Em dupla é melhor: Neste mês de abril o Portal D Moto acompanhou o casal Miriam e Luis Antonio na Estrada do Vinho, em São Roque, mostrando que eles são motociclistas que curtem suas máquinas em todos os dias da semana.
Num sábado ensolarado esperamos Miriam e Luis num posto de combustíveis da Rodovia Castelo Branco, logo na saída de São Paulo. O objetivo era entrevistar o casal e acompanha-los num bonito passeio na região de São Roque, a 70 km da capital.
Não tardou muito e ambos chegaram com suas motos: duas Yamahas de 250cc, uma Fazer e uma Teneré. Travamos os primeiros cumprimentos rápidos e nos pusemos logo na estrada. Conversaríamos melhor em nosso destino.
Seguimos tranquilos até o trevo logo depois de Araçariguama e, em pouco, tempo já estávamos cruzando o bonito portal da entrada de São Roque. Curtir suas largas avenidas e ruas históricas foi a primeira meta e cumprimos de pronto.
Depois de cruzar toda a cidade chegamos na Rodovia Raposo Tavares, exatamente onde começa a Estrada do Vinho, caminho bucólico entre vinícolas, adegas e recantos gastronômicos de todos os tipos e para todos os gostos.
Serpenteamos entre muito verde e o fim do caminho era exatamente onde iríamos. Lá fomos recepcionados pelo Fabiano, gerente do “Restaurante Vale de Vinho”, recanto gastronômico que nos cedeu o espaço necessário para nossa entrevista “em família”.
É claro que não ficamos só na conversa e, entre perguntas daqui e respostas dali, saboreamos um delicioso filé a parmegiana com tudo que se tem direito, sem esquecer de trazer para casa uma garrafa do vinho feito ali mesmo, um Cabernet Sauvignon. O descanso aconteceu ao lado do lago e escolhendo um bom vinho para levarmos para casa.
ELA
Miriam Neves pilota há mais de 12 anos, tendo aprendido a pilotar numa 125cc com amigos, na Bahia. Não teve recriminação alguma de seus pais ao aprender a pilotar, ao contrário, era uma necessidade para ir à escola. “Morava no interior da Bahia, num povoado no sertão mesmo, nas proximidades de Xique Xique. Tive que aprender na raça e até hoje não se usa capacete por lá”.
Mudando-se para São Paulo surgiu uma oportunidade de trabalhar de moto, mas sentiu bastante dificuldade ao pilotar no trânsito intenso. Foi aqui que aprendeu a pilotar de verdade, habilitando-se há cerca de 10 anos.
Trabalhando com sua moto, atualmente percorre cerca de 100km todos os dias e até agora só sofreu um pequeno acidente. “Nada grave, levei uma fechada e caí”, foi o que nos contou.
Contou-nos, ainda, que sempre sai equipada pois tem medo de cair e não estar preparada, ou de se machucar. Jaqueta, botas, calças jeans e luvas sempre usa, mas roupas especiais de segurança só tem a jaqueta e as botas, afirmando que as botas quase nunca usa. (Confirmamos isso hoje mesmo).
Casada, tem um filho de 4 anos que já “está no caminho certo”. O garoto acaba ficando com a tia quanto precisam viajar de moto, o que ocorre uma ou duas vezes ao mês. Quando conheceu o marido ambos já pilotavam. Hoje tem uma Fazer 250, mas já teve motos 125 e 150cc.
Miriam contou-nos que tem dificuldades de encontrar roupas “para mulheres”. Acha até que a jaqueta que está vestindo é bem masculina. “O máximo que tenho visto são roupas tidas como “unissex”, que na verdade não veste a mulher como deveria, são improvisações das roupas masculinas, já que o corpo da mulher é bem diferente da do homem”.
ELE
Já Luís Antonio, com seus 51 anos de idade, pilota há cerca de 32 anos. Hoje tem uma Teneré 250, mas já teve muitas motos, elencando para nossa equipe algumas como: CB 450, CB 200, Bros e CG 125, Fazer 250, entre outras.
Luis é sargento aposentado e trabalhou com motos na ROCAM. “Era complicado. Apesar de todo o aparato como sirene, giroflex corria-se um risco enorme por conta do trânsito de SP. O pessoal não respeita e fechava, mesmo sendo policial e estando com todo o aparato ligado”. Imagine nós então, Luís!!!
Nos seis anos que pilotou na polícia, sempre na região do Butantã ou Ipiranga, só sofreu um tombo. Lá pilotou a Tornado e a Lander 250, além da XT 225, porém, como motociclista paisano sofreu alguns tombos e dois acidentes não graves, envolvendo carro/motocicleta.
Disse que pilotar como policial é muito diferente do que pilotar como um motociclista comum, que só se preocupa com o trânsito. “Na função de policial tinha que prestar atenção em meliantes, acidentes e outras coisas que deveria intervir de imediato. Chegar de imediato, parar de imediato, abordar pessoas de imediato. Requer-se o triplo da atenção”.
E complementa: “Para ser um motociclista da ROCAM, primeiro se faz um teste de afinidade com motos, para ver o quanto o candidato tem de domínio da máquina. Só depois de passar por esse teste que estará apto a fazer os cursos especiais de aperfeiçoamento”.
Segundo Luís Antonio, apesar dele e de sua esposa terem idades e formações diferentes como pilotos, se dão bem e sempre estão trocando experiências ente si. A cada viagem, novos aprendizados.
Quanto a segurança pessoal Luis foi direto: “Depois de alguns tombos e ralados nas mãos e cotovelos, passei a adotar o uso do equipamento de segurança. Nunca mais saí sem luvas, jaquetas e capacete, faça chuva ou faça sol. Botas nem sempre fazem parte do uso diário”.
Embora não seja mais policial, ainda exerce uma atividade no ramo da segurança e nesse trabalho, também com moto, chega a pilotar cerca de 90km diários, tudo isso no trânsito caótico da grande São Paulo.
O filho pequeno não permite que o casal realize viagens longas, mas na medida do possível eles tem curtido passeios agradáveis pelas cidades mais próximas, viajando uma ou duas vezes em cada mês. Foi o caso deste final de semana que curtimos em São Roque.
Depois de tudo restou-nos a estrada de volta para nossas casas. Roupas recolocadas, cabelos presos, a estrada estava de novo à nossa espera. O Portal D Moto agradece ao casal pela acolhida neste final de semana e espera novas oportunidades de viagens em breve.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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