O Brasil é um país muito rico em lugares deslumbrantes e de encantadoras estradas que os transpõem. Neste mês trouxemos aos leitores a primeira parte do “Rastro da Serpente”. O complemento da viagem você verá em breve.
Deixamos São Paulo pela Rodovia Raposo Tavares numa bonita manhã ensolarada. Nosso primeiro destino era a cidade de Capão Bonito, a cerca de 230 km da capital. Lá é o início do trecho da SP-250, que tem o apelido de “Rastro da Serpente”.
Os primeiros quilômetros da Raposo até o rodoanel tinha um trânsito peculiar, com muitos carros e caminhões. A partir daí o transito fluiu com bastante sossego, vindo quase desaparecer por completo depois de Sorocaba. Por precaução o primeiro abastecimento aconteceu em Sorocaba, já que a autonomia da Drag Star, que protagonizou todo esse passeio pela “Serpente”, é de cerca de 240 km com segurança
NA CABEÇA DA SERPENTE
O percurso completo do Rastro da Serpente começa em Capão Bonito e vai até Curitiba, no Paraná. São aproximadamente 250km com mais de mil e duzentas curvas, numa região privilegiadíssima, já que passamos exatamente sobre o PETAR (Parque Estadual Turístico do Alto do Ribeira)
O passeio só começa mesmo depois que o candidato tira sua celebre foto junto a placa alusiva do inicio do “Rastro”, na cidade de Capão Bonito. Nesse particular tivemos a companhia de um motociclista local que foi nosso cicerone: Jorge Rombi, com quase 70 anos de idade, que acabou sendo entrevistado por nós.
Com a moto abastecida verificarmos os freios, lâmpadas, etc., para evitarmos problemas na sucessão de curvas. Nesta matéria apresentaremos apenas o trecho até a cidade de Apiaí, no centro do Petar, um dos maiores parques de cavernas do mundo todo. Em breve publicaremos a segunda parte desta aventura, que chegou até a capital paranaense. (veja mais sobre Apiaí)
DOMANDO A SERPENTE
Chave no contato, dedo na ignição e o ronco característico da Drag se fez ouvir longe. Em minutos a moto já contornava as primeiras curvas da “250”. O percurso até Apiaí é de cerca de 100km e as curvas as centenas.
Em dias de semana é preciso tomar cuidado com os muitos caminhões que transitam por essa região, boa parte deles carregados de minérios e cal produzidos por lá mesmo. Outros tantos fazem rotas normais entre São Paulo e Paraná.
Com o trânsito livre é possível ir se acostumando com o “deitar” da moto para a direita e esquerda, alternadamente, uma sensação gostosa e sossegada nesse percurso até Apiaí, já que as curvas nesse trecho, embora muitas, não são tão acentuadas.
Os quilômetros vão ficando para trás sob as rodas da moto. Montanhas e montanhas são transpostas em curvas magníficas, com uma visão muito bonita e bastante preservada. No meio do percurso uma grata surpresa:
GUAPIARA: “O PESCOÇO DA SERPENTE”
Guapiara é uma cidadezinha bonita e aconchegante, encravada entre as montanhas. A “Serpente” passa exatamente no centro dela.
“Cuidado com nossas crianças”, pede as placas locais. Evidentemente respeitamos a orientação, como eles respeitam a nós, aventureiros.
Não pudemos resistir e acabamos “entrando” no centro da cidade, a um quarteirão do lado da estrada. Uma pracinha interiorana com sua Igreja Matriz e muita gente perambulando nos esperam por lá aos sábados pela manhã, já que é “dia das compras”.
Nos dias de semana a calma reina, apesar do bom comércio local. Em menos de cinco minutos é possível transitar por quase todas as ruas da cidade e voltar a “serpentear” pela SP-250. Vale a pena tomar um sorvete na praça principal e não deixamos escapar essa oportunidade.
Voltando à rua principal de Guapiara, que na verdade é a própria rodovia, percebe-se que as edificações são quase todas feitas em desníveis radicais, já que a região é extremamente montanhosa.
Depois da visita efetuada a moto queria mais estrada e nós também. Ao passarmos pela Ponte sobre o Rio São João de Guapiara, a 500m do centro, retomamos o sossego do esguio corpo de nossa serpente de asfalto. E tome curvas!!!
DE VOLTA À SERPENTE
A partir daí entramos numa das áreas mais bonitas do Brasil. Vários Parques Estaduais se juntam sem limites divisórios nessa região. Os Parques: Intervales, Petar, da Caverna do Diabo, Rio do Turvo, Lagamar e Ilha do Cardoso, no Estado de São Paulo; e Superagui, no Paraná, praticamente se fundem uns aos outros.
Nossa “serpente” estava cada vez mais tomando forma. Esse percurso entre Guapiara e Apiaí já mostrava um clima bem diferente: mais fresco e mais arborizado: estávamos sobre o Petar. Será que havia alguma caverna perdida sob nossos pés? Difícil saber.
As curvas, uma em seguida da outra, não podem jamais tirar nossa concentração. A melhor dica é pilotar (dirigir) com responsabilidade, deixando de lado brincadeiras sobre rodas, já que o trânsito é intenso. A opção é única: Pilotagem séria pois a “serpente” é exigente: qualquer descuido pode nos jogar no chão.
Como sempre, não se devemos desprezar todo o tipo de proteção, afinal, comparando a qualidade do asfalto, diríamos que a “pele da serpente” é bastante áspera, rugosa, escamosa e cheia de cicatrizes em muitos lugares. Assim, abusar não deve ser a regra.
No trajeto é comum encontrarmos muitos motociclistas fazendo o mesmo caminho que nós, ou o oposto, para os que vem da região do Paraná. Como é de se esperar, o clima de cordialidade e de irmandade entre os motociclistas tem se mantido e isso é muito bom.
Placas indicativas vão nos indicando a proximidade de parques, cavernas, cachoeiras e reservas ao longo do caminho e, se não tivermos vontade firme, vamos desejar parar em todos esses lugares para explora-los.
Porém, uma visita como se deve à qualquer deles demandaria muito tempo e, se for uma visita completa nos parques, certamente demoraríamos dias. A melhor pedida pode ser, então, uma outra viagem especialmente para esse fim.
APIAÍ: “A BARRIGA DA SERPENTE”
Com o passar do tempo a estrada vai ficando cada vez mais fria. Estávamos nas portas de Apiaí, nosso destino final desta matéria exclusiva. A moto pedia mais, o piloto também, mas Apiaí tem encantos que poderiam nos deixar por lá por muito tempo.
A cidade sempre recebe o turista de braços abertos, com um lindo Portal temático, fazendo-nos lembrar do artesanato local. Inúmeros potes de cerâmica em tamanhos colossais embelezam esse pórtico e outras tantas peças do mesmo gênero compõem os ornamentos da cidade.
Se o primeiro percurso sobre a “serpente” tem agora seu fim, a aventura completa pela não. Apiaí nos reservou belas surpresas que mostraremos para você passo a passo, logo que guardarmos a moto, livrarmos das tralhas, trocarmos de roupas e aderirmos aos seus encantos.
VEJA AQUI A SEGUNDA PARTE DESTA MATÉRIA.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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Agradecimentos especiais:
Secretaria de Turismo de Apiaí
Secretaria de Turismo de Iporanga
Burkner Hotel
bibliografia
http://www.petaronline.com.br/cavernas.htm
http://www.petaronline.com.br/caboclos.htm
http://www.petaronline.com.br/apiai_morro.htm
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