PASSO DE TORRES-SC

14/07/2019

Nesta edição do City Tour trouxemos à você, leitor amigo, um passeio por Passo de Torres, a cidade praiana mais ao sul de Santa Catarina, com divisa conurbada com Torres, no Rio Grande do Sul.

COMO CHEGAR

Para quem partir da capital do Estado o trajeto será todo pela BR-101, sentido sul, passando por Laguna e Araranguá, num percurso total de 275km de boas rodovias.

Já para quem partir de Porto Alegre o trajeto é bem mais curto: 195km. Assim, o aventureiro iniciará o percurso pela BR-290 (Freeway) até a cidade de Osório, e de lá seguirá rumo ao norte, pela BR-101.

Para os visitantes de outras localidades é bom ter como referência as duas capitais acima mencionadas.

HISTÓRIA

A ocupação contemporânea da cidade passou a ocorrer em fins do século 19, como sendo o Arraial de Mampituba, que é o nome do rio que faz a divisa entre os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e desemboca no mar naquele ponto.

Porém, seu marco oficial de criação foi a fundação de uma capela devotada à Nossa Senhora dos Navegantes, isso em março de 1944.

Em tempos remotos a região era ocupada pelo “homem de sambaqui”, que vivia da caça e da pesca conforme demonstram os vestígios arqueológicos lá encontrados.

Posteriormente e no período colonial a área foi habitada pelos povos bugres que já utilizavam a agricultura rudimentar, mas que foram expulsos pelos índios carijós, bem mais agressivos.

Eram esses últimos que habitavam a localidade quando da chegada dos imigrantes que passaram a povoar aquelas terras, a maioria deles portugueses, mas também com ocupação de espanhóis, italianos e alemães.

Nos primórdios da cidade a ligação com as terras gaúchas era feita por uma balsa de madeira e uma precária ponte pênsil, ponte essa substituída pela atual, construída em 1985.

Passo de Torres, que era Distrito da cidade de São João do Sul, foi elevada definitivamente à categoria de município em setembro de 1991, o que só consumou efetivamente em janeiro de 1993.

A CIDADE

Para quem gosta de cidades praianas sossegadas, mas com uma boa infraestrutura e que dê suporte ao turista, o lugar é esse.

Toda plana e com pavimentação que vai do asfalto tradicional ao pé de moleque, típica das cidades históricas mineiras, tem somente um arranha-céu que se destaca entre a arquitetura predominante, quase toda de no máximo quatro pavimentos.

A areia do mar que invade as ruas da cidade, até mesmo as ruas mais distantes, não nos deixa esquecer que são 24 praias ao longo do seu litoral, sendo a mais conhecida a Praia de Bella Torres.

Além da sede oficial do município, junto da foz do Rio Mampituba, outros balneários, todos ao norte da cidade, servem de moradia para boa parte da população local, que beiram aos 8mil passatorrenses.

A principal atividade econômica do município é o turismo, que se mantém em franca expansão, seguida da pesca, industrialização de pescados e a agropecuária.

TURISMO

Não há como ser diferente. Com toda a orla marítima utilizável para veraneio, o primeiro interesse de quem vai à cidade é mesmo curtir uma praia que, em todas as situações, estão sempre separadas fisicamente do centro da cidade.

Por capricho da natureza o Rio Mampituba, antes de desembocar no mar, formou um lago linear dividindo toda a área comercial da cidade de suas praias.

Para quem gosta dos passeios de barcos, um pequeno porto junto da ponte pênsil proporciona ao interessado oportunidade de singrar o mar azul a bordo de alguma escuna ou catamarã.

Já os adeptos da pescaria não tem mesmo do que reclamar e, se o leitor prestar bem atenção no vídeo que apresentamos nesta matéria, poderá observar a quantidade e o tamanho dos peixes que são retirados do rio, minuto a minuto.

Por pouco não atropelamos peixes em plena rua com nossa motocicleta, quando nos dirigimos aos Molhes que ficam junto da foz do rio.

Para os mais radicais e que ainda assim gostem da água, expedições rio acima podem ser contratadas com barqueiros e, certamente, belezas naturais não vão faltar para serem apreciadas.

O Parque Ecológico Espigão do Pirutu, com colinas e morros ao lado do grande Lago do Sombrio, existe oficialmente, mas sua infraestrutura é bastante precária, tanto que preferimos não parar muito tempo por lá.

O acesso ao Parque começa a meio caminho entre a cidade de Passo de Torres e a BR-101, por uma estrada de terra batida que nos alegrou bastante.

Mas como a cidade é quase toda plana, não espere encontrar nada morros muito altos no Parque. Nem mesmo o Morro dos Macacos, que está por ali, impressiona pela sua altura, mas a beleza é incontestável.

Levando em conta que a cidade é muito nova, aguardemos um pouco mais para que toda a infraestrutura necessária para receber bem o turista apareça, já que do outro lado do rio visualizamos o imponente o município gaúcho de Torres, quase uma grande metrópole e da qual falaremos em breve.

De qualquer forma Passo de Torres é um excelente lugar para se desfrutar de sossego, boa gastronomia no que diz respeito a frutos do mar, lugares mais acessíveis economicamente falando, e que pode ser a base perfeita para muitas aventuras, tanto em Santa Catarina quanto no território gaúcho.

NOSSA VISITA

Passamos em Passo de Torres (desculpem o trocadilho) com destino ao Uruguai e foi aí que decidimos dar a parada oficial para descanso, almoço e pernoite, já que seguiríamos viagem apenas no dia seguinte.

Nossa primeira “tarefa” por lá foi almoçarmos, o que o fizemos num bonito restaurante na beira do rio Mampituba, com vista esplêndida do mar e dos barcos que se aventuravam rumo à ele, levando turistas alegres.

Almoço? Claro que sim, hoje poderíamos comer a vontade pois não viajaríamos mais e a tarde toda seria destinada à praia (com roupa por causa do frio intenso) e às visitas em lugares bacanas.

O prato? Que mais senão frutos do mar? A cozinha açoriana se destaca por lá e o prato foi uma espécie de risoto de peixes com camarão, mexilhão e um monte de coisas a mais.

A bebida? Uma limonada gelada, não para refrescar, mas para combinar com tudo.

Depois da “siesta” num banco a beira rio, seguimos ao Parque Ecológico pela estradinha de terra, mas não ficamos muito tempo por lá e voltamos rapidamente.

Como a tarde mal tinha começado rumamos ao Balneário Bella Torres, com acesso fácil e pavimentado.

Lá ficamos até o anoitecer, já que o lugar é encantador, com muitas residências bem construídas e distribuídas por ruazinhas bem feitas e organizadas.

Puxamos prosa com pessoas de lá que foram receptivos, o que fez com que aproveitássemos para voltar só no começo da noite, depois de uma boa pizza por lá, junto com novos amigos.

UM VÍDEO PELA CIDADE

Por volta das 22h nos recolhemos para uma boa noite de sono, afinal, o dia seguinte seria de muita estrada, ainda que não tivéssemos pressa nenhuma de chegar ao destino, programado para mais três ou quatro dias.

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CRÉDITOS

Texto e Edição: Marcos Duarte   

Fotos e vídeos: Marcos Duarte

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Marcos Duarte

Jornalista, advogado, motociclista há mais de 53 anos e editor do Portal Aventuras há 9 anos, já foi colaborador da Revista Moto Adventure e do Portal Damas Aladas, trazendo notícias do mundo das aventuras nos mais diversos segmentos.