07/02/2021
Capital Nacional do Rocambole e no curso da Estrada Real, a pequena cidade mineira de Lagoa Dourada é a atração desta edição do City Tour. Acompanhe conosco.
A CIDADE
Lagoa Dourada é uma cidade histórica que está situada na região do Campo das Vertentes, e tem uma população que beira os 12mil habitantes.
A Rod. Gabriel Passos (MGC-383) passa exatamente no centro urbano da cidade, recebendo nesse trecho os nomes de Av. Pinto Andrade e Rua Major Joaquim Resende.
Em seu ponto mais movimentado, na altura em que os nomes dessas duas ruas mencionadas se alteram, inicia-se a Rodovia MG-275, que segue em direção de Carandaí.
Como se vê, não há grandes dificuldades para chegarmos em Lagoa Dourada, já que ela fica em meio de um triângulo imaginário formado pelas cidades de São João del Rei, Carandaí e Entre Rios de Minas, distanciando de cada uma delas cerca de 35km.
Por ser uma cidade relativamente plana, com poucos e não tão acentuados aclives em seu centro urbano, só não é tão fácil se movimentar nela por causa das ruas extremamente sinuosas e de construção assimétrica.
Fácil demais se perder entre elas, apesar do tamanho diminuto de sua sede. Fácil, também, escorregar com seu veículo nos muitos acúmulos de terra na pavimentação das ruas principais, que na verdade são trechos de rodovia.
A referência ao turista é seu único e complicado semáforo, que atende justamente a confluência das rodovias conforme mencionamos, com seus quadros luminosos distanciados entre si, causando estranheza aos forasteiros de plantão.
HISTÓRIA
O primitivo povoamento que deu origem a cidade se formou com a descoberta de ouro de aluvião, nas águas de uma pequena lagoa hoje inexistente. É desse lugar que vem a origem do nome que o município carrega nos dias atuais.
Tem-se que a localidade já estava bem formada por volta do ano de 1717, quando era um arraial bem movimentado após a chegada de novos mineradores, ávidos em conquistar riquezas.
A primeira capela erigida foi dedicada a Santo Antonio, no ano de 1734, que deu lugar em 1850 para a construção da Igreja Matriz de “Alagoa Dourada”, nome que a cidade carregou oficialmente até 1832, embora com o mesmo sentido prático da atual denominação.
A Igreja Matriz hoje existente teve sua construção iniciada em 1911, depois que a antiga começou a ruir por ter sido mal construída. Entretanto, o novo projeto esteve a cargo do mesmo empreiteiro que construiu a antiga Matriz desmoronada.
Pelo menos, ao que vimos nesta última viagem que fizemos, o prédio do templo parece que está firme e a toda prova.
Com o esgotamento das jazidas de ouro a agricultura do milho e a produção do leite passaram a ditar a economia do local, quando ainda era distrito da cidade de Prados, só ocorrendo a emancipação em 1911.
CAPITAL DO ROCAMBOLE
Muito embora a cidade ostente a riqueza natural de sua bela história e, ainda que desfrute do privilégio de ser cortada pela histórica Estrada Real, a razão de muitas pessoas irem até lá é por causa do rocambole.
A partir da sofisticada guloseima toma o aventureiro contato com seu passado glorioso e com suas tradições centenárias.
Quanto ao leitor nós não o sabemos informar, porém, quanto a nós mesmos, podemos dizer que somos aficionados por rocambole e, na cidade, temos a possibilidade de varia-los de formas infinitas.
Sabores especiais, combinação de recheios, texturas diferenciadas, implementos do tipo tradicional, light ou diet são opções que agradam ao cliente em qualquer situação.
Embalagens individuais personalizadas e cheias de grife não fazem por menos e acrescentam ao bolo redondo sofisticação e esmero.
O gosto? Fala baixo que enquanto escrevemos esta matéria a lembrança do gosto salivou nossa boca.
Nossa preferência? Indiscutivelmente o recheado com goiabada cremosa. Por mais gostosos que sejam os outros sabores, simples ou compostos, com nozes, abacaxi, pêssego, morango ou uma infinidade de outros, entendemos o de goiabada como simplesmente divido.
Como comprar? Não vai existir problema algum nisso. Desde a estrada já vamos encontrar quiosques que vendem a gostosura. Na cidade vamos encontra-los aos montes e perfeitamente visíveis ao longo das vias principais.
Qual escolher? Tanto faz, mas recomendamos que visitem várias confeitarias ou padarias especializadas na receita. Além da variação normal dos preços, a forma da embalarem torna o produto um excelente presente para quem não viajou. Isto é, se ninguém comer o presente no caminho.
Normalmente adquirimos embalagens médias, que vem numa pequena caixa dentro de uma sacola de papel, tipo shopping center elegante.
O ideal é levar consigo alguma caixa ou sacola térmica para o transporte e deixar para compra-los quando já estiver de volta.
Porém, devemos admitir que já andamos com duas embalagens dessas em nossos baús por vários dias, sem ao menos intentarmos saboreá-los (ainda não entendemos o motivo), rodando por várias cidades mineiras sob sol bravo para, só experimenta-los, depois de chegarmos em casa, mesmo assim horas depois de resfriado na geladeira.
Ainda estava bom para consumo? Na verdade, só fomos reparar nisso na segunda embalagem, pois, na primeira, a volúpia de aprecia-lo foi grande.
Porém, na segunda caixa confirmamos: Ainda estava excelente, embora sacudido, chacoalhado, esfolado, e levemente amassado pelas demais bagagens.
Atualmente o rocambole de Lagoa Dourada é conhecido e degustado em todo o Brasil. Sua variedade de sabores e as várias confeitarias que o produzem mantém a tradição e garantem a qualidade. Além disso é uma atração a mais para quem visita a Estrada Real.
NOSSA ESTADIA
Nesta viagem fizemos pela primeira vez uma estadia na cidade de Lagoa Dourada. Se das outras vezes passávamos ligeiro, apenas para comprar alguns rocamboles e seguíamos viagem, desta vez pernoitamos lá.
O local já fez parte de antigo cemitério, mas atualmente é uma das mais acolhedoras pousadas da cidade, embora bem rústica e com pouca tecnologia no ramo da hotelaria: A Pousada das Vertentes.
Sua sede fica na mesma praça da Igreja da Matriz e trata-se de um prédio clássico, com grande jardim frontal guarnecido de palmeiras imperiais e estacionamento privativo.
Não tivemos muito o que fazer na cidade durante a noite, o que também ocorreu durante o dia, já que tivemos frustrado o objetivo principal que nos tinha levado lá naquela data, até hoje não resolvido.
Assim, rodamos por algumas ruas com o cair da noite e optamos por apreciar um lanche servido um trailer, curtindo tudo ao lado da nossa motoca.
O RETORNO
De posse de dois rocamboles devidamente acondicionados em maleta térmica, (e um outro comido na pousada), deixamos mais uma vez a cidade de Lagoa Dourada, informando ao leitor que por aqui passaremos tantas quantas vezes estivermos por perto.
RODANDO EM LAGOA DOURADA
Se você já conhece a região, tem alguma crítica ou sugestão para fazer, envie-nos um comentário a respeito. Será muito útil para nós.
Todas as fotos da matéria podem ser vistas aqui CLIQUE AQUI
EDITORIAL
O Portal D Moto é um site especializado em mototurismo, com publicações semanais.
Jornalista responsável: Marcos Duarte – MTB 77539/SP
Imagens: Marcos Duarte e Celso Elez
Contato: contato_pdm@portaldmoto.com.br
Whats app: (11) 9-9562-7935 ACESSE TAMBÉM
Você não falou em que estabelecimento vc comprou os rocamboles. Ou foi em quiosque? Como é muito longe dá para pedir para mandarem pelo correio..por isso pergunto.
Olá cara Dalva. Existem muitos estabelecimentos que vendem rocambole por lá e isso pode ser até pesquisado pela internet. Nós costumamos comprar o “amarelo” da padaria Jaci, que fica quase em frente da Igreja da Matriz, mas é só por conveniência, pois todos são igualmente bons. Os mais famosos estão na Avenida Sebastião Andrade, e são: “O legítimo”, “o famoso”, “o delicioso” e por aí vai. Não sabemos se fazem entrega pelo correio, como acontece com o queijo maturado, porém, acreditamos que não, pela própria delicadeza do doce. No entanto, não será difícil a pesquisa pelo google maps. Valeu pelo seu comentário.