogicamente falando, poderíamos compara-lo com o Parque do Ibirapuera, em São Paulo, ou a Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, até mesmo em suas dimensões graduadas.
NOSSA ESTADIA
Chegamos em Castro no escurecer do dia e a primeira atividade foi nos instalarmos num dos hotéis mais tradicionais da cidade, sediado num casarão colonial bem junto ao centro histórico.
Depois de desfeita as “malas” e colocados os equipamentos eletrônicos para serem carregados, deixamos o hotel a pé em direção de um dos points favoritos da cidade: uma padaria nas imediações da praça principal.
A atração foi um caldo quente (que repetimos variando o sabor) acompanhado de uma garrafa pequena de um bom vinho tinto fabricado na região, tudo para combinar com o frio intenso que fazia.
Por falar em frio, a cidade tem histórico de muitas geadas e até alguns anos com precipitação de neve, o que atraiu para lá imigrantes dos países mais frios da Europa.
O dia seguinte amanheceu ensolarado, a despeito do frio que ainda fazia, e foi então que aproveitamos para conhecer parte da cidade, principalmente para darmos uma descansada no Parque Lacustre.
Como viajávamos há muitos dias, vindo do sul do país, era hora de darmos aquela relaxada antes de seguirmos viagem em direção de São Paulo e, convenhamos, em alguns dias estaríamos de volta para uma das capitais mais poluídas do mundo.
A primeira providência, no entanto, foi encontrarmos uma oficina mecânica para darmos um trato em nossa valente Transalp, principalmente verificando o ajuste e o óleo da corrente.
Depois saímos para conhecer o centro histórico, só visto na noite anterior e sem detalhes. Paramos na Praça Principal, em frente a Igreja Matriz, e fomos conhecer o Museu do Tropeiro, bem atrás do templo.
Como o dia estava esquentando um pouco para os padrões do inverno, aproveitamos para uma esticadinha até a periferia, conhecendo a antiga estação ferroviária, de onde se tem uma visão privilegiada da cidade.
Com o tempo passando a hora do almoço estava quase sendo esquecida, mas, o que não faltam por lá são bons restaurantes, assim como uma rede hoteleira de qualidade e bem diversificada.
Por volta das 14h30m chegamos no Parque Lacustre e lá ficamos a tarde toda, não só contemplando aquele lugar tranquilo, mas vendo as crianças se divertindo com suas bikes; os adultos cultuando os exercícios físicos ao ar livre; e muitas pessoas caminhando por veredas bucólicas lago adentro.
Só retornamos ao hotel no finalzinho da tarde e começo de noite, e repetimos a refeição noturna do dia anterior com algumas variações. Desta vez fomos com a nossa motocicleta até a famosa padaria.
A noite já ia alta quando retornamos ao hotel ávidos por uma boa noite de sono, já que o dia seguinte nos reservaria mais estradas e, consequentemente, mais aventuras que você poderá acompanhar em breve por aqui.
UM VÍDEO PELA CIDADE
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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Oi!
Gostei muito das fotos e matéria sobre a linda Castro!
Valeu por ompartilhar!