11/05/2021
Quem passa pela BR-116, na altura do Rio Canoas, em Santa Catarina, não pode imaginar a beleza e a simpatia da pequena cidade de Correia Pinto, incrustada no planalto Serrano e vizinha do município de Lages.
HISTÓRIA
Com uma população pouco superior a 15mil habitantes, a cidade tem como seu idealizador o colonizador português Antonio Correia Pinto de Macedo, que fundou em 1766 um pequeno arraial nas margens do Rio Canoas, que era usado por tropeiros viajantes entre São Paulo e o sul do Brasil.
A localidade só ganhou ares de Distrito em 1920, porém, não é lá que se encontra a atual sede do município, mas em cuja área pertencia a cidade de Lages, só desmembrada em 1982 para a criação da então Correia Pinto da atualidade.
A CIDADE
Toda a economia local está baseada na fabricação de papel, com três grandes fábricas do ramo na cidade (Klabin SA, a Kimberly-Clark e a DMC).
Nesse contexto, a produção e comercialização da madeira (pinus e eucalipto), com grandes áreas de reflorestamento, agigantam ainda mais a economia da cidade, que está ao lado de uma das malhas viárias mais importantes do país.
Essa mesma malha rodoviária é de suma importância para recente atividade agropecuária, com produção de bovinos, e lavouras diversas, já que o município possui fonte própria de águas termais de grande vazão.
Em suas terras está sediado um aeroporto de boas proporções, que é administrado pela Infracea Controle do Espaço Aéreo, Aeroportos e Capacitação Ltda., numa área de quase 200Ha ao sul da cidade.
Nossa Senhora dos Campos é a padroeira de Correia Pinto e para ela foi construída, há pouco mais de 50 anos, uma Igreja da Matriz em concreto armado em ruas adjacentes do centro nervoso da cidade, sem a típica pracinha em frente, porém, com um lindo e bem cuidado jardim em seu entorno.
O esmero da Praça Domingos Rodrigues, num dos vértices de uma quadra que faceia a BR-116, só é igualado com o esmero da Av. Tancredo Neves, com gracioso canteiro central ornamentado de flores em alguns pontos.
TURISMO
Ainda que não seja o carro chefe da cidade em termos de economia, Correia Pinto tem como principais atrações turísticas, entre outras, suas águas termais e sulfurosas.
As primeiras são consideradas riquezas naturais ainda não exploradas pelo município, permanecendo num lençol térmico a 1.500 metros de profundidade, que aquece a água até 42º C.
Já as águas sulfurosas são recolhidas por turistas na beira do km 226 da BR-116, quando correm entre os rochedos.
Outro ponto de interesse, que não pudemos conhecer em nossa viagem é conhecida como Cascata do Cerro Pelado, lugar propício para prática de esportes radicais, com uma queda d´água de 35m que despenca de um paredão de quase 100m. Ideal para o rapel.
Há, também, um parque temático em homenagem a João Maria, monge conhecido na região como milagreiro e profeta. Com seus hábitos de andarilho e dizeres misteriosos, tornou-se um mito local.
O parque fica no Posto do Vinho, nas margens da BR-116, porém, já na cidade de Lages, com uma trilha de 500 metros para recordar algumas das passagens do profeta, cuja estátua de 3,5 toneladas está ali erigida, esculpida no arenito.
NOSSA VIAGEM
Estivemos em Correia Pinto quase que por acaso, numa de nossas muitas viagens ao sul do Brasil.
A primeira ideia era seguir em frente, sem pararmos, mas a fome apertou e não quisemos seguir até Lages para o repasto, já que estávamos bem atrasados para tal.
A princípio achamos que iríamos encontrar uma cidade singela e sem atrativos, mas nos surpreendemos favoravelmente quando passamos a percorrer suas ruas bem cuidadas, bonitas, e cheia de gente indo e vindo por toda parte.
A grande mescla entre as típicas casas em madeira, com as modernas recobertas de vidros e concretos, se harmonizam perfeitamente traduzindo aos nossos olhares extremo bom gosto, tanto que por lá nos deixamos ficar por algum tempo, não só em busca da refeição benvinda, mas para curtir melhor cada recanto da cidade.
RODANDO EM CORREIA PINTO
Depois de algum tempo deixamos definitivamente Correia Pinto, seguindo nosso destino daquele dia.
COMO CHEGAR
Para os aventureiros que partirem de Florianópolis o percurso será de 255km, quase todo ele a ser percorrido pela BR-282, até a cidade de Lajes, com curto trecho pela BR-116.
Já para aqueles que iniciarem suas viagens partindo de Porto Alegre, poderão rodar exclusivamente pela BR-116, num percurso de 360km, porém, há várias outras alternativas que poderão ser mais viáveis, dependendo da vontade do viajante.
O paranaense da capital também poderá fazer uso exclusivo da BR-116 para chegar em Correia Pinto, seguindo, entretanto, no rumo sul, num percurso de aproximadamente 330km.
Para aventureiros de outras localidades o mais indicado é fazer uso de um bom guia rodoviário, sabendo, de antemão, que há muita facilidade para se chegar lá.
Se você já conhece a região, tem alguma crítica ou sugestão para fazer, envie-nos um comentário a respeito. Será muito útil para nós.
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EDITORIAL
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