Que tal curtir o Natal numa cidadezinha pacata, ao lado da Grande São Paulo, e ainda ter o prazer de pilotar entre as belezas de um dos mais bonitos Parques do Brasil?
COMO CHEGAR
Pois é isso mesmo: O caminho para Nazaré Paulista é bastante simples para o paulistano, como para aventureiros de todas as partes do Estado de São Paulo e até do Brasil. Nazaré fica as margens da Rodovia Pedro I, na altura do km 52.
O melhor roteiro para o paulistano é partir pela Rodovia Dutra até Guarulhos, e dali derivar para a Rodovia Fernão Dias até a cidade de Atibaia. Depois é só seguir por mais 25km pela D. Pedro I até Nazaré Paulista. ao todo se rodará cerca de 90km.
Mas o aventureiro poderá ter várias outras alternativas, e para isso basta consultar seu GPS ou mapas rodoviários da Grande São Paulo.
CHEGANDO EM NAZARÉ
A CIDADE
A bela represa formada pelo Rio Atibainha é o ponto alto da cidade e faz parte de seu cartão postal. Lá os esportes aquáticos reinam soltos para todos os públicos e gostos. É possível curtir a “prainha” próximo ao centro, bem como se deleitar a bordo da lanchas e jet-skys por suas águas calmas.
A cidade é dividida em duas metades. A parte antiga e mais nostálgica, onde fica a Prefeitura, Igreja Matriz, bancos e pontos comerciais; e a parte nova, “do outro lado da pista”, onde fica o Fórum e vários bairros residenciais.
A população de Nazaré não ultrapassa a 15.000 habitantes, menos que alguns bairros da grande São Paulo. Suas ruazinhas são estreitas e íngremes, e dificilmente encontramos nelas casas de um pavimento só, já que pelas inclinações das ruas, fica quase impossível não construir em dois níveis.
PELAS RUAS DE NAZARÉ
Deixando nossos problemas em casa, lá é lugar de sossego e meditação para os mais românticos, que podem curtir o casario e a população bastante sossegada; ou de extrema agitação, se a pedida for as vasculhar as trilhas, cachoeiras ou a própria represa.
NATAL EM NAZARÉ
A festa do Natal, em especial, tem um cunho bastante forte na cidade e a população toda se concentra para comemorar essa data singela. Sempre com decoração bem feita, ainda que simples, à famosa “missa do galo” acorre toda a população católica da cidade, com grande esmero de roupas e pompa.
Sediados na cidade nessa noite maior, foi possível vermos ao longe o contorno da ponte sobre a represa e os carros transitando estrada afora, desavisados do que acontece ali, naquela cidadezinha encantadora. Do alto da Praça da Matriz podíamos ouvir, além do coro da Igreja, os festejos de cada casa entre as ladeiras da cidade.
Conforme a noite ia se adensando, percebíamos que o recolhimento de todos ia se tornando cada vez maior. Do alto era possível avistar carros que chegavam apressados pela estradinha estreita e outros tantos que se partiam ligeiros, levando presentes e guloseimas para a ceia vindoura.
No meio desse clima nostálgico imaginávamos estar ouvindo hinos de hosanas entre o vento e as montanhas, como se a carruagem celeste pairasse sobre aquele lugar mágico naquela noite santa. As horas passavam vagarosas e embriagava-nos o coração.
NAS TRILHAS DE NAZARÉ
Já a manhã seguinte procuramos o campo, o ar puro, e as belezas escondidas na mata. Ainda com algum nevoeiro acabamos deixando a parte central da cidade, já que seria seria conhecermos o “Cruzeiro do mirante”, do outro lado da pista. A oportunidade também sugeria dar uma especulada nessa “Nova Nazaré”, além ponte.
Rodamos pelas ruas singelas daquela localidade, ainda sonolenta pela noite festiva que mal terminara. Conhecemos algumas pracinhas e o comércio local daquele “outro lado” e logo seguimos montanha acima. A subida é forte e constante.
Lá no topo encontramos o famoso Cruzeiro. Escultura singela e trivial, marca a bifurcação de duas estradinhas de terra a nos convidarem rumo ao desconhecido. Lá do alto a vista da cidade é impressionantemente linda. O asfalto cedia lugar à terra batida e esta às trilhas.
Hora de firmar os pés nos estribos e curtir essa beleza. Em nosso passeio o chão ainda estava úmido da chuva do dia anterior, assim não tínhamos poeira alguma. A valente Drag Star percorreu bem essas estradinhas e, em pouco tempo estávamos próximo a cachoeira dos “quatro cantos”.
Se quiser um “dedo de prosa” é só dar uma paradinha na vendinha próxima da cachoeira. Muitos “causos” envolvendo cavalos, charretes, motos e assombrações por aquelas bandas são contados entre muita bebida e gargalhadas.
Depois de muito caminho andado deixamos o lugar e fomos tratar do estômago, no centro antigo da cidade. Lá do alto a vista continuava mais linda ainda. Era possível ver embarcações “riscando” as águas da represa, enquanto saboreávamos lauta refeição caseira num ambiente agradável.
NA REPRESA
O descanso “pós refeição” era para ser feito na “prainha”, local bastante popular é frequentado por quase todos da cidade. O nome sugestivo indicava um “mar de água doce” onde, no lugar da areia havia terra vermelha; e no das ondas o frescor do ar.
No entanto mal chegamos e saímos. Não havia qualquer estrutura que desse suporte ao usuário, nem mesmo um “guarda vidas”. Os que se aventuravam por lá o faziam por falta de outra opção. A segurança era zero e os raros lugares para se tomar um refrigerante ou um salgadinho eram os ambulantes improvisados.
O jeito foi abortar aquele passeio e seguir pela estradinha que contornava a represa em direção da cidade, por outro caminho. Aí sim o passeio foi gratificante. O trecho de cerca de 5km pode ser desfrutado com todo o sossego, garantido por espaços onde podíamos ter uma vista magnífica das águas da linda represa.
CONTORNANDO A REPRESA
O RETORNO
No final da tarde o caminho de volta à capital foi iniciado. Se chegamos pela Fernão Dias e D Pedro I, a volta seria pela gostosa SP 036 até a estrada do Rio Acima, que vai até Mairiporã. Daí até São Paulo fizemos pela Estrada de Santa Isabel, cortando a Serra da Cantareira e margeando pequenos rios.
Em pouco tempo estávamos nas imediações de São Paulo, no Parque da Cantareira, com aquela vontade de quero mais. Este passeio narrado durou dois dias, mas você pode fazer esse percurso num bate e volta simples, saindo da capital pela manha e retornando no começo da tarde, e mesmo assim curtir bons momentos nas estradas.
NA CANTAREIRA
De qualquer forma vale sempre o aviso: moto revisada, roupas apropriadas e prudencia ao pilotar. Esses ingredientes são indispensáveis ao prolongamento de nossos prazeres ao longo da vida.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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