26/03/2018
Deixamos bem claro ao nosso amigo leitor que este City Tour foi feito na cidade paulista de São José do Barreiro, e não na localidade mineira encravada na Serra da Canastra. Mas se a busca for por aventura, aqui também o aventureiro não terá do que reclamar.
COMO CHEGAR
Para se chegar em São José do Barreiro é bastante simples. Se você parte de São Paulo é só seguir pela Via Dutra(BR-116) até a cidade de Queluz/SP por cerca de 250km e, se parte do Rio de Janeiro o trajeto até Queluz é de 200km pela mesma rodovia.
A partir daí serão 10km até Areias/SP, rodando pela via de acesso Deputado Nesrala Rubéns, e depois por mais 20km até São José do Barreiro, esse último trecho pela Rodovia dos Tropeiros (SP-068).
A cidade fica bem na borda da Serra da Bocaina e, se pudéssemos dar uma esticadinha de pescoço daria para vermos toda a Baía de Angra dos Reis e Paraty ali, bem pertinho, no sopé da mesma serra.
HISTÓRIA
Para o bem da verdade São José do Barreiros foi fundada por colonizadores, que desde o século 17 subiram a Bocaina a partir do porto do Rio Mombucaba, que faz a divisa entre Paraty e Angra dos Reis, que iam se fixando ao longo do caminho até as Minas Gerais.
Entre o começo e meados do século 18 foi construída a primeira capela em homenagem de São José. Já o topônimo “do Barreiro” vem por causa do constante atoleiro que se formava naquela região.
Com a chegada do ciclo do café no Brasil foram construídas na cidade inúmeras fazendas e casarões que ainda podem ser vistos por lá, um deles tendo servido de nossa pousada nos dias que lá estivemos.
Consta que a Fazenda Pau D’Alho recebeu D. Pedro em sua viagem para proclamar a Independência e é tombada como Patrimônio Histórico Nacional e Estadual desde 1968, sendo considerada um marco histórico do nosso país.
A SERRA DA BOCAINA
Mas o que nos levou para São José do Barreiro não foi só a rica história local, nem os lindos casarões, nem a pracinha encantadora, nem mesmo a passividade e honestidade do povo de quem podemos dar provas, já que recuperamos nossa câmera Canon deixada na praça por esquecimento, horas depois, intacta e protegida por cidadãos locais.
O que nos trouxe a São José foi sua conhecida vocação para o trakking, já que na cidade está a Portaria principal do Parque Nacional da Serra da Bocaina, com sua mata atlântica exuberante, suas inúmeras cachoeiras e sua exclusiva Trilha do Ouro, ainda com resquícios da pavimentação rústica do período colonial, quando era uma das rotas desse minério rumo aos portos cariocas, antes do envio à Portugal.
Com 104 mil hectares, o Parque Nacional da Serra da Bocaina (PNSB) é uma das maiores áreas protegidas da Mata Atlântica no Brasil e localiza-se em trecho da Serra do Mar, na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Por se estender desde altitudes superiores a 2.000m, na região serrana, até o nível do mar, no litoral fluminense, o PNSB apresenta paisagens diversificadas e grande riqueza de fauna e flora, incluindo espécies endêmicas e ameaçadas de extinção.
Dentre seus principais atrativos turísticos destacam-se o Caminho de Mambucaba (mais conhecido como Trilha do Ouro), as cachoeiras de Santo Isidro, das Posses e do Veado, a Pedra do Frade e a Praia do Caxadaço, etc.
A cidade de São José, por sua vez, está a uma altitude de 510m, tendo seu ponto culminante no Pico do Tira Chapéu, com 2.088m de altitude. Da entrada do Parque é possível ver uma paisagem magnífica todos os dias, com as nuvens brincando de pique-esconde com as montanhas, vales, rios e lugares de lá.
Ter um veículo off-road por lá parece até obrigação entre seus moradores e são vistos por todos os cantos. E não é para menos, além da topografia bastante acidentada da região, há centenas de eventos nas trilhas e matas que fazem desse veículo o mais indicado.
CURTINDO SÃO JOSÉ
A conversa estava ficando boa na cidade mas a aventura nem tinha começado ainda. Cuidamos de forrar bem os estômagos na noite fria do lugar com uma gostosa e bem servida pizza, pois os dias seguintes seriam a base de sacrifício, percorrendo a pé a Trilha do Ouro até a cidade de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
Assim fomos conhecer o “RANCHO”, que fica em frente a Matriz de São José e la pedimos uma pizza meio-a-meio, com os seguintes sabores: “QUATRO QUEJU… e Miguel Perêra é barrerense!” com “CÓ CÓ RI CÓ… o Jeca Tatú tá na roça!”.
Enquanto aguardávamos a iguaria, ficamos entretidos com o exótico cardápio com os nomes das pizzas e “fuçano as coisa pindurada nas parteleieras e nas paredis du Ranchu, mor que a gente já tava si acertandu tudinho cas pessoas di lá”.
Como visitamos a cidade em pleno inverno, saindo do Rancho passamos a percorrer as ruazinhas quase desertas da cidade naquelas horas da noite, chegando até visitar o sinistro cemitério dos escravos, sob o luar da lua cheia, e depois acabamos trocando mais um dedo de prosa no “Rock Café”, outra bem montada lojinha na praça principal que cuidam de servir um delicioso cafezinho da fazenda, quentinho, bem como artesanato local.
A noite já ia alta para aquela localidade, pois já se passava das 20h, quando resolvemos voltar a nossa Pousada, que também ficava num imenso casarão colonial assobradado da praça central, cuja parte inferior servia de lanchonete e sorveteria. Como quem está na chuva é para se molhar, apesar do frio não deixamos por menos e aproveitamos para tomarmos um gostoso sorvete de massa antes de nos recolhermos em definitivo.
Voltando aos aposentos preparamos a tralha para os dias seguintes e tratamos de dormir o mais breve possível, pois acordaríamos ainda de madrugada para a aventura programada.
Veja nosso passo a passo nossa aventura pela Trilha do Ouro, na Serra da Bocaina, em seus mínimos detalhes e programe-se para curtir mais esse paraíso de nosso país. (clique na imagem ao lado).
VEJA O VÍDEO QUE FIZEMOS EM SÃO JOSÉ
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
fotos e vídeos: Marcos Duarte, Denis Duarte e Roger Fliglie
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Boa tarde!
Exelente matéria.
Poderia me enviar os mapas por favor.
olá Haline. com prazer estarei enviando os mapas. aliás, já foi