04/08/2019
Nesta edição do City Tour visitamos a cidade de Luz, em Minas Gerais, cuja divisa leste é todinha nas margens do Rio São Francisco. Vamos ver?
COMO CHEGAR
O viajante que partir de Belo Horizonte deve seguir no rumo oeste, pela BR-262, passando por Pará de Minas e Nova Serrana antes de chegar em Luz. O percurso será de 200km.
Para o paulista que partir da capital do estado o percurso é bem maior, com cerca de 590 km para serem rodados pela Rod. Fernão Dias, até a cidade de Perdões, e daí em diante derivando pela BR 354, em direção de Formiga e Lagoa da Prata.
Para aventureiros de outras localidades o melhor é ter como referência essas duas capitais.
HISTÓRIA
Reza os anais da cidade que sua fundação se deu por volta do ano de 1780, de uma forma inusitada.
Ao que se apurou, Luz se formou por causa de um grande conflito de interesses entre dois grandes fazendeiros, o Coronel Cocais e o Coronel Camargos, ambos descendentes de bandeirantes paulistas, em relação à linha divisória de suas terras.
Estima-se que a solução veio por meio de uma promessa feita pela esposa de um deles à Nossa Senhora da Luz, para que tudo se resolvesse em paz.
Não se sabe se pela promessa ou por bom senso entre os contendores, mas ambos fizeram um acordo e decidiram que na manhã seguinte cada um deles cavalgaria de suas casas, um em direção do outro e, onde se encontrassem seria a divisa.
O certo foi que ambos mandaram construir um marco divisório naquele local e uma pequena capela devotada à Nossa Senhora da Luz.
Como nas proximidades desse local havia um olho d’água, represado por um aterro, o pequeno povoado que se formou ao lado passou a ter o nome de Nossa Senhora da Luz do Aterrado.
O progresso só começou a visitar a região com a implantação de um bispado na cidade, em 1918, mas o nome atual de Luz só se oficializou quando a cidade se instalou definitivamente, em 1923.
A economia do município está baseado na produção leiteira, com um dos maiores rebanhos do país, mas o cultivo da cana do açúcar tem também seu espaço garantido por lá.
A CIDADE
A área urbana de Luz é bem compacta, sem bairros mais distantes a não ser o Distrito de Esteios, que fica a 19km ao sul e é famoso pelos seus doces caseiros.
São perto de 20mil luzenses que dividem suas ruas bem organizadas e com um centro comercial bastante completo e imponente.
A quantidade de hotéis e de restaurantes de boa qualidade, por si só, mostra que Luz é destino certo de muita gente e em todas as épocas do ano.
Ficamos pouco tempo na cidade já que tínhamos programado um percurso grande à ser percorrido naquele dia.
Mesmo assim paramos o suficiente para almoçarmos gostosamente no centro comercial de Luz, e para podermos visitar suas igrejas e o Palácio Episcopal.
Descansamos da refeição nos jardins do Santuário de N. S. de Fátima, aproveitando para conhecer uma pessoinha muito simpática, a pequena Eduarda, que copiou nossos gestos ao ser convidada para tirar uma foto conosco.
TURISMO
A vocação turística de Luz vem desde seu berço. Com a implantação do bispado no começo do século 20, a cidade se viu cada vez envolta no turismo religioso e suas igrejas dão a certeza desse fato.
UM VÍDEO TOUR PELA CIDADE
CATEDRAL NOSSA SENHORA DA LUZ
Construída em 1941 e com estilo neogótico, salienta-se pela imponência de seu desenho, principalmente pela sua majestosa torre em formato de agulha, com 60 metros de altura.
Sua localização é bem próxima da sede do Palácio Episcopal e também se destaca pela grande dimensão de sua nave principal, sublimada pela luz coada através de seus vitais coloridos.
Embora hoje esteja inserida na área central da cidade, no começo não foi assim, já que o lugar escolhido para sua instalação era fora da cidade, naquela época.
Sua construção dependeu não só dos donativos do povo, mas também de seu trabalho braçal em domingos e feriados, para que a obra ficasse pronta.
Sabe-se que as crianças e os idosos também trabalharam com afinco, todos tendo orgulho de carregar pedras para a obra.
SANTUÁRIO NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
É a mais antiga igreja da cidade e foi erguida por volta do ano de 1813 como uma pequena capelinha consagrada à Nossa Senhora da Luz, conforme o mencionado acordo dos coronéis Cocais e Camargos.
Foi também a igreja Matriz da cidade, na época chamada de Matriz da Paróquia do Aterrado, e a primeira Catedral Diocesana de Luz, antes da construção da Atual Matriz.
Com a mudança da Diocese para a Igreja nova o templo foi consagrado, então, à Nossa Senhora de Fátima, perdurando até os dias atuais.
Sofreu considerável redução de tamanho em 1950 e, após inúmeras outras reformas que descaracterizaram seu estilo, foi reinaugurada em outubro de 2002, depois de séria restauração que procurou retomar a sua originalidade.
PALÁCIO EPISCOPAL
É nele que converge a direção religiosa e administrativa das paróquias ligadas à ela, não só na cidade de Luz, mas em trinta e três outras de cidades da região, e quarenta e nove paróquias ao todo.
O “Paço da Assumpção”, como é mais conhecido o Palácio Episcopal, é destinado a funcionar como residência oficial do Bispo Diocesano e foi projetado em estilo greco-romano.
Foi inaugurado em 10 de abril de 1921 com a chegada e posse do primeiro Bispo, Dom Manoel Nunes Coelho, e teve seu imponente torreão retirado na década de 1930 e reconstruído em 1986, por Dom Belchior Joaquim da Silva Neto, segundo Bispo.
O nome da edificação, “Paço da Assumpção”, está artisticamente gravado nos ladrilhos de sua entrada principal.
CASA GRANDE
A centenária construção compõe o patrimônio histórico-cultural de Luz e está sediada na área urbana da cidade, exatamente em frente da Antiga Matriz de Nossa Senhora da Luz, hoje Santuário de Nossa Senhora de Fátima.
Foi construída na época áurea da produção de café em Minas Gerais, no ano de 1905, pelo Capitão Alexandre Saracupio de Oliveira Dú, que nela viveu com sua esposa.
A arquitetura foi inspirada para ser uma réplica do Palácio do Catete, no Rio de Janeiro, e a casa posteriormente serviu como Câmara Municipal, Fórum, Associação Atlética de Luz, Clube Recreativo e Sede de Rádio Clube.
Hoje está tombada pelo Conselho Municipal de Cultura com a expectativa de abrigar um Museu dos Ciclos Econômicos do Município e a Biblioteca Pública.
Tendo muito ainda para rodar no dia, deixamos a cidade com direção ao sul, com a intensão de cruzar o Rio São Francisco, seguindo nosso projeto inicial.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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