14/01/2019
Lauro Müller é a cidade tema desta edição do City Tour e é praticamente a porta de entrada da famosa estrada sinuosa da Serra do Rio do Rastro, já que a maioria das pessoas preferem começar a viagem pela parte baixa da serra.
COMO CHEGAR
Partindo o aventureiro da capital do estado, Florianópolis, roda-se até a cidade de Tubarão (142km) pela BR-101, derivando daí pela SC-390 por mais 60km, até Lauro Müller, passando pela cidade de Orleans.
Por sua vez, o gaúcho que partir de Porto Alegre tem como melhor opção a Freeway (BR-290) até a cidade de Osório, num percurso de 100km, seguindo então pela BR-101 por cerca de 170km, até as proximidades da cidade de Criciúma, já em Santa Catarina.
Daí em diante serão mais 43km até Lauro Müller, passando o aventureiro a rodar pela Rod. Aristides Bolan em direção de Criciúma, e depois pelas SC-445 e SC-446, passando por Siderópolis e Treviso. Ao todo serão 328km de rodovias.
HISTÓRIA
Apesar do nome alemão, a cidade foi colonizada por imigrantes italianos que deram um reforço substancial nas minas de carvão mineral lá existentes, e Lauro Müller, o homenageado, era brasileiro.
A bem da verdade, a exploração do carvão na região deu início por volta do ano de 1827, e a chegada dos primeiros imigrantes italianos só aconteceu no final daquele século, nas vésperas da proclamação da república.
Por falar em minas carvoeiras, elas ainda são as principais geradoras de emprego de Lauro Müller e responsáveis por boa parte da economia do município.
Foi para a incrementação do escoamento da produção do carvão é que foi projetada e construída a Ferrovia Dona Thereza Christina, que ligava as minas da cidade ao Porto de Imbituba, no litoral catarinense.
Esse trecho ferroviário, de 164km de extensão, era o menor do Brasil, além de sua malha estar isolada de todas as outras malhas ferroviárias do país.
A Ferrovia Thereza Christina (FTC) não chega mais até Lauro Müller desde o ano de 1981, mas continua patrocinando o “Trem de Natal”, que percorreu no dia 12/12/2018 todo o percurso das linhas em atividades, distribuindo alegria, doces e mais de 25mil brinquedos.
Para a realização desse mega evento a empresa conta com dezenas de voluntários (funcionários ou não), mostrando a interação da ferrovia com as comunidades no entorno de suas linhas.
A CIDADE
Bonita, aconchegante e receptiva, são títulos que podemos dar ao município que abriga aproximadamente 15mil moradores, já incluídos os moradores dos Distritos de Guatá e Barro Branco.
Uma bonita Praça Linear, com lago, chafariz e muitas cercas artesanais feitas em madeira, está disposta entre a Rod. SC-390 e o Rio Tubarão, logo na entrada da cidade, dando as boas vindas aos turistas e aventureiros que chegam por lá vindo de Orleans.
Seu centro urbano mescla, desde grandes arranha-céus envidraçados, com casas em madeira rústica, típicas da região catarinense, conferindo-lhe autenticidade no convívio entre seus moradores.
Suas ruas não são largas como acontece na sua vizinha Orleans, nem tão bem conservadas, já que há nelas muitos buracos no asfalto e um trânsito complicado.
No entanto, pudemos constatar um comércio bem resolvido e, embora pequeno, capaz de suprir bem seus moradores com várias agencias bancárias, supermercados, lojas de todos os tipos e muitos hotéis e pousadas.
Aproveitamos para almoçar em Lauro Müller, afinal o horário já recomendava. Um bife grelhado e suculento, com arroz e maionese típica de Santa Catarina, foi nosso cardápio num dos bons restaurantes de lá.
Para relaxar depois do repasto, aproveitamos para conhecer um pouco melhor a cidade, indo ao encontro da bela e moderna Igreja Matriz do Imaculado Coração de Maria, numa Praça ao lado da Prefeitura.
Não sobrou tempo para que visitássemos o Castelo Henrique Lage, que fica ali mesmo, junto ao centro urbano, pois tínhamos muito trajeto pela frente naquele dia.
A título de informação não vivenciada, o Castelo é uma construção de 1919, feita na base da Serra do Rio do Rastro, tratando-se de uma réplica de um castelo suíço com um mirante em forma de torre circular e jardins.
Segundo consta, a edificação foi construída por Henrique Lage, o maior responsável pelo desenvolvimento da siderurgia e da exploração do carvão no estado de Santa Catarina, para Gabriella Besanzoni, uma cantora italiana de ópera com quem se casou.
VÍDEO PASSEIO EM LAURO MÜLLER
QUEM FOI LAURO MÜLLER
Lauro Severiano Müller, que deu o nome à pequena cidade, nasceu no Rio de Janeiro no ano de 1863, tendo sido, em sua vida, militar, engenheiro, político e diplomata brasileiro.
Filho de colonos das primeiras levas de imigrantes alemães no país, que se estabeleceram depois de casados em Itajaí/SC, Lauro Müller estudou em Itajaí e Blumenau e, aos 14 anos de idade, foi enviado ao Rio de Janeiro para completar seus estudos.
Lá enredou-se para a carreira militar até chegar à política, tendo, entre outros cargos públicos, o de Governador do Estado de Santa Catarina.
TURISMO
A cidade tem outros atrativos como o museu ferroviário, na antiga Estação, mas com certeza nenhum que supere as expetativa da maioria dos seus visitantes: A Serra do Rio do Rastro.
É para se aventurarem em suas curvas que milhares de turistas desembarcam na cidade, antes ou depois de serpentearem a serra de carro, moto, bicicleta, a pé, cavalo, etc.
Nosso caso foi tipicamente esse e você poderá conferir, passo a passo, todo o trecho de uma das mais lindas estradas do Brasil, se não do mundo.
PARTINDO PARA A SERRA
O relógio marcava aproximadamente 12h quando deixamos a cidade serra acima, rumando novamente pela Rodovia SC-390.
Mesmo dali já era possível visualizarmos, ao longe, toda a “cordilheira” formada a partir do Parque Nacional de São Joaquim. Seguimos ligeiros, mas não sem antes darmos uma paradinha no Distrito de Guatá, que fica a meio caminho da Serra.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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