10/05/2018
Nesta reportagem fomos conhecer a Aldeia Kaingang (Aldeia Coqueiro), a 10km da sede do município de Estrela, no Rio Grande do Sul, e a 100km de Porto Alegre, nas margens da Rodovia BR-386.
Como acontece em todas as aldeias indígenas do Brasil, seus moradores vivem privados de quase tudo, ainda que o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) tenha cedido 29 casas de alvenaria e um centro Cultural para a pequena população.
O que nossa população ainda não percebe é que os indígenas, donos naturais das terras brasileiras, a cada dia são espoliados de seus territórios sob os argumentos dos mais diversos, o mais expressivo é que eles “nada produzem”.
Para quem vê o anúncio das casas oferecidas aos nativos como um presente, a história conta o contrário, já que a rodovia tomou mais da metade de seu território, não mais trocando com “espelhinhos”, mas com casinhas populares.
Com esse gesto tido como generoso, mais de cento e cinquenta pessoas da etnia Kaingang tiveram reduzido seu espaço, sem que se lhes acrescessem um metro quadrado sequer.
Conversando com o cacique Jair, no atual comando da aldeia, percebemos que o que mais precisam os indígenas são de respeito, educação, dignidade e direitos, o que cada dia mais tem sido diminuído, tudo sob a aquiescência da FUNAI, que mais parece estar ali vigiando os passos dos indígenas, que os protegendo.
Ainda que disponham hoje de uma infraestrutura melhor elaborada ao nosso ponto de vista, não conseguem professores interessados na preservação dos estudos indígenas e os poucos que lá lecionam é por curto espaço de tempo, retornando depois para suas aldeias.
Com sua área territorial reduzida, os indígenas são praticamente forçados a se tornarem “brancos”, pois não tem espaço suficiente para plantio, criações e até mesmo para hortaliças, já que a pequena mata remanescente na área é primordial para a manutenção da cultura indígena e suas crenças.
Nem mesmo um pequeno rio está nas proximidades da aldeia, de modo a ajudarem os habitantes da pequenina aldeia desenvolverem sua vida em normalidade.
O agravamento das condições de vida de todos os indígenas, em todos os estados da federação, ao nosso ver vem da antipatia que o homem civilizado tem da vida simples e desinteressada dos nativos, sendo uma verdadeira afronta ao nosso modo de acumulação de bens, registro de propriedades, domínio de terras, etc.
Porém, somos justamente nós, os tidos civilizados, que nos momentos de estresse, fadiga física, segurança e sossego, sonhamos com uma casa de campo sem mordomias; um riozinho sonolento para pescar; uma estradinha no meio do mato para curtirmos nossas motos ou jeeps, e assim por diante.
Por outro lado, a duplicação da rodovia bem às portas da aldeia não deve melhorar os riscos de seus habitantes, já habituados desde antes com inúmeros acidentes envolvendo suas crianças, num dos casos com a morte de três crianças indígenas no ponto de ônibus, quando uma roda se soltou de uma carreta em movimento, atingindo-as.
De qualquer forma sempre entendemos que, apesar de tantos atos de igualdade entre sexos e raças; de tantas lutas por posicionamentos políticos, homofobias, feminismo e tudo mais, os indígenas, reais donos de todas as nossas terras, estão fadados à extinção sem nenhum “anjo bom” a olhar por eles.
Embora oficialmente sediados na área territorial de Estrela/RS, estão todos lá esperando que realmente uma “boa estrela” brilhe sobre a mente dos governantes, e que reconheçam os indígenas mais que apenas uma população marginalizada, mas com o respeito de uma etnia que vem desde seus ancestrais.
SAIBA UM POUCO MAIS DA ALDEIA
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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