Ainda percorrendo os doze Distritos da cidade de Ouro Preto, em Minas Gerais, desta vez apresentaremos GLAURA, o sexto visitado por nós neste roteiro e que apresenta características surpreendentes, estando ele na confluência do Caminho de Sabarabuçu e do Caminho Velho da Estrada Real.
HISTÓRIA
A documentação histórica do Distrito é bem ampla e minuciosa, havendo consenso que da mesma forma que Cachoeira do Campo e Amarantina, o então Arraial de Casa Branca, fundado por volta de 1700 e posteriormente denominado Freguesia Santo Antônio da Casa Branca do Ouro Preto, teve suas atividades iniciais fundadas na agricultura, em virtude da fome que assolava a população voltada para a mineração e que crescia vertiginosamente.
A primeira capela em homenagem a Santo Antônio foi erigida nesse tempo, sendo certo que ela já se encontrava pronta em 1719, substituída posteriormente pela atual Igreja Matriz, edificada entre os anos de 1758 e 1764.
Desde 1943 a localidade passou a ter o nome de “Glaura”, em homenagem a um poema de autoria de Manoel Inácio da Silva Alvarenga, poeta de origem pobre, mestiço e com mãe desconhecida, que estudou no Rio de Janeiro e em Coimbra, certamente custeado por amigos. (não confundir com Alvarenga Peixoto, também poeta)
Nesse sentido temos que “Glaura” se refere a um poema de exaltação à rica natureza brasileira, sua flora e fauna, narrada por um pastor no estilo idílico dos árcades.
Mas nem só da agricultura viveu Casa Branca em seus primórdios, mas também da mineração nas imediações do Rio das Velhas, sendo certo que o período de estagnação veio com o exaurimento das minas da região.
Mesmo assim o Distrito manteve-se a salvo, protegido pela graciosidade de seu conjunto histórico, com uma relativa conservação de seu casario colonial e de seu aspecto bucólico e encantador.
RODANDO NO DISTRITO DE GLAURA
O DISTRITO
Com exceção do entorno da Igreja da Matriz de Santo Antônio, onde se concentram as residências mais tradicionais e antigas, a área urbana do Distrito é bem espalhada, não formando qualquer núcleo residencial ou comercial a se destacar.
Na verdade e ao que percebemos, o setor comercial é praticamente inexistente, salvo os que fornecem itens de primeiras necessidades, como mercado, açougue, padaria, algumas pousadas e muitos bares, restando aos moradores se socorrerem de Ouro Preto ou outras cidades para os demais produtos.
Todas as suas ruas são estreitas e tortuosas, não se verificando uma sequer que seja perpendicular de outra, o que só não traz mais dificuldades aos visitantes, pelo tamanho diminuto do lugar.
A pavimentação predominante são as pedras da região, com um pouco de blocos de cimento e algum asfalto nas áreas mais modernas e no acesso ao Distrito.
No entanto, nota-se um grande esmero da administração pública no trato com os moradores, já que por lá a infraestrutura é bem incrementada com escola digna, cartórios e bom fluxo viário.
IGREJA MATRIZ
Sua construção foi patrocinada pela Irmandade do Santíssimo Sacramento e tem como projetista Francisco de Lima Cerqueira, exímio construtor da época.
Suas formas são imponentes, com alto frontão, duas torres sineiras e estrutura feita alvenaria de pedra, como era costume daqueles tempos. Sua ornamentação interna segue nos altares e retábulos o tipo barroco da primeira fase.
É na frente da Igreja e na graciosa pracinha ao lado dela que são mantidas as tradições religiosas centenárias em louvor a Santo Antônio e à Nossa Senhora do Rosário, com apresentações de grupos folclóricos e bandas.
TURISMO
Para os adeptos do turismo cultural Glaura tem muito a oferecer, não só por ter sido palco de um literalmente rico momento da história do Brasil Colonial, mas pela também rica tradição religiosa daquela época, que são difundidas em suas festas folclóricas de rara beleza.
Já para os visitantes mais conservadores, a busca pela simplicidade da vida rural num recanto aprazível como Glaura não pode ser desprezado, sendo o lugar, com suas aconchegantes pousadas, ponto de refazimento, de introspecção, de lazer e aí por diante.
Mas tem mais. Os aventureiros mais radicais não estarão deserdados em Glaura, já que a região tem várias trilhas demarcadas e algumas cachoeiras, que o interessado poderá chegar até de bike.
COMO CHEGAR
Para o visitante que partir de Ouro Preto o percurso total terá aproximadamente 32 km, sendo 24 km até Cachoeira do Campo, pela Rod. dos Inconfidentes, e mais 8 km pela via vicinal com farta sinalização por placas indicativas.
Já para aqueles que partirem de Belo Horizonte o percurso total será de cerca de 86 km, sendo 78 km até Cachoeira do Campo, pela Rod. dos Inconfidentes e agora no sentido norte/sul, e mais 8 km pela via vicinal conforme já indicado.
Para aventureiros de outras localidades a sugestão é a busca por um bom guia rodoviário, levando-se como referência da cidade mineira de Ouro Preto.
Se você já conhece a região, tem alguma crítica ou sugestão para fazer, envie-nos um comentário a respeito. Será muito útil para nós.
EDITORIAL
PORTAL AVENTURAS é um veículo de comunicação de aventureiros e aventuras de todos os tipos, no ar,
no mar e na terra, abordando os assuntos com seriedade e profissionalismo.
Jornalista responsável: Marcos Duarte– MTB 77539/SP
Contato: contato_pdm@portaldmoto.com.br
Whats app: (11) 9-9562-7935 ACESSE TAMBÉM