Olinda, localizada no estado de Pernambuco e encostadinha com a capital Recife, é a atração especial desta edição do City Tour e tem muita história para ser mostrada.
HISTÓRIA
Olinda foi a primeira cidade fundada no Brasil, no ano de 1535, e hoje é declarada pela UNESCO como Patrimônio Histórico da Humanidade, assim como Ouro Preto, em Minas Gerais.
Parte do casario original dos anos 1500, ainda que descaracterizados pelo ataque e incêndio provocado pelos holandeses na batalha de Guararapes, ocorrida em novembro de 1631, ainda permanece em pé e compõe seu centro histórico.
Embora não nos atrevamos a discorrer a história como historiadores, a grosso modo pudemos aferir que a cobiça na época era o açúcar, quando Olinda era a cidade mais rica do Brasil Colonial, tida então como uma “pequena Lisboa” em terras tupiniquins, dada a opulência só comparada à corte portuguesa.
A região estava sob o domínio da ocupação Holandesa, gerenciada rigorosamente por Maurício de Nassau. Com sua demissão do cargo o excesso de impostos pelos holandeses se tornou insuportável, gerando descontentamento dos luso-brasileiros e a Insurreição Pernambucana.
Desse período Olinda guarda em suas memórias, igrejas e conventos barrocos eternizados por seu inestimável valor histórico, mantendo, ainda, seu traçado urbano exatamente como nos tempos coloniais.
Seu nome gera até os dias atuais muitas controvérsias, alguns entendendo que vem da expressão de assombro de Duarte Coelho quando a viu pela primeira vez: Oh linda!
Outros, porém, não compactuaram com tal orientação tida como simplista e até mesmo ridícula, entendendo que a denominação correta se referia a alguma localidade de Portugal a se homenagear, como Linda-a-Velha ou Linda-a-Pastora, comunidades próximas de Lisboa.
Há, também, os que a imaginam como homenagem a Olinda, personagem de um romance de cavalaria daqueles áureos tempos, intitulado Amadis de Gaula.
Seja como for, inegável que Olinda é mesmo muito “Linda”.
A CIDADE
Com uma população estimada pelo Senso de 2021 em aproximadamente 394 mil habitantes, confinados entre as quatro menores áreas territoriais de Pernambuco, Olinda fica a frente apenas de Fernando de Noronha, Toritama e Camutanga quando se trata de tamanho de suas terras.
Conurbada com Recife, Olinda é praticamente uma cidade dormitório e voltada para a habitação, comércio e turismo.
Essencialmente a área nobre de interesse turístico de Olinda se divide no Centro Velho, ao sul da orla marítima; o Bairro Novo, que se estende desde o antigo Farol de Olinda até o Shopping Patteo Olinda; e o Bairro da Casa Caiada, que se estende até a divisa com a cidade de Paulista.
É na orla da Casa Caiada que estão os mais imponentes arranha-céus de Olinda e onde se pode desfrutar de praia propriamente dita, embora com diminutas áreas de areia.
A bem da verdade Olinda é pobremente servida de praias largas em toda sua extensão, sendo certo que somente no sul da cidade, na restinga formada entre o Mar e o Rio Beberibe, há a Praia Del Chifre, mas é de difícil acesso, além de praticamente desabitada e selvagem.
Rodar por suas ruas mais antigas é bastante penoso e difícil, não só pela estreiteza das vias e seus altos e baixos constantes, mas pela sinuosidade dos trajetos e trechos quase ou sem saída.
Embora a sinalização oficial exista em quantidade suficiente, serve mais para o morador da cidade do que para o visitante, principalmente quando desconhece os meandros de seu centro velho, com seu casario colonial e ruas de calçamento em pedras.
Já os bairros mais novos têm boa simetria e a sinalização comporta bom aproveitamento do visitante ao se dirigir ao seu ponto de interesse.
RODANDO EM OLINDA EM ÉPOCA DE CARNAVAL
TURISMO CARNAVAL
Como já o dissemos, o turismo é o carro chefe da economia local e é assunto deveras importante para a administração pública se preocupar.
O ponto alto é o carnaval, período em que estivemos em Olinda para esta matéria. O objetivo principal da cidade é reviver, ainda que em poucos dias, o esplendor de seu passado glorioso ao som do frevo e maracatu, originais do estado.
As ruas do centro velho são tomadas por bonecos gigantes típicos de lá, dando suporte aos muitos blocos carnavalescos que percorrem os principais logradouros da velha Olinda, com suas temáticas cada vez mais originais.
Para que isso se dê de forma harmônica, ordeira e que não prejudique a obra de arte que é a própria cidade, um verdadeiro exército de pessoas providencia o fechamento por tapumes das igrejas barrocas, protegendo-as do desrespeito e do vandalismo, o mesmo acontecendo com o casario tombado e prédios públicos.
Enfeites multicoloridos são dispostos ao longo dos espaços destinados à folia de Momo, assim como uma infinidade de barracas com alimentos e enfeites típicos dessa época.
A segurança pública também deve manter um exército próprio, não só para inibir, conter, apurar e solucionar problemas com os excessos eventualmente cometidos, da mesma forma que equipes médicas e bombeiros tem que estar apostos para os socorros necessários aos que passaram da conta na animação.
Para os que gostam dessa muvuca toda não há que se questionar: Olinda é top. Olinda é Master. Olinda é o que há.
Para os demais visitantes com interesse na cultura e sossego, a sugestão é evitar essa época do ano e viajar para Olinda em outras épocas, onde poderá passar horas a fio revivendo os primórdios da história de nosso país em sua plenitude.
TURISMO CULTURAL
Afora a época do carnaval e durante o ano todo, a cidade ostenta eventos culturais dos mais diversos, não só das feiras de artesanato típicas das cidades turísticas, mas também com apresentação pública de grupos diversos, que atendem aos gostos do reggaes, sambas, maracatus, frevo, afoxés e qualquer outro que apareça.
Também existem as noites literárias, serenatas e música ao vivo com boa gastronomia para serem apreciadas pelos interessados. Nesse último quesito, não só o centro histórico, mas também a orla beira-mar oferece bons programas para todas as idades.
TURISMO RELIGIOSO
A Semana Santa é o ponto alto das atividades religiosas da cidade, guardando similaridade apenas com os festejos do Natal, e se desenrola no centro histórico de Olinda, tendo como marco inicial o domingo de Ramos, que comemora a entrada de Jesus em Jerusalém para as festividades da Páscoa, e que acontece no domingo anterior ao domingo de Páscoa.
O ponto alto é a Procissão dos Passos, que ocorre nas Sextas Feiras Santas de cada ano, cortejo que relembra o caminho de Jesus até o calvário para ser crucificado.
Nesse percurso estão dispostas pequenas paradas nas chamadas “capelas dos passos”, que foram construídas no final do século 18 e começo do século 19.
Nessas épocas a prefeitura tende a considerar pontos facultativos em algumas datas, ocorrendo algumas restrições aos munícipes. No caso dos visitantes, é bom consultar antes o site oficial da prefeitura (clique aqui)
Em geral os visitantes costumam percorrer a pé as ladeiras íngremes do centro histórico da cidade, em busca principalmente da Igreja do Carmo, da Basílica de São Bento, do convento São Francisco, da Catedral da Sé, entre tantas outras igrejas barrocas de igual significado e teor histórico.
Os museus de Arte Sacra, dos bonecos Gigantes e outros pontos turísticos como o Forte de São Francisco, também são bastante procurados.
Nossa frustração é não podermos mostrar essas belezas nesta matéria, vez que a cidade estava toda forrada para o carnaval em nossa visita. No entanto, sabemos que outras oportunidades virão para essa correção em breve.
COMO CHEGAR
Se os visitantes da capital pernambucana podem visitar Olinda até mesmo a pé, dada a continuidade de uma cidade com a outra, lembramos que a Olinda está a 267 km de Maceió/AL; a 510 km de Aracaju/SE; a 280 km de Natal/RN; e a 815 km de Salvador/BA, tendo como acesso comum a BR-101. que passa renteando a cidade.
Para aventureiros e visitantes de outras localidades, a sugestão é a utilização de um bom guia rodoviário, lembrando sempre que não haverá dificuldade alguma de encontrar essa joia de cidade no litoral de Pernambuco.
Se você já conhece a região, tem alguma crítica ou sugestão para fazer, envie-nos um comentário a respeito. Será muito útil para nós.
EDITORIAL
PORTAL AVENTURAS é um veículo de comunicação de aventureiros e aventuras de todos os tipos, no ar,
no mar e na terra, abordando os assuntos com seriedade e profissionalismo.
Jornalista responsável: Marcos Duarte – MTB 77539/SP
Contato: contato_pdm@portaldmoto.com.br
Whats app: (11) 9-9562-7935 ACESSE TAMBÉM