09/02/2018
Nosso City Tour da vez foi no Distrito de Milho Verde, caprichosamente sediada no caminho dos Diamantes da Estrada Real, entre as cidades de Serro e Diamantina, numa região onde a beleza encanta a primeira vista.
Pelo que mostra a história, a primeira denominação dada à localidade foi “Arraial de Nossa Senhora dos Prazeres de Milho Verde do Serro Frio”. Nome comprido? Mas na época se justificava perfeitamente.
Nossa Senhora dos Prazeres era a padroeira do local; Milho Verde vem do nome de seu fundador; e Serro Frio era o nome do município onde estava localizada a vila, que na época era Santo Antonio do Serro Frio e hoje apenas Serro.
Situado quase na nascente do Rio Jequetinhonha, a localidade conta com menos de 2mil habitantes e foi oficialmente instituída como uma comunidade há 161 anos, tendo originado da aglomeração de mineradores em busca de minerais preciosos, comandado pelo português Manoel Rodrigues Milho Verde
Mas há uma segunda versão para esse nome e que parece ser mesmo a mais acertada. Diz a lenda local que na época do desbravamento daquela região pelos bandeirantes, lá morava um senhor que só tinha a oferecer como alimento aos desbravadores o milho verde e, por gozação, o local foi apelidado como tal.
O vilarejo tem um modo de vida todo peculiar, com vasto casario dos tempos coloniais, igrejas antigas e é cercado pelas montanhas da Serra do Espinhaço que, juntamente com as várias cachoeiras das redondezas, fazem a alegria dos turistas.
Longe das modernidades dos dias atuais, Milho Verde veio a se tornar um dos ícones do Estado de Minas Gerais, o que de certa forma foi bastante impactante para a população nativa, já que novos moradores começaram a surgir por lá.
A história de nosso país também passa pelo pequeno Distrito, quer pelo fato dos primeiros diamantes das “Gerais” terem sido descobertos por ali, como por ser a terra de nascimento da lendária Chica da Silva, que veio ao mundo num pequeno lugarejo chamado de “Baú” e posteriormente foi batizada na Igreja Matriz de lá.
Além da igreja principal, Milho Verde apresenta uma igrejinha toda especial que parece até um mimoso presépio: a encantadora Igreja de Nossa Senhora do Rosário, construída em barro e madeira.
Para o turista o que não faltam são acomodações nas várias pousadinhas da região, tampouco atividades das mais variadas para curtir nas imediações da vila. Trilhas das mais variadas entre as rochas brilhantes do Espinhaço ou cachoeiras que estão pululando aqui e ali, muitas em nossa volta como a do Carijó, na beira da estrada, fazem com que a temporada de férias por lá seja no ano inteiro.
VÍDEO DE MILHO VERDE
Comida mineira? Uai, “ondjasiviu” um lugarzinho de Minas não ter sua tradicional comidinha caseira, com queijos, doces, cachaças, vinhos e licores de produção artesanal, principalmente nas épocas das frutas típicas da região?
A Associação Comunitária e algumas ONGs têm hoje um importante papel no Distrito, com iniciativas sócio-culturais-ambientais, produção de material de construção, creche e coleta de lixo, contribuindo para intermediarem a relação entre o turismo crescente e a manutenção da qualidade de vida da população.
As ruas ainda são em sua grande maioria sobre leito de terra batida, com poucas delas em pedras da região e menos ainda em blocos de cimento travados, que sempre ajudam nos períodos de chuvas, quando andar para ali é só para os fortes.
Passamos rapidamente por Milho Verde em direção de São Gonçalo do Rio das Pedras, já no finalzinho da tarde, o que nos impediu uma visita mais demorada no local, mas que certamente nos fará voltar em breve.
Seguimos em frente atravessando todo o Distrito e, em pouco tempo, retomamos a Estrada Real pois pretendíamos no dia seguinte seguirmos para Diamantina, que seria o destino final de nossa viagem.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos: Marcos Duarte
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