Que tal curtir a modernidade de sua moto com a nostalgia de uma autêntica “Maria Fumaça” fabricada em 1895? Tudo isso está aqui bem pertinho, na cidade de Jaguariúna, região metropolitana de Campinas.
COMO CHEGAR
O passeio até lá pode ser feito num típico bate e volta de final de semana, afinal entre a capital paulista e a Estação Ferroviária de Jaguariúna são aproximadamente 123 km.
Para quem já foi num domingão até o Serra Azul, na Rodovia dos Bandeirantes, é só continuar o trajeto por mais 50 km e pronto. Pouco antes de chegar em Campinas há acesso para a Rodovia D. Pedro I e depois é só seguir pela Rod. Ademar de Barros.
Todo o percurso é feito por ótimas estradas de pista dupla e motos não pagam pedágio nesse itinerário. O cuidado deve ser redobrado já que há muitos radares espalhados, que captam o movimento por trás. Nem moto escapa.
Encontrar a Estação Ferrovia em Jaguariúna é intuitivo: Fica na própria avenida que segue em direção de Amparo, não tem como errar. É bom chegar cedo pois são apenas dois passeios de trem: um parte as 10h e outro as 14h 30m.
UM TOUR PELA CIDADE
A BORDO DO TREM
O primeiro passeio é até a Estação de Tanquinho e dura cerca de uma hora e meia. A composição tradicional conta com a locomotiva e seu tender, dois vagões de passageiros e um vagão restaurante. Dependendo a quantidade de turistas pode ser aumentado o número de vagões.
O passeio mais charmoso é o das 14:30h e vai até a Estação Anhumas, em Campinas. São cerca de três horas e meia entre o chacoalhar cadenciado dos vagões e a vegetação característica do entorno. Olhar pela a janela nos faz lembrar os antigos filmes de faroeste, onde o bandido vinha assaltar o trem com seu cavalo ligeiro.
Durante o percurso passaremos praticamente dentro da oficina da ABPF – Associação Brasileira de Preservação Ferroviária, que é uma entidade civil sem fins lucrativos de cunho histórico, cultural e educativo, cuja missão é promover o resgate e a conservação do patrimônio histórico ferroviário brasileiro, disponibilizando os bens à visitação pública, desde que a conservação do bem não seja colocada em risco.
Uma locomotiva a vapor compõe-se de três partes principais: a caldeira, produzindo o vapor usando a energia do combustível; a máquina térmica, transformando a energia do vapor em trabalho mecânico; e a carroçaria, carregando a construção. O vagão-reboque (também chamado “tender”) de uma locomotiva a vapor transporta o combustível e a água necessários para a alimentação da máquina.
No Brasil as locomotivas a vapor receberam o apelido de “Maria-Fumaça” em virtude da densa nuvem de vapor e fuligem expelida por sua chaminé, sendo que no final do século XIX e início do século XX, os matutos e caipiras, davam-lhe o nome de “Balduína”, uma corruptela de Baldwin, a marca das locomotivas de origem norte-americana.
Muitas pessoas preferem ficar o tempo quase integral da viagem nas mesas do vagão restaurante, curtindo uma bebida gelada ou comendo alguma coisa gostosa, enquanto as paisagens se desenrolam pelas janelas estreitas.
Um aviso discreto, mas imperativo, deve ser cumprido rigorosamente, mais que todos os outros avisos. Não dê descarga enquanto o trem estiver parado na estação. Consequentemente não use o sanitário nesse momento, pois tudo que seu corpo “ejetar”, vai ficar sobre os trilhos, já que os vasos sanitários são meros “funis”.
Então cuide-se meu amigo para que aquela feijoada de ontem não se espalhe na Estação, ou, no caso da amiga, para que aquelas “almofadinhas” das regras mensais não tomem o mesmo destino. Por outro lado, utiliza-lo adequadamente pode refrescar as partes baixas do corpo. Quem sentar verá!
De resto é curtir o trem,sabendo que a moto estará segura no estacionamento da Estação, sem que se tenha que pagar nada por isso, aliás, toda a Estação está adaptada para receber bem o turista. Há sanitários muito higiênicos, Museu da Ferrovia com funcionários do tempo que essas ainda funcionavam, Central de Informações Turísticas. além do estacionamento para carros e motos.
A CADÊNCIA DOS TRILHOS
NA ESTAÇÃO
Por falar em Estação fique atento: Mal o trem a deixa a estação e a plataforma se transforma num dos mais requisitados restaurantes de Jaguariúna.
Para fazer uma “boquinha” enquanto aguarda o trem ou espera amigos que nele viajam, que tal uma bela picanha acebolada na pedra? Pelo que percebemos foi o prato mais pedido por lá. Farto, gostoso e bonito, é simplesmente irresistível.
Nos finais de semana há também uma feirinha de artesanato no local que vende não apenas obras de artistas locais, mas também várias guloseimas que pedem para serem apreciadas. Experimente.
Outro atrativo da Estação Ferroviária é ver uma rotunda funcionando. Como os trens transitam numa linha de ferro, “virar” locomotiva é imprescindível e isso é feito ali mesmo. Normalmente são viradas em duas pessoas, manualmente, mas em Jaguariúna outras ajudam, para diminuir o desgaste físico.
Passeio feito e estomago recheado a volta nos aguarda, porém, por prudência e segurança, aguarde algum tempo antes de pegar a estrada. Deixe primeiro que a digestão dos alimentos seja feita e vá conhecer o Museu ali mesmo. Evite inconvenientes na estrada.
Em pouco tempo estaremos de volta à capital, sãos e salvos, e com uma bagagem de conhecimento que só vem acrescentar em nossas vidas.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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