Pequena, bonita e intrigante, Pariquera-Açu, encravada no Vale do Ribeira entre as cidades de Cananéia e Registro, no extremo sul do Estado de São Paulo, é a atração especial desta edição do City Tour. Vamos conhece-la melhor?
HISTÓRIA
Projetada inicialmente como um Núcleo Colonial ainda no governo do Segundo Império do Brasil, em 1855, suas terras foram destacadas do município de Iguape num lugar denominado Sítio de Guaricana, que ficava entre os rios “Pariquéra-Mirim” e “Pariquéra-Assú”.
A primeira fase para a implantação da nova colônia foi pautada por denúncias de desvios de materiais e verbas; a segunda, após a exoneração do primeiro diretor do projeto, foi a ocupação irregular da área por estrangeiros que moravam em Cananéia, estagnando a implantação da Colônia até 1886.
A terceira e derradeira fase teve então sucesso, embora com um atraso considerável, quando a comunidade começou a receber os primeiros investimentos, com a construção de um barracão para recebimento dos novos imigrantes que ali se assentariam em definitivo, sendo certo que já no ano de 1902 o Núcleo continha uma população aproximada de 2 mil habitantes.
Tal expansão demográfica levou a Colônia ser elevada para a condição de Distrito adjunto ao município de Jacupiranga, em 1906, tendo sido finalmente elevado à condição de Município em outubro de 1953.
A CIDADE
Atualmente com uma população pouco superior a dezenove mil habitantes, conforme o senso de 2022, a cidade é muito bem organizada e cortada de norte a sul pela rodovia BR-478, que liga Cananéia a BR-116, entre as cidades de Jacupiranga e Registro, bem como de leste a oeste pela SP-222. Outra rodovia (Rod. José Padovam Netto) também parte a nordeste do município em direção da BR-116.
A topografia em boa parte da área urbana é totalmente plana, mas os logradouros um pouco mais afastados apresentam ladeiras bem íngremes.
Já a arquitetura predominante é bem moderna, assim como um de seus principais pontos de interesse: o bem montado Hospital Regional Leopoldo Bevilacqua, ainda em obras para sua ampliação, que é referência na região do Vale do Ribeira.
Outro marco do município no atendimento médico é o magnífico AME (Ambulatório Médico de Especialidades), anexo ao UBS III, ambos juntos ostentando área construída similar ao do atual Hospital Regional.
O comércio é bem variado, principalmente na avenida principal Dr. Carlos Botelho, que é a própria BR-478 na área urbana da cidade.
O lugar é muito requisitado por turistas em direção às praias do sul do estado, porém, ainda assim a cidade prescinde de cidades maiores da região, principalmente Registro, para produtos mais específicos.
As ruas principais são bem largas, sinalizadas e com boa simetria, destacando-se o asfalto e os blocos de cimento como a pavimentação tradicional por lá.
IGREJA MATRIZ
Devotada a São Paulo Apóstolo, fica na parte elevada da Praça Vitoriano Badia, de frente para a avenida principal, Dr. Carlos Botelho.
O templo é de tamanho médio e de arquitetura contemporânea, tendo sua fachada marcada por torre sineira única e central. Sua construção é do século 20.
O adro, em forma de arco, permite a chegada de veículos para eventuais festejos e, logo após dele, duas bonitas e amplas escadas, se assim podemos chama-las, descem uma ao lado da outra dividida por um canteiro gramado e florido, até a calçada da avenida, formando um bonito conjunto.
TURISMO EM PARIQUERA-AÇU
O primeiro título da cidade é “Capital Estadual das Plantas Ornamentais”, destacando-se como uma de suas principais atividades econômicas, conforme dados da Secretaria de agricultura do Estado.
Segundo o catálogo de plantas desse gênero no Vale do Ribeira, Pariquera-Açu produz nada menos que 45 espécies desde o ano de 2004.
Mas é a abundância dos recursos naturais que faz de Pariquera-Açu um destino de interesse de aventureiros de toda parte do país, já que é naturalmente uma espécie de “Portal de entrada” para a região do Lagamar paulista, além de sediar em suas terras o Parque Municipal Casa de Pedra e o Parque Estadual Campina do Encantado.
Outro fator de interesse é a cidade estar bem próximo das cidades de Eldorado e Iporanga, que respectivamente ostentam o Parque Estadual da Caverna do Diabo e o Parque Estadual e Turístico do Alto do Ribeira (PETAR)
RODANDO EM PARIQUERA-AÇU
PARQUE CASA DE PEDRA
Seu nome deriva do fato de sua construção principal, iniciada no começo dos anos 1800, ter sido feita por imigrantes europeus com pedras do Rio Pariquera.
Sediado em plena Mata Atlântica ainda preservada, o parque oferece aos seus visitantes muitas fontes de águas cristalinas que formam cachoeiras e quedas d´água, chegando a formar verdadeiros tobogãs e piscinas naturais.
Bastante procurado para os adeptos do trekking, contém trilhas com alguns graus diferentes de dificuldades, a mais difícil delas com destino à “Queda do Exorcismo” ou até mesmo ao “Morro da Tríplice Divisa”, numa visão panorâmica na confluência das cidades de Pariquera-Açu com Cananéia e Jacupiranga.
O parque fica a aproximadamente 15 km a oeste do centro da cidade e tem acesso pela Linha Nova Cremona (Rua Adolfo Togneti)
PARQUE CAMPINA DO ENCANTADO
Seu nome deriva do tipo de solo, capaz de provocar chamas naturais oriundas da decomposição de produtos orgânicos, também chamado de “fogo fátuo” ou “boitatá”, que podem chegar aos oitenta centímetros de altura.
A unidade de conservação compreende cerca de 3200 hectares encerrados na planície chamada de Campina do Encantado, e está a cerca de 14 km do centro da cidade, tendo como acesso a Rua dos Expedicionários, onde está o AME e o Hospital Regional.
O atrativo principal do parque é mesmo o “fogo que sai do chão” em determinadas circunstâncias, que pode ser acessado por trilhas de variados níveis de dificuldade e tem seu funcionamento de terça-feira aos domingos, das 9 as 17 horas.
COMO CHEGAR
Para os aventureiros que vierem com destino a cidade a partir da capital paulista, o trajeto poderá ser feito pela BR-116 até pouco antes da cidade de Jacupiranga (ver placas com destino a Cananeia), seguindo-se então pela BR-478. Ao todo serão cerca de 215 km.
Por sua vez visitantes que deixarem Curitiba em direção de Pariquera-Açu rodarão um pouquinho menos nessa empreitada (205 km), rodando também pela mesma BR-116, desta vez em sentido norte, e derivando pela BR-478 logo depois da cidade de Jacupiranga/SP, também devendo estar atento às placas indicativas para Cananéia.
Para interessados de outras localidades a sugestão é a busca por um bom guia rodoviário, no entanto não há qualquer dificuldade para a localização da cidade.
Se você já conhece a região, tem alguma crítica ou sugestão para fazer, envie-nos um comentário a respeito. Será muito útil para nós.
EDITORIAL
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Jornalista responsável: Marcos Duarte – MTB 77539/SP
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