07/09/2018
Felixlândia, a 200km de Belo Horizonte e margeando a Represa de Três Marias, no Rio São Francisco, é a cidade visitada nesta edição do City Tour .
Dá até para enrolar a língua, mas o morador de lá se chama “felixlandense”. Com pouco mais de 15mil habitantes a cidade é considerada a joia da BR-040, já que margeia essa rodovia que cruza toda a Minas Gerais, partido do Rio de Janeiro com destino a Brasília.
COMO CHEGAR
Para quem parte do Rio de Janeiro com destino a Felixlânadia, rodará pouco mais de 620km para chegar até lá, trafegando exclusivamente pela BR-040, o mesmo percurso para quem parte de Belo Horizonte.
Já para o capixaba de Vitória, o percurso será de 735km, sendo a melhor das opções pela BR-262 até Ouro Preto, seguindo daí pela BR-356 até que se funda com a BR-040, na região Metropolitana da capital mineira.
Essa distância é aproximadamente a mesma para o aventureiro que parta de São Paulo, seguindo para BH pela BR/116 e seguindo depois pela BR-040.
HISTÓRIA
A história de Felixlândia parece que ainda está por ser escrita, já que nem mesmo o site oficial da Prefeitura de lá traz alguma elucidação mais completa.
Como coube a nós pesquisar por conta um pouco dessa história, porém sem as técnicas necessárias para tanto, perguntamos aqui, fuçamos ali e ouvimos acolá algumas coisas que, montadas, pode ser um começo.
As primeiras informações deram conta que a primeira população lá se formou ao lado da capela, construída nas proximidades do Ribeirão do Bagre, isso por volta do ano de 1762.
Descobrimos, ainda, que quem doou as terras para a construção dessa capela foi o padre Felix Ferreira da Rocha, que morava em Sabará, na Fazenda do Bagre.
Com a construção da capela, o nome da comunidade que se formou ao seu lado passou a se chamar oficialmente “Arraial do Bagre”.
Como a dita capela era consagrada a Nossa Senhora da Piedade, em 1842, quando o local foi elevado a distrito, teve como nome Distrito de Piedade do Bagre.
E assim perdurou até o ano de 1948, quando finalmente o distrito foi emancipado, instalando-se ali a cidade de Felixlândia, em homenagem ao Padre Felix.
A boca miúda soubemos que os moradores de lá eram chamados jocosamente de “bagres” nas populações vizinhas, fato esse que só se amenizou com a mudança do nome do distrito para o da cidade.
Dizem, ainda, que é arriscado por lá chamar alguém e bagre, e que isso pode causar briga das “brabas”. Deus nos livre disso.
Mas avançando em nossas pesquisas, percebemos que Felixlândia não foi criada por causa de exploração do ouro ou algo que o valha, como era comum nas Minas Gerais, mas pela fé da população nos temas religiosos, fato esse que perdura até os nosso dias, onde a maior festa de lá é realizada em homenagem a N. S. da Piedade, padroeira da cidade.
As festividades sempre acontecem no mês de Agosto e esse que passou não foi diferente, reunindo milhares de fiéis e visitantes de cidades vizinhas.
As famosas barraquinhas com as comidas típicas, a cavalgada e os shows, além do desfile oficial e passeio ciclístico são as principais atrações, encerrando-se o evento com a procissão.
A cidade ainda cultiva outros festejos de cunho religioso, como a folia de reis no mês de janeiro e festas típicas festas juninas, sempre com esse espírito despojado e alegre do povo mineiro.
Atualmente a economia de lá está lastreada na pecuária e agricultura, como acontece em todo o entorno e, para não dizer que por lá não há exploração mineral, a pedra ardósia é extraída para sua comercialização, o que ajuda e muito na economia municipal.
TURISMO
Com tanta religiosidade oficial, o turismo que mais prevalece por lá é mesmo o religioso. Mas, desde a construção da Barragem e Represa de Três Marias, as terras do município, agora parcialmente alagadas, deram um outro “up” na economia, dessa vez no quesito lazer.
A pouco mais de 50km da sede de Felixlândia vamos encontrar a Ilha do Mangabal, que na verdade nem sempre é ilha já que as vezes, dependendo das cheiras da represa, ela se une com a margem, formando um trecho de terra quase seco.
É lá onde o agito da cidade acontece. É lá onde a vida noturna com suas pousadas, com seus restaurantes, lanchonetes e vários outros points imperam.
É lá, também, que encontramos a meca dos esportes aquáticos da região e o refúgio de muitos pescadores, já que a infraestrutura local também está preparada para eles, com suas tralhas e seus equipamentos, seus barcos, etc.
VISITANDO FELIXLÂNDIA
Conhecemos Felixlândia numa tarde ensolarada, mas com previsão de chuvas no final dia, chuva essa que realmente começou a chegar enquanto atravessávamos o Rio São Francisco, com destino a Morada Nova de Minas.
O que mais chamou nossa atenção, ainda na rotatória da BR-140, foi uma espécie de viveiro de pássaros no meio do canteiro, que na verdade tratava-se de um sui-generis altar, expondo a imagem da Pietá, santa que protege a cidade .
VÍDEO TOUR EM FELIXLÂNDIA
Uma via de acesso de mão dupla de 3km liga a rodovia BR-040 ao centro da cidade, mas cuidado com os veículos, bicicletas, cavalos e charretes que adentram a via sem muito cuidado, saindo dos sítios e casas da região.
A cidade é bem organizada e limpa, embora a poeira vermelha insista em avançar sobre a pavimentação asfáltica de lá, e isso não há como se conter.
Contornamos as ruas principais e fomos conhecer o famoso Santuário da Piedade, no centro da cidade, instalada numa bonita e aconchegante Praça, bem no coração da cidade.
Predominam em Felixlândia as construções térreas, com alguns poucos edifícios de três ou quatro pavimentos no máximo, porém com suas ruas bem arborizadas, providencialíssimo para o excessivo calor da região.
O comércio é acanhado, mas bem diversificado, podendo suprir bem aos moradores e visitantes que se aventuram por lá e, no nosso caso, supriu maravilhosamente bem com um gostoso frapê de coco, que foi um bálsamo sob aquele sol escaldante.
Sorvemos a gostosura ali mesmo, na mesinha junto a calçada, acompanhado, é claro, de um pãozinho de queijo, só para variar.
Com a tarde chegando e os poucos horários disponíveis no Ferry boat que usaríamos logo a seguir, para completarmos nossa viagem daquele dia, deixamos a cidade, rumando novamente pela BR-040.
Gostou da matéria? Faça um comentário e envie-a aos seus amigos.
Não gostou? Envie-nos então suas críticas ou sugestões.
CLIQUE AQUI PARA VER TODAS AS FOTOS
CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
conheça também: