09/10/2018
Conforme prometemos na matéria veiculada em março deste ano, com o título Travessia da Trilha do Ouro, aqui estamos nós, pessoalmente, passando por todas dificuldades da Serra da Bocaina, considerada pelos esportistas como o paraíso do Trekking no Brasil.
A LOGÍSTICA DO EVENTO
Se na versão anterior nossa equipe de duas pessoas atravessou a Bocaina em três dias, enquanto uma terceira ficou no suporte rodoviário, neste ano a equipe toda, de quatro pessoas, atravessaria a Bocaina com uma noite extra sobre o pico do Gavião, a 1600 metros de altitude e em quatro dias corridos.
Partimos de São Paulo em direção de Angra dos Reis seguindo pela Via Dutra até Guaratinguetá. Dali em diante descemos a serra pela famosa rodovia Cunha/Paraty, até chegarmos na BR-101.
A partir de Paraty seguimos pela BR/101 até a Vila de Mambucaba, exatamente na divisa entre as cidades de Paraty e Angra dos Reis. Da vila seguimos pela Estrada do Sertão de Manbucaba, que adentra a mata até o Parque Nacional da Bocaina, rodando até as proximidades seu final, na “ponte de arame”.
O destino da vez era o Sítio Sabiá, de propriedade de Oséas, que mantém uma pousada rústica para os aventureiros da Bocaina, bem como serve refeições, promove resgates e até acompanha aventureiros pela serra, sozinho ou com o auxílio de mulas que podem ser locadas ali mesmo.
O trecho da Estrada do Sertão, a partir da Vila de Mambucaba, tem cerca de 15 km de terra batida, muitos deles em precárias condições de tráfego, mas de uma beleza indescritível, passando por vários cursos d´água ao longo do trajeto.
Recepcionados por Oséas, tratamos de jantarmos um feijão com arroz e peixe frito e, antes de nos recolhermos, mantivemos os últimos contatos com a civilização através do sinal de internet, que ele fez questão de levar até nós do modo mais inusitado que conhecemos até agora: num carrinho de pedreiro.
O leitor pode estar surpreso de termos dirigido exatamente para o “fim” da jornada, ao invés de irmos ao “começo”, como tradicionalmente se faz.
Porém, desta feita preferimos deixar o veículo com todas as nossas coisas seguras no Sítio Sabiá, contratando o Oséas para nos levar com seu veículo até a cidade de São José do Barreiro, onde começaríamos a jornada pelo seu modo tradicional.
A SUBIDA PARA O BARREIRO
Assim combinados, deixamos o Sítio Sabiá pela manhã do dia seguinte, depois de saborearmos um café da manhã simples, mas providencial. Oséas nos levou em sua pick-up kombi até sua casa na Vila de Mambucaba e, depois, até São José do Barreiro num confortável e estiloso Vectra.
Partimos da Vila pela BR-101 por cerca de 40km, até o lugar chamado Jerumirim, passando a rodar daí em diante pela BR-495 (RJ-155). Atravessamos as cidades de Lídice e Rio Claro, indo até a confluência com a RJ-139, num trecho aproximado de 58km entre montanhas, curvas e estrada estreita.
Desse ponto em diante seguimos pela RJ-139 em direção de Bananal e Arapeí, cidades essas já no estado de São Paulo e próximas de nosso destino daquele dia. Esse último trecho tem cerca de 80km, porém não mais em subidas íngremes, mas mantendo-se as estradas estreitas e as muitas curvas.
Ao todo rodamos com o Oséas pouco menos de 200km, mas com um tempo bastante longo, dado as dificuldades da estrada. Computado desde a partida do sítio até a cidade de São José do Barreiro, levamos mais de cinco horas para concretizarmos esse trajeto, com parada para lanche na cidade de Lidice.
EM SÃO JOSÉ
Em São José do Barreiro repetimos o mesmo que fizemos na última vez, ou seja: Hospedamos no mesmo casarão colonial, sendo recebidos pela proprietária como “velhos amigos”, e curtimos outras gostosas pizzas (duas) no Rancho.
Nem variamos nos sabores, repetindo-as com suas nomenclaturas exóticas: “QUATRO QUEJU… e Miguel Perêra é barrerense!” e “CÓ CÓ RI CÓ… o Jeca Tatú tá na roça!”.
Finalmente encerramos a noite no Rock Café, ali mesmo na praça principal, não só para curtir as coisas boas que lá são servidas, mas para combinar com seu proprietário Roger a “carona” no dia seguinte até a Portaria do Parque da Bocaina, que fica a 27km do centro da cidade.
Com tudo acomodado e já vestidos com a roupa e a tralha da viagem que faríamos, fomos dormir cedo, pois também muito cedo acordaríamos no dia seguinte.
SOBRE A TRILHA
A Trilha do Ouro é uma travessia da Serra da Bocaina e da Serra do Mar que possui, ainda, boa parte de seu piso coberto por pedras colocadas por escravos nos fins do século XVIII. Antes da febre do ouro nas Minas Gerais a trilha era apenas uma picada na mata, utilizada por indígenas.
Com a necessidade de achar sempre caminhos novos para o escoamento do ouro brasileiro para a metrópole portuguesa, evitando-se assaltos, os tropeiros oficiais promoveram a “pavimentação” da trilha para a passagem de tropas com animais de carga carregados com o precioso minério.
Também serviu a trilha para escoamento do café, após o declínio da mineração, mas tal durou pouco por causa da construção de estradas menos precárias. Hoje a trilha é utilizada em quase sua totalidade por mochileiros e aventureiros de todo Brasil e do mundo, em busca das riquezas naturais que o trecho oferece.
Em alguma parte do percurso é possível e permitido o tráfego de veículos automotores, porém, os melhores adaptados para a empreitada são sempre os 4 x 4. Em todo caso não é possível que tais veículos, mesmo as motocicletas, completem a totalidade do trajeto.
PRIMEIRO DIA
Nosso grupo partiu imediatamente para a caminhada logo após a chegada na portaria do Parque Nacional da Bocaina, tão logo cumpriu o regulamento, apresentando os documentos e autorizações para a travessia. Bom saber que, apesar do rigor para se entrar no Parque pelo lado paulista, não há, do outro lado, qualquer registo ou posto que certifique a saída do visitante.
O mês era julho, o dia era o décimo segundo e a hora não passava das 6:30h. A manhãzinha estava extremamente fria, com muita névoa no ar e resquícios de geada sobre a relva próxima da portaria.
Com nossa tralha devidamente distribuída pelo corpo e com toda a roupa de frio vestida, seguimos os primeiros passos da travessia, ainda endurecidos em todas as entranhas. Não abrimos mão nem das luvas e nem das balaclavas nesse começo de caminhada.
O início do trajeto coincide com a cabeceira do Rio Mambucaba, ainda pequenino nas imediações da portaria do Parque, seguindo-o até próximo ao seu final, já um rio de porte e que servia de porto para a esquadra Portuguesa, nos tempos do Brasil Colônia.
De resto seguimos nesse dia como foi relatado na outra matéria, passando pela Cachoeira de Santo Isidro, a 1km da portaria; da prainha formada ao pé dessa cachoeira, onde só os corajosos (ou loucos) se atrevem a curtir suas águas geladas nessa época do ano; e terminamos o dia junto da antiga Fazenda das Posses e cachoeira do mesmo nome.
A surpresa do percurso ficou por conta de vários macacos sob os pinheiros que, intrigados com nossa presença, passaram a atirar pinhas sobre nós. Lindo de se ver.
Andamos o dia todo sem qualquer tipo de pressa antes de chegarmos na antiga Fazenda, local onde pernoitaríamos naquele primeiro dia, depois de armarmos nossas barracas e cuidarmos do nosso jantar: Arroz e feijoada de lata. Ótimo para um dia cansativo.
Enquanto parte da equipe tratou de montar o acampamento e preparar o local para a fogueira, a outra parte cuidou de conseguir os gravetos para o fogo e da colheita de água na cachoeira perto dali.
Como numa viagem dessas não precisamos nos privar de tudo, um dos membros de nossa equipe levou farinha de trigo já preparada para fazermos “pão no espeto”. E não é que deu certo?
O detalhe é que não devemos deixar qualquer tipo de lixo nos locais por onde passamos, e o nosso lixo seguiu conosco até a Fazenda Barreirinha, onde fomos autorizados pelo proprietário para deixa-lo lá.
A noite fria, sem nuvens e sem lua, já que era a fase da lua nova, permitiu uma imagem lúdica da via láctea que, sozinha, iluminava a escuridão total de onde estávamos e remetia nossos pensamentos ao imaginário.
ACAMPAMENTO PRIMEIRA NOITE
SEGUNDO DIA
Neste segundo dia tivemos muitas mudanças em relação a travessia do ano anterior, já que nosso destino atual era subir ao Pico do Gavião para pernoitarmos lá em cima, e não apenas visitarmos rapidamente, como da outra vez.
Depois de nosso desjejum, com leite achocolatado, cappuccino, ovos cozidos e pão com salame, seguimos nossa caminhada daquele dia.
O leitor pode perguntar como levar tantas coisas numa aventura dessas, mas tudo é bem mais simples que imaginamos. Costumamos embalar leite em pó com açúcar, com café ou com chocolate em porções individuais para um copo e preparamos ao nosso gosto esse desjejum.
Os ovos, por sua vez, são levados frescos e embalados, um a um, em plástico bolha e papel filme, de forma a mantê-los bem acondicionados em nossas mochilas, para não quebrarem. Ovos crus duram bastante tempo.
Iniciamos a caminhada por volta das 9h da manhã e seguimos sem nenhuma intercorrência pela floresta, de vez em quando desviando nossas atenções neste ou naquele ponto de interesse, ou para tomarmos água ou comermos alguma coisa.
Sabido que lá no alto do Pico do Gavião, a 1600m de altitude, não há água para ser colhida; e com a notícia da existência de muito vento sobre a montanha, achamos melhor prepararmos e consumirmos neste dia nossa refeição antes de subirmos, evitando eventuais transtornos com uma fogueira que pudesse causar estragos e, eventualmente, um incêndio na floresta.
Pouco antes das 15h chegamos na Fazenda Barreirinha, onde fomos de imediato providenciar nosso almoço.
Como sempre, parte da equipe cuidou de limpar o local e montar o “fogão” com pedras, enquanto os outros cuidavam de colher gravetos e retirar da tralha os alimentos e utensílios para preparamos a refeição.
O menu do dia seria macarronada de espaguete “al dente”, com molho de tomate e calabresa frita em cubos, coberto com parmesão.
Seria foi realmente a palavra correta, pois um dos membros de nossa equipe, responsável por adquirir as iguarias para essa refeição em particular, comprou a calabresa defumada já vencida de muito tempo que, somada com o tempo decorrido de nossa viagem, inutilizou-a por completo.
Resultado? Macarronada só com molho e parmesão em cubos. Foi o que deu para arranjar.
Terminada a refeição era hora de “lavar a louça”, reorganizar as mochilas, colher toda água possível e rumarmos para o topo do Pico do Gavião, antes que o dia terminasse.
Partimos do Barreirinha pouco depois das 16h:30m e passamos a subir a estreita trilha no meio da mata que nos levaria ao nosso destino.
Para quem pudesse nos ver nessa empreitada, diria que éramos apenas um pontinho na imensa mata que cobre a Serra da Bocaina.
Chegamos ao topo com o sol se pondo quase que por completo, mas a tempo de montarmos ligeiros nossas barracas, ainda com a luz vespertina.
O Pico do Gavião está a 1600m de altitude, donde se tem uma visão privilegiada das baías de Angra dos Reis e de Paraty.
Se na noite anterior o zimbório apresentava-se maravilhoso, nesta noite, estando nós agora num dos pontos de menor luminosidade do planeta, diríamos que estava divino. Um convite a viajarmos mentalmente à cada uma daquelas bilhões de estrelas luminosas no firmamento.
Antes de nos recolhermos definitivamente em nossas barracas, por causa do frio que intensificava cada vez mais, ficamos muito tempo ao relento, observando o céu deitado em nossos colchões.
TERCEIRO DIA
Como é sabido que tudo que sobe, uma hora desce, tratamos de acordar bem cedo na manhã desse terceiro dia de travessia, não só para apreciar o nascer do sol naqueles “altos”, mas também para que a caminhada daquele dia rendesse.
Depois do nosso tradicional “café da manhã” desmontamos o acampamento e tratamos de fazer o caminho inverso, rumo de volta a Fazenda Barreirinha, de onde retomaríamos a travessia usual da Bocaina.
Com a experiência obtida na última empreitada, não tivemos dúvidas sobre o trajeto a ser cumprido em todas as suas etapas.
Já no sopé da montanha cuidamos de repor nossos cantis com água fresca e voltamos a caminhar em direção da Cachoeira dos Veados, em cujas imediações acamparíamos naquela terceira noite.
Esse trecho já é mais acidentado e, de barranco em barranco, de riacho em riacho, chegamos na Fazenda Palmirinha, que também é uma pousada rústica, mas seguimos em frente sem nos determos.
Também é nesse trecho que podemos observar parte da trilha original ainda intacta, feita em pedras e que orientam nosso percurso.
Já no finalzinho da tarde chegamos nas proximidades da Cachoeira dos Veados, mas não tivemos tempo possível para explora-la naquele dia que se findava.
Assim sendo, parte de nossa equipe foi até as quedas d´água da cachoeira, enquanto a outra parte ficou cuidando da montagem do acampamento e preparação de nosso terceiro e último jantar naquelas paragens da Bocaina.
Por sorte encontramos uma velha grelha de assar peixe que serviu perfeitamente como parte de nosso “fogão” naquela noite, depois de rodeada com pedras.
Nosso último “kit jantar” seria preparado assim que todos se reunissem e aguardamos a chegada das pessoas que tinham ido olhar de perto a cachoeira.
Risoto com tudo o que ainda restava nas mochilas foi o cardápio daquela noite, que prometia ser também bastante fria, já que estávamos acampados quase nas margens do Rio Mambucaba e ao lado de uma das mais altas cachoeiras da Bocaina.
Para completar nossa pequena ceia, nada melhor que marshmallow na ponta do garfo e aquecido no fogo. Foi essa a surpresa da noite antes de dormirmos.
Nessa noite a visão do céu já não teve o mesmo esplendor das noites anteriores, visto estarmos em região mais próxima da civilização, consequentemente com poluição luminosa que, mesmo distante, era capaz de alterar a visão da abóboda celeste.
ÚLTIMO DIA
Acordamos cedo nesse último dia, mas dessa vez não havia por parte de nenhum de nós, a preocupação com resgate ao final da jornada, já que o fim dela era exatamente o Sítio Sabiá, onde estava nosso veículo e as nossas coisas.
O desjejum foi como nos outros dias e em pouco tempo desarmamos o acampamento e seguimos em frente, cruzando a ponte pênsil sobre o Rio Mambucaba.
Uma preocupação, no entanto, era visível no semblante dos dois membros de nossa equipe que fizeram esse trajeto no ano anterior: a dificuldade do piso com muitos declives, atoleiros e pedras, que entravaria muito a caminhada, principalmente com o cansaço que já batia em nós.
Guiados por esses dois membros veteranos, cruzamos sem dificuldades esses percalços e em pouco tempo chegamos até a Cachoeira da Memória, mais volumosa que as anteriores, dado aos afluentes que o Mambucaba vinha recebendo, momento a momento.
Finalmente chegamos nas famosas “pontes de pedras” que, embora não fossem novidade para os membros da equipe que já fizeram essa trajetória, eram muito esperadas por nós outros, pela visão das fotos e vídeos que tinham feito anteriormente.
Porém, estar ali presente, vendo aquela obra prima da trilha ao vivo, feito na época do ciclo do ouro, não tem preço que pague. A vontade era de ficar por muito tempo, explorando cada pedra sobreposta, cada nicho por onde passam as águas, cada solução arquitetônica aplicada naquelas pontes.
O tempo, porém, urgia e seguimos em frente para encontrarmos o local adequado para o nosso quarto almoço, que desta vez seria apenas o lanche trivial com pão, salame, queijo, sementes secas (nozes, castanhas, passas, etc) e água.
Pouco tempo depois nos acomodamos ao lado de um riacho que vinha da montanha e cuidamos de comer e descansar para a descida final, até o fim da trilha.
Uma vez alimentados e prontos para retomarmos a jornada, não mais pararíamos até chegarmos ao Sítio Sabiá.
Já era próximo das 15h e tínhamos muito caminho pela frente. Desse ponto já podíamos ver os rochedos do outro lado do Mambucaba, bem como pequenos sítios de cultivadores de bananas, o que demonstrava que estávamos próximos do fim da trilha.
A última atividade que ainda nos aguardava era o cruzamento de um grande afluente do Mambucaba, que poderia ser transposto pelas pedras, mais rapidamente, ou por uma ponte pênsil, construída perto dali. Optamos pela segunda alternativa.
E de passo em passo, em pouco tempo chegávamos a famosa “ponte de arame”, marco final da Trilha do Ouro pela Serra da Bocaina. Dali até o Sítio Sabiá seriam apenas quatrocentos metros.
Para dizer a verdade, parece que esses quatrocentos metros finais foram os mais difíceis que toda a viagem de quatro dias pela Trilha do Ouro. Não víamos a hora de chegar e parecia que não acabava nunca.
DE VOLTA AO SABIÁ
Ainda com bastante gás para queimarmos chegamos ao Sítio do Oséas e a primeira providencia foi tirar as mochilas das costas e sentarmos por uns instantes no gramado.
Enquanto Oséas foi preparar nosso jantar, como já tínhamos combinado na ida, levantamos para ajeitamos toda a tralha no veículo para partirmos logo em seguida.
Depois de tomarmos o cuidado de lavar mãos e rostos, fomos curtir um arroz com feijão com peixe, batatas fritas e salada de palmito nativo.
Talvez pela frugalidade de nossa alimentação durante os dias da travessia, pouco comemos do “banquete” que Oséas nos ofereceu.
Depois de acertarmos nossas contas e das despedidas finais, deixamos o Sítio Sabiá já no crepúsculo do dia, rumando incontinenti para a cidade de Angra dos Reis, onde nos hospedaríamos na Pousada do Alemão para mais alguns dias de aventuras, agora pelas águas azuis de um dos lugares mais lindos do mundo.
Mas essa é outra história que contaremos com exclusividade para você.
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30 RECOMENDAÇÕES IMPORTANTES
Para os aventureiros de plantão essas recomendações podem não ser novidade alguma. De qualquer forma, se essa é sua primeira aventura, ou uma das primeiras, é bom dar uma boa estudada nelas antes de partir.
- Em primeiro lugar não vá para uma trilha sem um mínimo de preparo físico, pode ser perigoso;
- Se tiver dúvidas sobre o trajeto ou a segurança, é sempre útil contratar um guia experimentado para leva-los, embora não seja obrigatório na Trilha do Ouro;
- Antes de qualquer outra providência, ao entrar na mata respeite o meio ambiente e os moradores locais, eles estão em casa, você não;
- A melhor época para essa trilha é entre os meses de maio a agosto, por ser época de menos chuvas, porém com temperaturas mais baixas; Os perigos do verão são as chuvas repentinas e violentas e os insetos;
- Leve tudo que precisar dentro da mochila e evite levar algo nas mãos que não seja o bastão ou algo parecido (preferência dois bastões);
- Como nenhuma mochila é 100% impermeável, leve suas roupas e coisas que não possam molhar em sacos plásticos ou recipientes estanques. É mais seguro;
- Não deixe de levar (e usar) luvas, repelente e protetor solar; Boné com proteção de nuca e óculos de sol também vão ser muito úteis;
- Evite levar alimentos em latas. Pesam mais e você terá que trazer de volta as latas vazias, pois não há lixeiras pelo caminho e ninguém fará isso por você;
- Caminhe seguro entre as 8h e 16h. A noite cai cedo na floresta e pode ser perigoso caminhar fora desses horários;
- Leve dinheiro trocado, pois você poderá precisar;
- Não leve e não use bebidas alcoólicas ou drogas. Sob o efeito dessas substâncias os perigos aumentam consideravelmente;
- Por outro lado não esqueça os remédios contínuos, os curativos e aqueles que acham que possam se utilizar em alguma emergência, mas sem exageros;
- Dentre os alimentos procure levar sementes do tipo amêndoas, nozes, castanhas, além de frutas secas. São energéticas e não estragam;
- Alguns tipos de linguiças e embutidos defumados podem ser levados em embalagens individuais e só abertas, uma a uma, na hora do uso. O mesmo serve para pequenas porções de arroz, macarrão ou o que desejar;
- Se for levar ovos, procure leva-los frescos, bem embrulhados em saco bolha. Um ovo cozido pode ser um veneno dois dias depois.
- Leite, café, achocolatado e açúcar podem ser acondicionados em pequenas frações de uso unitário, em saquinhos fechados para serem abertos conforme o uso;
- Se pretender cozinhar os alimentos pode levar uma bisnaga de álcool gel, vai ser muito útil. Uma pequena leiteira com cabo de madeira será bem-vinda e de fácil utilização para tudo;
- Lembre-se de não fazer fogueira na mata, pode causar um incêndio e a primeira vítima pode ser você;
- Abra as chamas em pequenos fogareiros, se levar contigo, ou em pequenas fogueiras no meio de clareiras, rodeada com pedras que nunca faltarão por lá;
- Mantenha sempre a tela do mosquiteiro fechada na barraca para evitar inconvenientes durante a noite e guarde tudo dentro dela, não deixe nada para fora.
- Cuidado com os carrapatos nos descampados e pastos;
- Se for levar celular, filmadoras, máquinas fotográficas ou qualquer outro equipamento eletrônico, lembre-se que lá não haverá onde recarrega-los. Nesses casos use-os com cautela se quiser aproveitar deles em todo o percurso e compartilhe as fotos entre os amigos;
- Para as caminhadas use roupas leves e não muito apertadas, para não prejudicar os movimentos;
- Como a floresta é bastante úmida em todas as épocas do ano, levar uma capa ou roupas impermeáveis pode ser uma boa pedida;
- Ainda para essas caminhadas o melhor é levar consigo sempre aquela botina velha, que já está acostumada em nossos pés, do que aquela novinha, que estamos estreando. Nossos pés agradecerão;
- Independente de quantas pessoas façam parte de sua caravana, não dê o passo maior que a perna e caminhe sempre dentro de suas características, não forçando para alcançar os apressadinhos, sob pena de não conseguir concluir o trajeto;
- Cuidado ao atravessar os muitos rios da Trilha do Ouro, além das pedras escorregadias. O Mambucaba tem trechos com forte correnteza. Não saia da trilha ou não perca-a de vista;
- Em qualquer época do ano que vá não esqueça de levar um agasalho quente, pois as noites sempre serão frias nas montanhas;
- Quando for fazer suas necessidades fisiológicas, faça longe dos rios e cursos d´água e sempre enterre o papel utilizado;
- Como todo bom aventureiro que se preze, jamais esqueça de levar um bom canivete multiuso ou facão, bem como um isqueiro ou algo para abrir fogo. São itens de vida ou morte.
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(ou peça-nos gratuitamente o arquivo em PDF)
OBS: No caso da Trilha do Ouro, se não fizer uma logística igual a que narramos, não se esqueça de combinar com alguém para lhe resgatar lá em Angra dos Reis, pois você estará em local desolado, longe da civilização e de difícil acesso.
Com essas recomendações, somadas a tantas outras que outros aventureiros vão lhes indicar, esperamos que tenham um bom aproveitamento de sua próxima aventura.
E então? Já marcou a sua?
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Não gostou? envie-nos suas críticas ou sugestões, estaremos prontos para atende-los.
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Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte, Denis Duarte, Roger Fliglie e Mara Dalila
Mapas: Denis Duarte
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Boa noite.
por gentileza, gostaria do pdf da trilha do ouro. sera que poderia nos compartilhar?
Muito obrigado
Boa noite. Pode nos passar o seu e-mail para que possamos mandar, ou podemos usar esse mesmo que está aqui “ale_hide@hotmail.com”?
Bom dia,
Vc ainda tem o contato do Sr. Oseas? Estou querendo fazer a trilha em outubro e achei boa a opção do translado que ele faz até São José do Barreiro.
Bom dia Lúcio. em primeiro lugar obrigado por acompanhar nossa matéria e a convidamos para se inscrever também em nosso canal do Youtube, onde guardamos todos os vídeos de nossas matérias. Quanto a sua pergunta, informamos que o Oséias tem uma pequena pousada/camping quase na boca da Trilha do Ouro, em Angra dos Reis (pousada Sabiá) e pode ser contatado por este telefone: (24) 9-9953-6749. Esperamos tê-lo ajudado. Grato.
Boa noite, parabéns pela aventura e ótimo relato. Poderia me passar os PDF´s dos mapas por favor?? vou fazer a travessia este mês também. Email: all.lopesfamily@gmail.com
Li o relato da sua primeira viagem e amei li o segundo e tenho certeza que tenho que ir mesmo conhecer esse local, me tirar uma duvida !!! Quantos Km deu a percurso saindo da portaria até a ponte de arame, vc tem mais ou menos a ideia ???
Se puder me mandem os mapas no meu whataspp (11) 953454601 Obrigado
Desculpe a demora. O percurso entre a portaria do Parque até a ponte de arame, já no final do percurso, deve ser de aproximadamente 40 a 50km. o mapa vamos te mandar nesse e-mail que consta aqui neylombatista@icloud.com. Agradecemos o comentário.