20/10/2017
Barra do Ribeiro está sediada na região metropolitana de Porto Alegre e carrega consigo uma rara beleza interiorana, que encanta a quantos lá visitem. Vamos conhecê-la melhor?
Instalada a uma altitude de apenas 5m acima do nível do mar e com pouco menos de 15mil habitantes, a cidade faz parte da Bacia Hidrográfica do Rio Camaquã e é banhada pelas águas do “Lago Guaíba” e da “Lagoa dos Patos”, exatamente no ponto em que Lago e Lagoa confundem suas águas num imenso e único mar de água doce.
Embora livre dos folgueados da grande metrópole, a cidade é bastante dinâmica e conta sempre com grandes atrações típicas da cultura gaúcha, sem falar na constância das práticas esportivas aquáticas, numa das maiores bacias hidrográficas do Brasil.
Seu nome deriva-se do Arroio que remete suas águas ao grande lago, nas imediações da cidade. Embora em plena juventude com seus 58 anos de existência, tem seu povoamento ali instalado desde os idos anos de 1800.
Vale dizer que sua colonização primitiva deu-se com os elementos açorianos e, posteriormente, com os imigrantes poloneses, alemães e italianos que se instalaram no final daquele século, juntos trazendo grande influência na formação étnica do município.
A localidade conta com dois arroios (Araçá e Ribeiro), que além de contribuírem com a irrigação das lavouras, favorecem o atracamento de embarcações para a pesca artesanal e amadora, todos os dois podendo receber lanchas e barcos de médio porte.
O ponto mais alto da região está em terras de seu município e tem 383 metros de altitude. O Cerro da Cavalhada, como é chamado, permite visão periférica de 360º, com vista para várias cidades, incluindo Porto Alegre.
Barra do Ribeiro tem belas praias, tanto margeando o Lago Guaíba, quanto a Lagoa dos Patos, sendo o Morro da Formiga, ao sul da cidade, ponto de referência aproximado do lugar onde os dois se fundem.
RODANDO EM BARRA DO RIBEIRO
Nesse particular abrimos um parêntese para enaltecer a Lagoa dos Patos, a segunda maior Lagoa de água doce da América do sul, conforme descreve o Atlas da National Geografic, que além de servir para pesca e para os divertimentos aquáticos, ainda é via de acesso de navios de grande porte entre a cidade de Porto Alegre e o Oceano Atlântico, com o qual se liga na sua parte sul.
A praia mais famosa da cidade é a do “Canto das Mulatas”. Reza a lenda que os pescadores conseguiam retornar com suas embarcações em noites escuras, orientando-se pelo canto de suas esposas, que lavaram roupa na beira da lagoa.
A Praia da Picada foi a nossa escolhida para apresentarmos este City Tour em Barra do Ribeiro. O local não poderia ser mais agradável e bucólico, com um belo trapiche avançando ainda para o Lago Guaíba, ao noroeste e bem junto da divisa com a Lagoa dos Patos, numa imagem lúdica de tirar nosso folego.
Outra particularidade desta cidade é que ela é a sede da “Fábrica de Gaiteiros“. O que é isso? É um projeto voltado à sociedade com o objetivo de formar construtores e alunos de acordeão diatônico (gaita de oito baixos), instrumento quase tão difundido como o chimarrão aqui pelo sul do país.
A construção dos instrumentos atende não só as normas técnicas de fabricação de um acordeão de alto nível, mas também as do meio ambiente. A marcenaria e demais setores de produção estão instaladas na ampla e bem montada sede da Fábrica, em Barra do Ribeiro. Outras cidades como Guaíba, Porto Alegre, Tapes, Butiá, São Gabriel e Bagé mantém escolas com participação de crianças entre sete e quinze anos de idade, muitas delas sem condições financeiras para ter o instrumento.
O projeto audacioso é de iniciativa do músico gaúcho Renato Borghetti e seu Instituto de Cultura e Música, em parceria com Secretarias do Estado e grandes empresas. O objetivo maior é que o aluno construa (ou ajude construir) sua própria gaita e apenda a toca-la com o coração.
Para saber mais sobre o projeto, acesse o site oficial da Fábrica de Gaiteiros e assista aos vídeos institucional e de montagem do acordeão.
Para se chegar a Barra do Ribeiro é muito fácil. Partindo de Porto Alegre pela BR 116, em direção ao extremo sul do país, rodamos cerca de 50km até a confluência com a rodovia RS-709, que nos levou à sede do município num percurso de aproximadamente 12km.
Depois de conhecermos essa praia rumamos ao sul da cidade em busca da Lagoa dos Patos, mas preferimos não seguir contornando-a até a cidade de Tapes, por causa do acesso não ser asfaltado e ter muitos trechos de areia fofa.
O amigo leitor pode estar se perguntando o que nos impediria de transitar por uma estrada de terra como a que mencionamos, principalmente por estarmos sempre apresentando essas rotas alternativas em outras matérias, quando foram quase que caminhos principais. No entanto, neste projeto contornando a Lagoa dos Patos, a ideia era outra e não pudemos ter essa aventura extra por esses caminhos encantadores,.
Mas por certo não faltarão outras oportunidades para percorrermos essas trilhas especialíssimas em volta do imenso mar de água doce e, com certeza, voltaremos em breve com esse fim.
Acompanhe todo o percurso em volta da Grande Lagoa e nas cidades que por ela são banhadas, nos links abaixo relacionados.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
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