21/12/2017
Nosso City Tour da vez ocorreu em São José do Norte, mas que tem tudo a ver com o sul, pois sediada no extremo sul do istmo que divide a Lagoa dos Patos com o Oceano Atlântico, no Rio Grande do Sul. Vamos ver?
São José está na conta das maiores cidades gaúchas em extensão, com mais de um milhão e cem mil quilômetros quadrados, mas no mapa parece uma “tripinha” segurando a Lagoa para não se fundir com o mar e vice-versa.
Mais de 90% de suas fronteiras são aquáticas, quer pela lagoa, quer pelo mar, só dividindo em terra seca ao norte, com a cidade de Tavares. São mais de 100km de praias planas e sem contornos do lado do mar, e mais de 140km de orla pela Costa Doce (Lagoa dos Patos), essa toda entrecortada de pequenas baías e pontais.
Entre essas duas “costas aquáticas” passa a Rodovia do Mercosul, mais conhecida como BR-101. É justamente nos arredores de São José do Norte que essa rodovia, com 4.658 quilômetros de extensão, tem seu final (ou início).
Se falamos lá no começo que São José do Norte parece uma “tripinha”, vista pelo mapa, estando lá podemos acrescentar que parece também uma “pizza” a julgar pelas suas altitudes, com a elevação média de apenas 4 metros acima do nível do mar. Assim nada impede de dizermos que São José é a cidade mais “fora de mão” do Rio Grande do Sul, pois dista 4,5km do centro comercial de Rio Grande, transitando pelo Ferry Boat que liga os municípios; ou 700km, se o trajeto for por rodovias. (vide mapa)
Chegamos a São José pela Balsa que a liga com a cidade de Rio Grande e, antes de tomarmos qualquer outra atitude, fomos procurar um adaptador de tomada usb para a moto, pois o nosso tinha pifado no caminho. Por coincidência encontramos o que procurávamos na loja do Paulo Soares, motociclista membro do MC Vento Sul e proprietário de uma Versys 650cc, que nos deu a maior atenção em sua loja.
Só depois fomos dar um “rolê” pelo centro da cidade, mas isso se resolve em pouquíssimos minutos, dado ao tamanho mignon de seu centro histórico. Por falar em história, foi aqui o berço do Almirante Tamandaré, só registrado como cidadão Riograndense pois na época São José era apenas uma vila daquela cidade.
Contornamos algumas ruazinhas e fomos parar em frente a Igreja da Matriz e, mais uma vez fomos abordados por alguns garotos na faixa dos seus 10/12 anos que quiseram saber mais sobre nossa motocicleta, nosso trabalho e se tínhamos vídeos no youtube para que pudessem assistir.
É legal saber que de alguma forma incutimos o senso de liberdade nas mentes desses garotos e garotas e aí vai também a nossa responsabilidade de sermos um espelho a refletir a verdadeira postura que deve ter o motociclista: irmandade.
O point da cidade é a região portuária. Ali afluem durante todo o dia centenas e centenas de pessoas que vão e vem da vizinha cidade de Rio Grande, que fica do outro lado da Lagoa. É interessante perceber que os pequenos rushs do local ocorrem de tempos em tempos predeterminados, com o atracamento das embarcações que transportam pessoas e as que transportam veículos.
RODANDO EM SÃO JOSÉ DO NORTE
Nem precisávamos comentar, mas uma vez mais aproveitamos a parada para repormos líquidos em nosso organismo e, de quebra, saboreamos um sorvete de saquinho vendido pelas adjacências.
Refrescados seguimos viagem, não sem antes voltar a Povoação da Barra para cruzar um dos marcos mais significativos da malha rodoviária brasileira: O MARCO FINAL da BR-101, junto ao Farol da Barra de São José.
Temos ainda que em São José ocorreu a batalha decisiva para o fim da Guerra dos Farrapos, acontecida na madrugada de 15 para 16 de julho de 1840, quando as tropas imperiais e os reforços chegados de Rio Grande fizeram com que os “farrapos” se retirassem definitivamente, mantendo íntegro o território brasileiro.
Curiosamente a cidade não tem um balneário atraente que possa encantar um turista, nem do lado do mar, que se restringe a Praia do Mar Grosso, com poucas habitações e estrutura, muito menos do lado da Lagoa, levando em conta que São José acolhe mais de 25mil habitantes em suas terras.
A economia da cidade gira em torno da agricultura, pecuária e pesca, mas também abriga um dos maiores Estaleiros do Brasil, no bairro de Cocuruto. Porém, para os aventureiros, trilheiros, trikers e outros interessados em natureza, terão uma imensidão de área quase nativa para explorarem.
De nossa parte tínhamos a missão cumprida ao conhecermos essa simpática cidade gaúcha, seguindo numa tarde fria, porém ensolarada, pela quase deserta BR-101, de vez em quando cruzando com alguns pequenos aglomerados de casas, notadamente as vilas do Estreito e do Bojuru.
E assim seguimos nosso destino daquele dia.
Acompanhe todo o percurso em volta da Grande Lagoa e nas cidades que por ela são banhadas, nos links abaixo relacionados.
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Texto e Edição: Marcos Duarte
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