31/08/2021
A bucólica Ouro Branco já ocupou recentemente a primeira posição no ranking das melhores cidades mineiras e é nossa atração nesta edição do City Tour. Vamos ver?
HISTÓRIA
Os primórdios da cidade estão vinculados ao extrativismo mineral e as bandeiras paulistas, que desbravavam os sertões mineiros em busca de ouro e pedras preciosas.
Miguel Garcia, outrora integrante da bandeira de Borba Gato, encontrou nos anos finais do século 17 jazida de ouro com coloração esbranquiçada, o que inspirou o nome da cidade.
Porém, a elevação da localidade à categoria de freguesia só ocorreu em 1724, tendo permanecido como Distrito de Ouro Preto até o ano de 1953.
Ouro Branco evoluiu ao longo dos tempos por meio de vários “ciclos econômicos”. Se foi fundada no auge do ciclo do ouro, teve variações posteriores com o ciclo da uva e da batata, para, mais recentemente, estar incursa no ciclo do aço, representada pela empresa Gerdau Açominas, que substituiu a antiga Aço Minas Gerais S.A.
Um dos motivos do declínio extrativista no ciclo do ouro foi a baixa qualidade das jazidas auríferas da cidade e a dificuldade de exploração utilizada na época.
A CIDADE
Com pouco mais de 40mil habitantes, a cidade abriga não só um patrimônio cultural invejável, como uma das mais importantes siderúrgicas do Brasil, responsável por boa parte da economia local.
Ao contrário das tradições históricas das Minas Gerais dos tempos do ouro farto, Ouro Branco apresenta uma arquitetura predominantemente moderna, com poucas edificações a lembrar o Brasil colonial que encanta o turista ávido por casarões históricos, pavimentação rústica, etc.
Seu centro é bem diversificado e revela um trânsito ativo em todas as horas do dia, com picos de congestionamento nas primeiras e últimas horas do horário comercial.
Apesar dos sobes e desces da topografia local, Ouro Branco está muito distante dos aclives e declives acentuadíssimos de sua vizinha Ouro Preto, podendo ser transitada normalmente pelos visitantes.
Bons hotéis, restaurantes e lojas de departamento conferem à cidade um dinamismo comparado a municípios maiores, com infraestrutura mais elaborada.
RODANDO EM OURO BRANCO
Apesar das grandes empresas Mineradoras e Siderúrgicas que a rodeiam, sendo que a gigante Gerdau ocupa uma área maior que o perímetro urbano de Ouro Branco, a cidade é muito limpa e organizada, nem de longe lembrando suas atividades ao redor do município.
IGREJA MATRIZ
Quase que escondida entre edifícios e lojas modernas está a magnífica Igreja Matriz de Santo Antonio de Ouro Branco, cuja construção se deu entre os anos de 1717 e 1779, data essa inscrita em seu frontispício.
Localizada na área central da cidade, o templo é considerado uma das mais antigas instituições paroquiais das Minas Gerais, tanto que se encontra tombada desde o ano de 1949.
A arquitetura é um autêntico barroco mineiro do século 18, com douramento do altar-mor e dos altares de São Miguel e das Almas sendo iniciados em meados desse século, revelando neles um “barroco” mais moderno em relação o início da construção da igreja.
Construída quase que só com pedras, traz consigo algumas reformas elaboradas por Aleijadinho, acrescentando-lhe seu estilo característico.
O interior do templo ostenta pinturas ilusionistas de Mestre Ataíde, contemporâneo e parceiro de Aleijadinho em várias empreitadas, apresentando cores suaves a representar o padroeiro Santo Antonio, assim como Maria e Jesus menino.
A dificuldade maior é transmitir ao leitor amigo, ainda que por imagens e vídeos, a real beleza e complexidade dos ornamentos sacros distribuídos pelos altares, nave principal, teto e laterais, que somente uma visita pessoal pode suprir.
TURISMO
O ponto alto do turismo radical é a Serra do Ouro Branco, que abrange uma área total de 1614 hectares, em altitudes que variam entre 1250 e 1568 metros, com muitas encostas íngremes.
Pela sua localização geográfica é considerada a ponta da Cadeia do Espinhaço que se estende de Minas Gerais até a Bahia, abrigando um dos mais ricos ecossistemas do mundo.
A serra é responsável, ainda, por recarregar os rios Paraopeba e Doce com suas incontáveis nascentes de água límpida, incluindo o lago Soledade, que abastece a cidade de Ouro Branco.
Além desses atrativos naturais, o município também atrai turistas ávidos pelo remanescente do conjunto arquitetônico e paisagístico da Capela de Santana e a casa sede da Fazenda Pé do Morro, localizado a quatro quilômetros da área urbana, aos pés da Sserra de Ouro Branco e às margens da Estrada Real.
NOSSA VIAGEM
Ao longo dos anos temos passado frequentemente pelo centro urbano de Ouro Branco, já que é rota preciosa para muitas cidades turísticas das Minas Gerais.
Já rodamos por Ouro Branco com diversas motocicletas, usando da infraestrutura local para refeições e pernoites, bem como ascendendo a maravilhosa Serra em passeios esporádicos.
Nesta apresentação visitamos Ouro Branco durante o período da pandemia, com os cuidados devidos e a bordo de um jipe Pajero TR4, passeando cuidadosamente pelas ruas centrais da cidade, de modo a apresentar ao leitor amigo um panorama fiel da localidade, sempre no intuito de aguçar-lhe a vontade para uma visita pessoal, assim que possível.
COMO CHEGAR
Para os aventureiros que partirem da capital mineira o percurso será de apenas 100km, suficiente para um ótimo passeio, ainda que num bate-e-volta, seguindo inicialmente pela BR-040, até pouco depois de Congonhas, derivando então pelas MG-030 e MG-443.
Já para aqueles que partirem de São Paulo o percurso é bem maior: 600km. O trajeto pode ser feito pela Rod. Fernão Dias, até a cidade de Carmópolis de Minas, quando o aventureiro deverá entornar para a direita pela MG-270, no rumo de Passa Tempo, Entre Rios de Minas e Congonhas. A partir daí é só seguir como no roteiro de quem partiu de BH.
Distância menor percorrerá o Carioca que partir da cidade do Rio de Janeiro. O trajeto será de aproximadamente 370km, quase todo a ser realizado pela BR-040, também até a cidade de Congonhas, seguindo então como já foi mencionado no caso dos viajantes que partiram de Belo Horizonte.
Para aventureiros de outras localidades o ideal é consultarem um bom guia rodoviário, levando em conta as cidades que mencionamos nesta matéria.
Se você já conhece a região, tem alguma crítica ou sugestão para fazer, envie-nos um comentário a respeito. Será muito útil para nós.
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EDITORIAL
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Jornalista responsável: Marcos Duarte – MTB 77539/SP
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