04/02/2017
Neste City Tour esteve na pequena e charmosa cidade de Pindorama, na região de Catanduva. A cidade tem pouco mais de 15mil habitantes e está a 380 km da capital paulista pela Rod. Washington Luiz. Vamos conhecer?
O nome da cidade por si só já revela grandeza e compromisso com o povo nativo brasileiro, já que antes da chegada de Cabral toda esta região da América do sul onde habitamos era chamada pelos indígenas de “Pindorama”.
Que significa? Pindorama era uma designação feita pelos povos tupis-guaranis sobre essa imensa terra livre de males, até que houve a “Invasão de Pindorama” descrita na cultura nativa, que na verdade significou a “descoberta do Brasil”, na nossa literatura tida como oficial. Pesquisando na internet é possível ver o encantador vídeo de “Palavra Cantada”, exibido na TV Cultura e que mostra o fim da era pré cabralina.
Se a “Grande Pindorama” indígena deixou de existir há cinco séculos, esta Pindorama paulista teve seu início há pouco mais de um. Segundo consta, os primeiros habitantes oficiais da cidade foram os “três caboclos”: Os irmãos Pedro, José e Francisco Gonzaga, únicos remanescentes de uma tribo indígena que foi exterminada pelas tropas do Exército Imperial, em 1864, quando tinham como destino a Guerra do Paraguai.
Com a pedra fundamental da cidade instituída foram chegando imigrantes de todas as partes do mundo, o que representou o crescimento populacional e econômico da região central do Estado de São Paulo e, em particular, de Pindorama.
Várias datas são lembradas com orgulho pelos pindoramenses. A chegada do primeiro trem as 16hs do dia primeiro de maio de 1910, inaugurando oficialmente a chegada da ferrovia, é uma delas.
RODANDO EM PINDORAMA
Entre as décadas de 20 e 50 houve o apogeu do progresso na cidade, destacando o agronegócio da cafeicultura em franco crescimento, apogeu esse que ainda resiste em alguns itens da cidade atual, como a bem montada biblioteca pública, com um acervo de mais de 50mil livros.
A Igreja Matriz de Pindorama é considerada um dos mais belos exemplares do estilo neogótico alemão levantados em terras tupiniquins, no entanto seu altar primitivo tinha os desenhos clássicos barroco, doado pela família de José Bonifácio e que foi trazido de uma igreja de Minas Gerais.
Outro orgulho dos pindoramenses é a pintura dos altares das capelas laterais da Matriz de Santo Antonio, executada pelo pintor italiano Francesco Walzacchi e os carrilhões de bronze doados pela comunidade espanhola e pelo Conde Francisco Matarazzo.
Para quem passa pela Rodovia Washigton Luiz seria legal dar uma atenção especial para seu km375, com o curto trecho de acesso até a sede de Pindorama. Lá, além de um descanso sossegado, um lanche ou refeição, o visitante vai se deparar com uma cidade organizada e limpa.
Aquele clima de sossego e quietude típica de uma cidadezinha interiorana se espalha por todo lado, exceto na “hora do trem”, quando os apitos estridentes não deixam a menor dúvida de sua passagem pelo município, já que ainda divide espaço entre as ruas e avenidas urbanas.
De qualquer forma é sempre gratificante “fazer tchauzinho” para o trem, mesmo que ele não responda o aceno alegre vindo de nossa parte.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
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