25/05/2019
Nosso roteiro da vez foi novamente pela Serra Gaúcha, na cidade de Caxias do Sul, a segunda mais populosa do Estado do Rio Grande do Sul. Vamos conhecê-la?
COMO CHEGAR
Para o visitante que parta de Porto Alegre o caminho mais simples é pela BR-116, embora existam muitas outras alternativas para esse deslocamento, algumas até mais rápidas. O total à ser percorrido será de 130km.
Já para aqueles que partirem de Curitiba a viagem será bem mais longa (570km), toda ela à ser feita pela BR-116, passando por Lages, Papanduva e Mafra.
O catarinense que viajar a partir de Floripa não terá menos kms para serem rodados (470km) e o melhor roteiro será seguir pela BR-101, até as proximidades de Terra de Areia, já no RS, e de lá derivar pela BR 453, passando por Itati, Tainhas e Lajeado Grande.
HISTÓRIA
As origens da cidade se deram como em tantas outras na região sul do nosso país, onde viviam nativos de várias etnias indígenas, lá, em especial, os kaingangs, que foram desalojados violentamente pelos bugreiros no governo do Segundo Império, para dar lugar a assentamentos de imigrantes europeus que fugiam de seus países.
Com esses novos latifúndios sendo criados, milhares de imigrantes estrangeiros se estabeleceram na região, principalmente os italianos, passando a cuidarem da agricultura, a maioria no cultivo da uva e na produção do vinho.
Outros povos como os alemães, franceses, espanhóis e polacos também se radicaram na região, formando suas comunidades, algumas delas existentes até os dias atuais.
A expansão maior da região se deu a partir da metade de século 20, com o sucesso das grandes lavouras de uvas e com a produção vinícola de qualidade, passando a ter uma importância maior perante ao resto da nação.
Porém, o apogeu de seu desenvolvimento se deu após o término da segunda guerra mundial, quando os ânimos entre os brasileiros e os estrangeiros restou apaziguada, vindo todos a trabalharem pelo bem comum.
Foi também a partir dessa época que se intensificou a busca pela cultura, com a criação de várias escolas de ensino superior, formando, consequentemente, uma qualidade de vida mais cômoda que gerou o crescimento que hoje se vê.
Se por um lado a grandeza da cidade se mede pela quantidade de moradores, bom que se diga que com esse crescimento demográfico vieram também a poluição, as favelas e a criminalidade, típicas dos grandes centros urbanos.
Fundada oficialmente em 20 de junho de 1890, só foi emancipada em 01 de junho de 1910, contando hoje com mais de 505mil munícipes distribuídos entre as áreas urbana e rural da cidade.
Uma cidade do porte de Caxias do Sul, no entanto, tem muita história para ser contada e não serão nessas minguadas linhas que daremos um ponto final nesse tema, ao contrário, sequer ínfima parte está sendo aqui contada, apenas para despertar o interesse do leitor, que certamente pesquisará mais.
A CIDADE
Caxias do Sul é uma grande metrópole encravada na Serra Gaúcha e, como toda grande cidade, está entrecortada por grandes avenidas que serpenteiam entre altos edifícios e um comércio intenso e diversificado.
Com sua vocação agrícola, o turismo enólico ainda é o mais tradicional da região e, nesse quesito, a Estrada do Imigrante é a rota preferida do turista com interesse nas vinícolas da Serra Gaúcha.
Lá encontraremos a essência da colonização italiana e, para os mais interessados, a Gruta da Terceira Légua se localiza em numa ramificação dessa estrada, escondendo seus belos paredões rochosos, uma cachoeira e a grande escadaria.
Por falar em vinícolas e parreiras, a Festa da Uva, realizada a cada biênio, é a principal festividade da cidade, trazendo ao público não só o vinho, mas uma amostragem geral da atividade culinária, industrial e comercial de Caxias do Sul, sempre regada com boa música e atividades de teatro, danças e distribuição gratuita de uva.
A religiosidade do povo caxiense está demonstrada em suas suntuosas igrejas católicas, já que estas ainda detém a preferência da maioria da população, muito embora tal quadro tenha sido alterado substancialmente nos últimos anos, com a presença maciça de muitas igrejas evangélicas.
CATEDRAL DE SANTA TEREZA
Localizada no centro da cidade, foi consagrada à Santa Tereza por gratidão dos imigrantes italianos para com a imperatriz brasileira Dona Tereza Cristina, esposa de D. Pedro II, que não só permitiu a imigração como reservou espaços de sobra para as colônias estrangeiras recém aportadas no Brasil.
Seu prédio é de grande importância histórica e foi construído com arquitetura clássica colonial, com formas amplas em estilo neogótico. Seu interior guarda ainda as relíquias artísticas dos primeiros tempos da cidade.
IGREJA DE SÃO PELEGRINO
Erguida inicialmente em suas terras por Raffaele Buratto em 02/08/1891, ainda como pequeno oratório dedicado ao santo, a igreja foi crescendo aos poucos, primeiro como capelas de madeiras, até ser oficialmente elevada à condição de paróquia, em fevereiro de 1942.
Com o crescimento da comunidade em seu entorno, em 1944 foi lançada a pedra fundamental para as obras da atual igreja, que foi inaugurada em agosto de 1953.
Sua fama ultrapassa aos intentos apenas dos católicos, pois abriga em seu interior grande acervo de obras de arte, especialmente os murais e pinturas de Aldo Locatelli e Emílio Sessa, o que atrai pessoas de todas as religiões (e até sem religião) em visitas constantes.
Em termos artísticos, as portas de bronze da igreja, por si só, já constituem obras primas de rara beleza, essas criadas por Augusto Murer, escultor italiano que as forjou na própria cidade. Seu peso é de aproximadamente sete toneladas e a abertura feita por motores elétricos.
Outras incontáveis obras de arte estão dispostas pelo templo e conhece-las todas pode ser bastante instrutivo aos apreciadores do bom gosto e da beleza pura.
IGREJA DA IMACULADA
Também conhecida como a Igreja dos Capuchinhos, a Paróquia Imaculada Conceição fica localizada fora do centro da cidade, nas proximidades do Quartel do 3º Grupo de Artilharia Aérea do Exército Brasileiro.
Sua construção começou a ser ensaiada a partir do ano de 1930, por dedicação dos freis capuchinhos que trabalharam para que a obra se realizasse, fato esse que ocorreu em dezembro de 1949.
Mas não ficou ai. Com a demanda de fiéis cada vez maior, havia a necessidade de ampliação da igreja ou a construção de uma nova. A segunda hipótese foi escolhida e a igreja que vemos atualmente é datada de dezembro de 1961.
Como diferencial temos que boa parte da mão de obra na sua construção veio da ajuda espontânea da população, mesmo assim as obras ficaram interrompidas por falta de verbas por quatro anos consecutivos.
NOSSA VISITA
Apesar da imponência da cidade, suas qualidades acolhedoras e termos amigos radicados por lá, estivemos em Caxias do Sul por apenas um dia, chegando pouco depois da hora do almoço, num dia muito frio; e deixando-a na manhãzinha do dia seguinte.
A primeira providência foi cuidar do estômago, mas para isso precisávamos encontrar um lugar seguro para estacionarmos a motocicleta no centro da cidade, já que quase todas as vagas para motos eram no canteiro central das avenidas, com espaço diminuto para a nossa moto.
Decididamente não caberia a moto naqueles espaços e, insistir seria temerário, pois fatalmente alguém colidiria com ela. Seguimos até encontrarmos o TONICO LANCHES, com um estacionamento próprio na medida da nossa necessidade, sem falar que lá fomos até reconhecidos por um leitor de nosso Portal.
Como já estávamos atrasados para o almoço, curtimos o “prato” mais pedido por lá: Churrasco no prato com pão e mais um monte de recheios especiais. Aderimos a pedida e nos fartamos prá valer, Tchê!
A tarde já ia alta quando decidimos correr pelas cercanias da cidade, buscando os lugares mais interessantes, principalmente a famosa igreja de São Pelegrino, destino mais que obrigatório para quem vai à Caxias do Sul.
Até o fim do dia conseguimos também visitar a Catedral de Santa Tereza e a Igreja dos Capuchinhos. O tempo não foi suficiente para conhecermos mais da cidade, como a Estrada dos Imigrantes, por exemplo.
Como toda a pressa na passagem pela cidade, nem conseguimos contatar nossa amiga Delma (não confundir com Dilma) que, não sabendo da nossa passagem surpresa por Caxias do Sul, estava no litoral do Estado, curtindo a cidade de Torres.
Escolhemos um hotel nas imediações do centro da cidade e lá pernoitamos confortavelmente, isso depois de uma bela refeição noturna, essa sim, regada a bom vinho da região.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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