Neste nosso primeiro roteiro do ano trazemos para você um rolê pela cidade paulista de Iporanga, encravada no Parque Estadual Turístico do Alto do Ribeira, popularmente conhecido como PETAR
HISTÓRIA
A história registra a presença do homem branco nas cercanias da região de Iporanga desde meados do século 16, com interesse na extração mineral que esperavam encontrar ao longo do Rio Ribeira do Iguape.
A atual sede da cidade, junto da foz do Rio Iporanga no Rio Ribeira do Iguape, somente começou a ser formada dois séculos depois, sendo certo que sua urbanização teve início por volta do ano de 1756.
Embora a mineração do ouro ainda fosse de muita importância na região, muitas famílias firmaram residência com o interesse na agricultura, dando início a criação de pequenas industrias do açúcar, rapadura e congêneres.
Somente no ano de 1815 teve início a construção da capela de Sant´Ana, vez que era difícil para a população da vila se deslocar até o antigo garimpo para os ofícios religiosos.
Nesse tempo a localidade passou a ser classificada como Freguesia de Sant´Ana, culminando com a construção de duas escadarias de pedras de forma a melhorar o acesso aos seus portos fluviais, sem esquecerem da busca pelas rodovias, mais rápidas para o transporte de seus produtos.
Com as primeiras medidas, Iporanga foi definitivamente incluída na rota dos tropeiros, que iam e vinham levando e trazendo o progresso para a localidade no lombo de mulas, sempre carregadas com as novidades que a população necessitava.
Com a decadência da mineração e o fim das atividades tropeiras, Iporanga permaneceu quase isolada desde início do século 20, só recentemente restabelecendo sua inclusão nacional com a exploração do turismo. Mantém, entretanto, a condição de município emancipado desde janeiro de 1874, com uma população em torno de 4 mil pessoas.
A CIDADE
A área urbana de Iporanga é pequena e bem acidentada, apresentando ruas cheias de aclives e declives acentuados, normalmente contornando os cursos d´água da região e as montanhas, não permitindo, assim, boa simetria nas ruas e logradouros públicos.
O comércio é praticamente inexistente, concentrado em gêneros de primeira necessidade aos moradores e aos turistas.
Por outro lado, como a quantidade de pessoas que afluem para Iporanga é grande, a rede hoteleira é bem expressiva, com muitos hotéis, pousadas, alojamentos e campings para os apreciadores da natureza, que são a maioria dos turistas por lá.
UM VÍDEO TOUR POR IPORANGA
Na mesma senda não andam os lugares reservados à gastronomia. Por serem poucos, simples e precários, a alimentação dos visitantes fica restrita normalmente aos locais onde estão hospedados, com raras exceções.
Tal contradição tem seu motivo de ser, pois são mais raros os visitantes ocasionais. A grande maioria são aqueles que vem em grandes excursões, com o objetivo de se embrenharem nas cavernas mais conhecidas do país ou curtirem a natureza de forma mais direta possível.
Como a entrada nas cavernas dos vários núcleos do Petar só ocorrem com a presença de um monitor cadastrado e com número máximo de pessoas (normalmente oito), é mais viável aos visitantes virem em grupos, o que diminuem as despesas e confere mais segurança.
Outro fator que praticamente impede do avanço dos lugares reservados à gastronomia, em contradição com a quantidade de hospedarias, é que esse tipo específico de visitante é por natureza um atleta, que precisa estar sempre em boas condições físicas para as aventuras pretendidas e, uma alimentação mais carregada ou uma noitada “mais divertida” só teria razão de ser no último dia da viagem.
Nesse sentido, percebe-se que o perfil desses turistas que frequentam a cidade é mais tranquilo, poucos extrapolando o bom senso e a educação, o que diminui absurdamente os excessos de todos os tipos, em contradição do que muitas vezes ocorre em outras localidades para turismo dessa faixa etária de visitantes.
Mas nem só de cavernas e natureza vive Iporanga, que tem sua cota de visitantes empenhada no turismo religioso e a cidade não deixa a desejar.
IGREJA MATRIZ DE SANT´ANA
Construída em taipa de pilão, a pequena igreja ainda guarda as características originais e está voltada para a foz do Rio Iporanga no Rio Ribeira do Iguape e atrai muita gente para visita-la.
Uma pequena e encantadora pracinha, com direito a coreto e jardim arborizado, se estende à frente do templo de torre única lateral.
A parte interna é igualmente rústica, com assoalho e teto de madeira, permitindo a visualização do madeiramento que sustenta e telhado. O altar mor é diminuto com seu retábulo apresentando três nichos distintos. O central e mais elevado é dedicado à Sant´Ana.
Há, ainda, dois altares laterais menores, voltados para a nave principal, que compõem a decoração total da igreja.
O ponto alto das comemorações religiosas na cidade se dá em 31 de dezembro: Uma emocionante festa religiosa.
Nessa data as pessoas acompanham em procissão fluvial a barquinha que leva a Imagem de Nossa Senhora do Livramento, desde o bairro Taquaruvira até o porto do Ribeirão, localizado na confluência do Rio Iporanga com o Ribeira de Iguape, junto ao centro da cidade.
O evento é de rara beleza e é possível ter uma visão magnífica de cima da ponte que atravessa o Rio Ribeira do Iguape.
O PETAR
O Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR) é considerado uma das Unidades de Conservação mais importantes do mundo, abrigando a maior porção de Mata Atlântica preservada do Brasil e aproximadamente 400 cavernas catalogadas, sendo considerado, hoje, um patrimônio da humanidade reconhecido pela UNESCO.
Iporanga, por sua vez, está sediada quase que totalmente nesse Parque, mantendo estreito contato, ainda, com outros dois Parques famosos: O Parque Estadual da Caverna do Diabo e o Parque Estadual Intervales.
Criado em 1958, tem quase 36 mil hectares de área e é subdividido em oito Núcleos, sendo quatro deles abertos para visitação: Santana, Ouro Grosso, Caboclos e Casa de Pedra.
Já tivemos oportunidade de mostrar em nosso Portal algumas matérias de suas cavernas mais famosas, e até mesmo uma outra face da bela Iporanga: a dos avistamentos.
A matéria completa sobre as luzes que são vistas no município e suas explicações mais díspares, pode ser vista neste link
Algumas das cavernas do Petar já mostradas por nós
COMO CHEGAR
Para o aventureiro que partir da capital paulista o percurso total será de aproximadamente 315 km, quer vindo o visitante pela BR-116 até Jacupiranga, seguindo então por Eldorado até Iporanga; ou, ainda, vindo pela Rod. Raposo Tavares até Itapetininga, seguindo então pelo Rastro da Serpente até Apiaí e Iporanga.
Já aquele que vier para Iporanga partindo de Curitiba terá um percurso bem menor, rodando cerca de 190 km por qualquer dos dois trajetos mais usados: Subindo a BR-116 até pouco depois de entrar no Estado de São Paulo, derivando então à esquerda, em direção da Barra do Turvo e Iporanga; ou, ainda, subindo pelo Rastro da Serpente até Apiaí e então para o destino.
Para aventureiros de outras localidades o ideal é a busca por um bom guia rodoviário.
Uma pena ver uma matéria sobre Iporanga com a seguinte frase: “O comércio é praticamente inexistente, concentrado em gêneros de primeira necessidade aos moradores e aos turistas”.
Gostaria de ratificar que nosso lindo Centro Histórico conta com excelentes restaurantes, doceria/café, e loja de artesanato.
Sugiro fortemente que apoiem comerciantes locais através deste tipo de matéria que tem o poder de influenciar o visitante. Este tipo de texto mal informado, prejudica os comerciantes locais que estão investindo diariamente no turismo e no atendimento ao publico. A matéria é recente, mas me parece que não se deram ao trabalho de atualizar informações vitais para um turismo sustentável. Fico a disposição para ajudar caso necessitem de informações atualizadas.
Cara Janayna. Frequentamos Iporanga há muitos, muitos anos mesmo. Frequentamos as cavernas em todos esses tempos. Conhecemos muito bem a cidade e temos muitas matérias pretéritas sobre Iporanga, as cavernas, a Serra, o Betari, etc. Dessa forma, não temos nada a reparar em nossa matéria quando dissemos que “seu comércio é praticamente inexistente”. Ele realmente o é e não podemos induzir o leitor, o visitante, o aventureiro do contrário. São boas as pousadas e nelas costumamos nos alimentar; são bons os poucos restaurantes, e eles costumamos frequentar. Mas quando dissemos comércio, falamos em lojas diversas, de roupas, móveis, ferramentas, eletrônicos etc. e a cidade realmente padece de mais estrutura para isso. Não dissemos, por nossa vez, que a cidade é imprestável para ser visitada, ao contrário, é uma das nossas preferidas e temos amigos por aí. Mas é preciso que o visitante saiba de antemão do que esperar. Já acampamos no Lajeado e fomos comprar álcool em Apiaí, Já posamos na Diva, mas a Serra não tem outros lugares que não seja a própria Diva, a Pastelaria da Zeni e poucos outros lugares. Já ficamos no centro histórico por várias vezes, mas contamos nos dedos os lugares para alimentação durante a semana. Como dissemos, o lugar é lindo, é sossegado, é sonho de consumo de qualquer visitante que goste da natureza. Vamos continuar indo em Iporanga, sempre, pelo menos enquanto ela for esse encanto de cidade que é.
Ademais, cara janayna, esta não é uma matéria paga em que o estabelecimento, o município ou a empresa paga para o jornalista escrever o que deseja, mas uma matéria de cunho jornalístico, em que o repórter não escreve para agradar este ou aquele comerciante; este ou aquele político, etc. Ele pinta o texto com os seus próprios olhos e seu ponto de vista pode não ser o mesmo do morador local, mas com certeza será de utilidade para o visitante.
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