16/09/2019
Florianópolis, sediada principalmente na Ilha de Santa Catarina e capital do estado com o mesmo nome, é a cidade destaque nesta edição de nosso City Tour.
COMO CHEGAR
Para o aventureiro que partir de Curitiba, o melhor caminho é seguir em direção do litoral pela BR-376, até a cidade de Garuva, quando passará a rodar pela BR-101, que retoma seu curso nesse trecho. Ao todo serão 310km de percurso.
Já o gaúcho que partir de Porto Alegre, terá como a melhor opção seguir pela BR-290, em direção da cidade de Osório, e dali em diante seguir no rumo norte da BR-101. O trecho total tem cerca de 460km.
Para os viajantes e aventureiros que partirem de outras localidades o ideal é seguir os mapas rodoviários, levando em conta as capitais anteriormente mencionadas.
HISTÓRIA
Os vários sítios arqueológicos, com pinturas rupestres, encontrados na ilha principal e na parte continental, dão indícios de povoações antigas que remontam a 4,8mil anos AC.
Já a história moderna tem seu início a partir do século 16, com a chegada dos primeiros europeus na região, e com a escravização dos índios Carijós pelos colonos portugueses.
A ilha já era ponto de abastecimento de água e alimentos desde o início do século 16, quando as embarcações seguiam em direção da baía do Rio Prata
Porém, o início de seu povoamento só se deu pelo ano de 1673, com a chegada do bandeirante Francisco Dias Velho e seus familiares, formando um núcleo populacional denominado Nossa Senhora do Desterro.
Desterro, como se chamava a localidade, só foi promovida à cidade devidamente emancipada em 24 de fevereiro de 1823, tornando-se, então, capital da província de Santa Catarina. Foi a partir dessa época que passou a receber melhorias como o Porto, os prédios, as vias públicas, etc.
O atual nome originou-se a partir da revolta armada contra o governo republicano recém empossado, que redundou na renúncia do Marechal Deodoro da Fonseca.
Porém, outra revolta foi desferida logo em seguida, essa contra o Marechal Floriano Peixoto, que assumiu a presidência como vice de Deorodo, mas não cumpriu os mandamentos da Constituição promulgada, deixando de promover as eleições gerais no país.
Como os catarinenses contribuíram com muita determinação nessas revoltas, as tropas de Floriano contiveram os revoltosos, mandando executa-los todos.
Nessa época existiam em Desterro grande contingente de pessoas favoráveis ao presidente, mesmo ele não honrando suas obrigações presidenciais, pessoas essas que passaram a denominar a cidade como “Florianópolis”, ou seja: Terra de Floriano, nome esse que dura até os dias atuais.
A CIDADE
São pouco mais de 500mil florianopolitanos que compõem a população de Florianópolis, a maior parte concentrada na Ilha de Santa Catarina, seguido pelo contingente que habita a sua parte continental e um pequeníssimo número em ilhas da região.
A concentração imobiliária predomina na parte continental, com 100% de sua área tomada por grandes ruas e avenidas, apesar da menor quantidade de edifícios e população em relação a grande ilha.
Mas quando se fala sobre Florianópolis, muita gente desconhece a existência dessa parte continental do município, entendendo estar na capital catarinense só depois de transpor a Ponte Ivo de Campos, que a tempos substituiu a famosa Ponte Pênsil Hercílio Luz, únicas vias de acesso terrestre à ilha.
Essa ligação com a parte continental se dá praticamente no meio da ilha, que tem aproximadamente 51km de norte a sul, em linha reta.
É justamente nesse ponto de acesso ao continente que está sediado o centro administrativo e comercial da cidade de Florianópolis, notadamente o Palácio do Governo, os órgãos públicos, os shoppings, os hospitais, os museus, etc.
Mas não para aí. Toda a Ilha de Santa Catarina pode ser explorada a partir da área central, próximo do continente, seguindo-se ao norte, rumo as praias de Canasvieiras e Ingleses; ao sul, rumo a Tapera e Ribeirão da Ilha; ou cruzando o centro da ilha, em direção à Lagoa da Conceição, Praia da Joaquina, etc.
A parte mais edificada da ilha fica junto às praias ao norte e ao nordeste, ostentando áreas habitacionais com estruturas invejáveis que, juntas, são maiores que o centro da cidade.
Já o sul da ilha é tomado por pequenos condomínios e bairros residenciais menos populosos e mais sossegados, reinando sempre o clima de tranquilidade, mesmo nas altas temporadas.
UM VÍDEO TOUR PELA CIDADE
A parte mais radical da ilha encontra-se nas imediações da Lagoa da Conceição, com mar aberto e grandes ondas, o que leva para lá o surf e os esportes mais radicais, tanto no mar como na lagoa, na serra e nas alvas dunas de areia.
No quesito turismo o aventureiro tem muito o que escolher. Que tipo de turismo quer experimentar por lá? Praias? História? Surf?, Vela? Lanchas? Trilhas? Dunas? Mergulho? São mais de 100 praias registradas na cidade.
PRAIA BEIRA MAR
A Avenida da Beira Mar Norte, que estende-se por cerca de 4km, segue desde a Ponte Hercílio Luz até a Ponta do Recife. É o top da ostentação por lá.
Um grande calçadão circunda a praia calma da Baía Norte, com toda a infraestrutura necessária para o turista aproveitar a tranquilidade da areia, sem perder o conforto de shoppings, grandes lojas, hotéis e restaurantes de luxo, bem como com muitos estacionamentos públicos gratuitos ao longo da orla.
PRAIA DE CANASVIEIRAS
Com certeza é um dos cartões de visitas mais procurados da cidade. Embora sediada ao norte da ilha e mais próximo do mar aberto, ainda está localizada na Baia Norte e, por isso, tem suas águas calmas.
A infraestrutura é extremamente completa, ainda que não desfrute do luxo que encontramos na praia da Avenida Beira Mar Norte.
Graças ao grande afluxo de turistas do Brasil e dos países do cone sul, em alta temporada os atendentes precisam contorcer para se fazer entender em dois idiomas.
Devido a grande distância da praia até o centro da cidade (28km), o balneário funciona como uma cidade autônoma, contando com serviços de saúde, polícia, supermercado e comércio regular.
PRAIA DOS INGLESES (ZINGA)
Também conhecida como “zinga”, é um dos destinos mais movimentados da ilha e não só no verão. Infinitamente maior que a Praia de Canasvieiras, não só na extensão das praias, tem sua infraestrutura imobiliária dezenas de vezes maior.
Ainda que diste 33km do centro da cidade, a Praia é autossuficiente para dar conta do público visitante. Shopping Center, bares, restaurantes, hotéis, pousadas, casas noturnas e um forte comércio garantem o conforto por lá.
Suas várias praias, algumas imensas, são todas voltadas ao mar aberto e não para a Baía que se estende entre a ilha e o continente.
Apesar disso, parte de suas praias tem a calmaria de “Canasvieiras”, e parte ostentam ondas fortes como da “Praia da Joaquina”, propiciando a prática do surf e outros esportes.
São duas as dunas por lá. A maior tem longo trecho de aproximadamente 7km do norte ao sul, com cerca 300m de largura; a menor e mais famosa fica perto da “Praia do Santinho” e o esporte preferido nela é o sandboard (skibunda). É só alugar as pranchas e pronto.
LAGOA DA CONCEIÇÃO
Segundo o site oficial de Floripa, a primeira freguesia da cidade foi fundada junto dessa lagoa, existindo, ainda hoje, algumas construções bem preservados do período colonial.
A imensa “Lagoa da Conceição”, com cerca de 12km de comprimento e média de 1,5km de largura, localiza-se a meia distância entre o norte e o sul da ilha, na mesma linha do centro da cidade.
Bom que se diga que a “Lagoa da Conceição” é, na verdade, uma Laguna, já que tem contato direto com o mar, fazendo com que suas águas sejam salobas: ora mais salgada, ora mais doce.
Reunindo no mesmo lugar praias paradisíacas, dunas, montanhas, trilhas e a grande laguna, o lugar passou a ser unanimidade em termos de Turismo.
Ainda que o visitante se hospede em outras regiões da Ilha, certamente reservará algum tempo para conhecer a lagoa e seu entorno.
Nas águas salobas é possível desfrutar de banhos, passeios de pedalinho, escunas, caiaques e botes, além das caminhadas por trilhas e piquenique.
Para fomentar tudo isso nas altas temporadas, o visitante poderá contar com vários shows artísticos, boa gastronomia e esportes para todos os gostos.
Não é demais aproveitar para conhecer um pouco da história de lá, principalmente visitando o “centrinho antigo”, com seu casario colonial.
Para se chegar até lá é bem fácil para quem estiver no centro comercial de Florianópolis. Serão apenas 8km para à rodados pela SC-404, cruzando exatamente o centro da ilha pelo Mirante da Conceição
PRAIA DA JOAQUINA (JOACA)
Essa praia ”é o que há”. Pelo menos é assim que dizem os aficionados pelas altas ondas e pelo mar “forte”, ótima para se praticar o “surf de verdade”.
Suas águas, geralmente geladas, já foram “dropadas” por grandes nomes do surf mundial desde os anos 70, tendo sido largamente utilizada para grandes competições nacionais e internacionais.
Assim como na Praia dos Ingleses, há também por lá dunas que são famosas, e o “skibunda” é um convite para aqueles que não querem se arriscar nas ondas fortes do mar
No geral a “Joaquina” é uma praia rústica, onde não é possível entrar com o veículo. No entanto, a infraestrutura de sua parte principal atende bem aos visitantes, normalmente menos dependentes de várias mordomias, já que em sua maioria são esportistas.
PRAIA MOLE
Essa sim oferece mais conforto aos frequentadores. Lá se pratica um surf mais suave, para iniciantes, além de esportes praianos típicos.
Pelas suas características, a Praia Mole é o lugar ideal para a badalação, para exposição de corpos atléticos, para paqueras e, inclusive, é considerado um point expressivo da paquera LGBT.
Mas para quem não está nem aí para todas essas “socialidades tidas como pueris”, pode aproveitar das encostas rochosas para a prática de voo livre e, diga-se de passagem, a visão deve ser magnífica lá do alto.
A dificuldade ao voo na região se prende ao vento forte e inconstante, o que pode causar acidentes aos “passarinhos menos experientes” com seus apetrechos.
Apesar de toda essa beleza, a Praia Mole é considerada uma das praias mais perigosas de lá, recebendo muitas ocorrências de arrastamento e afogamento.
Seu nome já diz tudo, já que boa parte dos acidentes acontecem por causa da “areia mole” da praia, e mesmo no mar, o que faz com que apareçam e desapareçam buracos sob os pés a todo instante.
Devido a peculiaridade dos esportes desenvolvidos na “Praia Mole” e, principalmente, na “Joaquina”, o cuidado deve ser redobrado àquele que pretender levar ou deixar crianças soltas por lá.
RIBEIRÃO DA ILHA
A vila de Ribeirão da Ilha fica no extremo sul da ilha, a cerca de 20km do centro da cidade. O acesso é feito pela Rodovia Aderbal Gomes da Silva, rente a Baía Sul.
Ir para lá é voltar no tempo. O casario colonial, construído entre os séculos 18 e 19, tem origem açoriana nos moldes de pequena cidade interiorana, com as casas alinhadas beira mar e a Praça principal, com a tradicional igrejinha.
O lugarejo ainda é morada tradicional de pescadores e cultivadores de moluscos, embora a vila tenha se expandido sobremaneira, recebendo outros moradores não só ali, mas também em em toda a região sul da ilha.
FORTALEZA SÃO JOSÉ
Projetada para a defesa do continente, a fortaleza foi concluída em 1744 e abandonada em 1777, após a invasão espanhola, só sendo restaurada a partir de 1938, quando foi tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional.
A Fortaleza fica localizada no norte da ilha, a 25km do centro da cidade por via terrestre. Mas é possível chegar à ela por mar.
O turista pode visita-la em qualquer dia da semana, mas convém se informar com antecedência para não perder a viagem.
Lá poderemos ver a fortificação como um todo, o quartel da tropa, a casa do comandante, o paiol de pólvora, a capela de São José, a fonte de água e a praia do forte.
Essas edificações tem hoje usos diversos, servindo como salas de exposições, artesanato, shows, etc.
PONTE HERCÍLIO LUZ
Com mais de 819 metros de comprimento, 5mil toneladas de aço, e mais de 14mil metros cúbicos de concreto, é uma das maiores pontes pênseis do mundo.
Projetada e praticamente toda construída nos Estados Unidos, a ponte começou a ser montada no Brasil no final de 1922 e concluída em 1926, com dezenove técnicos norte americanos e operários brasileiros.
Na época de sua construção Florianópolis ainda não estava consolidada como capital do estado, concorrendo com Lages por essa primazia. Todavia, por devoção de Hercílio Luz, então governador do estado e que fez construir a ponte pênsil, a sede administrativa do governo catarinense se firmou na ilha.
A ponte foi fechada por medida de segurança em 1982, servindo atualmente apenas como obra para o embelezamento da cidade e está tombada como patrimônio histórico e artístico
O mirante, situado em sua cabeceira insular, proporciona uma das mais belas vistas panorâmicas do centro de Florianópolis. Na área também estão situados o Museu da Ponte e o Parque da Luz.
CATEDRAL METROPOLITANA
Dedicada a Nossa Senhora do Desterro é a sede da arquidiocese de Florianópolis desde 1908.
O suntuoso templo substituiu a primeira capela dedicada a Santa, construída em pedra e cal no ano de 1712.
Exatamente como no passado, a Praça que dá acesso para a igreja continua sendo o principal ponto de encontro da sociedade local.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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