20/10/2017
Este é um CITY TOUR especial que fazemos em Porto Alegre, uma das mais importantes e belas capitais brasileiras, terra abençoada que se mantém forte como um baluarte das esperanças de nosso país.
Com seus 1,5 milhões de habitantes, Porto Alegre está situada exatamente ao norte da Lagoa dos Patos, muito embora não seja banhada por ela, mas sim pelo Lago Guaíba. Seu movimentado Porto recebe navios de grande porte, com um diferencial entre os outros portos do mundo: o “mar” é de água doce.
Por falar em “Lago Guaíba”, a ciência não tem como definitiva tal nomenclatura, haja vista que para ser lago necessitaria estar cercado por todos os lados, o que não ocorre aqui.
O “Guaíba” recebe suas águas dos rios Jacuí, Caí, Gravataí e dos Sinos, bem como de vários outros Arroios, e despeja-as na Lagoa dos Patos, com a qual está intrinsecamente fundido, sem seção de continuidade.
Mas isso não ajuda muito, pois a “Lagoa dos Patos”, por sua vez, também tem sua classificação equivocada, se não pelos mesmos motivos do Lago Guaíba, pelo fato dela manter contato diretamente com o mar, pelo “estreito” existente entre as cidades de Rio Grande e São José do Norte; e ainda para a Lagoa Mirim, pelo Canal de São Gonçalo.
Porém, sendo o Guaíba Lago, Lagoa, Laguna ou Rio, o certo que Porto Alegre está para o Guaíba assim como o Guaíba está para Porto Alegre e não se fala mais nisso.
Da mesma forma que boa parte das cidades vizinhas mais antigas, POA se constituiu as custas da chegada de casais açorianos em meados dos anos 1700 e, depois, já no século 19, com os imigrantes italianos e alemães. Em menor escala a cidade também recebeu, nos primórdios de seu desenvolvimento, espanhóis, africanos, poloneses e libaneses.
O crescimento populacional passou a ser cada vez mais intenso e a grande metrópole, contando com as cidades circunvizinhas que compõe a Grande Porto Alegre, abrigam hoje mais de 4,5 milhões de pessoas que vivem na segunda maior capital verticalizada do país, enfrentando os problemas mais comezinhos como o alto custo de vida, a falta de habitação, a poluição, a criminalidade, o trânsito caótico, etc.
Mas, a despeito desses problemas que afligem todo o mundo moderno, Porto Alegre tem sido elogiada efusivamente como uma das melhores (senão a melhor) metrópoles em qualidade de vida do país, com dados aferidos pela ONU, IBGE e algumas instituições internacionais.
O que mais chama a atenção do restante do país e do mundo, quando o assunto é Porto Alegre, são as tradições folclóricas. O gaúcho em si é tido com um respeito todo especial, principalmente aqueles que mais representam o Estado com suas calças largas, lenços no pescoço, botas e o inseparável chimarrão, a quem também nós rendemos homenagens e passamos a aprecia-lo, aqui mesmo em São Paulo.
Em nossa curta passagem pela capital rio-grandense visitamos o Porto, no Guaíba, e depois jogamos conversa fora com moradores de rua na Praça dos Três Poderes. Que gente agradável, mesmo estando ali, desvalidos da sorte e num frio medonho daqueles.
Uma dessas pessoas nos deu o suporte necessário naquela Praça: O Ederson, guardador e carros e sem moradia fixa. Foi ele que nos passou todas as informações que precisávamos com seu jeito simples, mas com o conhecimento de quem sabe do que fala. Obrigado Ederson por colaborar para o engrandecimento desta matéria.
RODANDO EM PORTO ALEGRE
Enquanto conversávamos com o rapaz, um automóvel particular estacionou ao nosso lado e seus passageiros começaram a distribuir lanches e café com leite quentinho para aquelas pessoas, que recebiam essa dádiva com bastante educação e respeito. Até nós nos servimos das guloseimas oferecidas gentilmente por essas pessoas “do bem”.
Para os forasteiros como nós, bom que se diga que a Praça dos 3 Poderes é a Praça da Matriz da cidade, ou, oficialmente, a Praça Marechal Deodoro. Localizada no centro histórico, foi ali que demos o pontapé inicial simbólico no nosso projeto “Abraçando a Lagoa dos Patos“.
Deixando aquele lugar rodamos pelas ruas circunvizinhas, voltando então para a região do Porto. No trajeto aproveitamos para curtir os portais da belíssima Igreja N. Sa. das Dores, mas não pudemos parar como pretendíamos, já que bem em frente do templo está sediado o Terceiro Comando Militar do Sul, com muitas guaritas fortemente protegidas por soldados armados.
Como tínhamos ainda toda uma tarde pela frente, continuamos contornando aquelas ruazinhas estreitas até entrarmos pelas Avenidas Mauá e João Goulart, para contemplarmos a antiga Usina do Gasômetro, hoje transformada no maior centro cultural da cidade.
O dia de nossa visita a POA coincidiu com um final de semana, o que ajudou muito a trafegarmos sem problemas pelas ruas normalmente congestionadas pelo trânsito. Assim, depois de deixarmos o Gasômetro seguimos ainda na avenida até o Parque Maurício Sirotsky Sobrinho, também chamado de Parque da Harmonia. Lá equivale ao nosso Ibirapuera aqui de Sampa e é o lugar de passeio com as crianças, namorada, cachorro e…. chimarrão. A avenida é interditada nos finais de semana e não ficamos muito tempo.
Seguimos novamente em direção da área central da cidade e acabamos parando de vez no Parque Farroupilha, carinhosamente chamado de “Redenção” pelos gaúchos. Lá curtimos uns petiscos deliciosos e um passeio pelo gramado, com direito a foto junto com um autêntico gaúcho tradicional e também com o guardador de carros, que fez questão de subir em nossa motocicleta.
A recepção na capital rio-grandense superou nossas expectativas. Por azar, não conseguimos contato com antigos amigos de lá, mas ficam aqui nossos agradecimentos ao João Paulo Cauduro Filho, advogado e duas vezes campeão brasileiro de fotografia subquática, também chamado por nós de “Dive Master”, e a amiga Sônia Golubcik, também advogada, mas que estava de veraneio na cidade de Torres.
É claro que surrupiamos algumas imagens de POA feitas por esse nosso amigo gaúcho, para ilustrar esta matéria, já que não tínhamos o tempo necessário, tampouco a competência para fazermos fotografias como ele faz. Agradecemos desde já as fotos enviadas.
Voltando ao assunto do Parque Redenção, lá existem vários barzinhos e barracas de artesanato que dividem o espaço com uma grande área arborizada, com faixas para as bikes, pedalinho no lago, coretos e um lugar agradabilíssimo para o porto-alegrense passar com sua família descansando, curtindo a natureza e… o chimarrão.
Ah o chimarrão! Não pudemos comprar um naquele final de semana, já que nos informaram que a cuia deve ser de qualidade e uma boa bomba pode ser comprada em lojas de produtos finos ou joalherias. Aceitamos os argumentos e compramos um kit numa cidade vizinha: uma cuia e uma bomba em inox, que veio numa bonita caixinha.
Na hora da compra sentimos como se estivéssemos no “Beco Diagonal” comprando nossa varinha mágica, como acontece no primeiro filme de Harry Potter. Num estojo alongado, contendo uma bomba de inox com traços modernos, cuja ponta podia ser desrosqueada para higienização, recebemos nossa aquisição. O mate foi presente de amigo.
Nos perdoem os mais puristas gaúchos mas, em nossas andanças pelo Brasil fomos, ao longo dos tempos, agregando costumes de diversas localidades dos rincões da pátria e, aqui de volta na capital bandeirante, Chimarrão com Pão de Queijo não podem mais faltar. “Uai tchê, que tem isso de mais meu rei?”
Com o passar do tempo tratamos de nos acomodar num clássico hotel na parte histórica de Porto Alegre, só dando uma pequena saída durante a noite, para o jantar. Evidentemente circulamos com nossa motocicleta pelos recantos mais bonitos da cidade, agora iluminados com o glamour que merecem.
Um pouco da riqueza portalegrense pode ser vista nas fotografias que nos foram cedidas pelo amigo Paulo Cauduro. Imagens lúdicas e comoventes, daquele que olha com amor seu torrão natal e sabe, como ninguém, transportar à película tudo aquilo que a retina vê e o coração sente.
Tatatatáááá tá tááá!. Acordamos bem cedo no dia seguinte ao som do clarim do exército, pois nosso hotel ficava nas imediações do Comando Militar do Sul. Depois dos cuidados matutinos, deixamos definitivamente a cidade, mas não deixando de apreciar cada paisagem maravilhosa ao lado do Porto a beira do Guaíba
Era uma segunda feira ensolarada e a muvuca do trânsito já se fazia sentir desde os primeiros raios de sol do amanhecer. Seguiríamos ligeiros sem nos furtar do quanto planejamos para este dia, no qual contornaríamos toda a costa oeste da Lagoa dos Patos, até a última cidade que fizesse fronteira com ela nos asfaltos da BR-116.
Como nossa missão estava cumprida até aquele momento, seguimos nosso destino em direção ao extremo sul do Brasil, cruzando o Guaíba e seguindo dali em diante pela BR 116, mas a ansiedade para voltar em POA já se fazia sentir em nosso peito.
“Barbaridade Tchê, logo bandearemos para esses lados aí de novo”.
Acompanhe todo o percurso em volta da Grande Lagoa e nas cidades que por ela são banhadas, nos links abaixo relacionados.
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Texto e Edição: Marcos Duarte
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