24/09/2019
Ponta Grossa, uma das cidades mais populosas do Paraná, une o progresso tecnológico de uma grande metrópole com o ecoturismo de primeiro mundo, e é destaque nesta edição do City Tour.
COMO CHEGAR
Os aventureiros que partirem de Curitiba não terão como errar, sendo possível até um bate-e-volta rápido, já que a cidade fica a 115km da capital paranaense, que poderão ser rodados exclusivamente pela BR-376.
Já para quem vier de Porto Alegre ou Florianópolis terão como melhor opção a BR-101, até a cidade de Curitiba. O trajeto será de 740km no primeiro caso e 310km no segundo. A partir de Curitiba rodarão os 115km narrados acima.
Os paulistas da capital terão como opção mais fácil a BR-116, até Curitiba, num trajeto de 415km, e depois até Ponta Grossa, por mais 115km de estrada.
Para aventureiros de outras regiões é sempre bom ter como referência a cidade de Curitiba, que fica quase ao lado de Ponta Grossa.
HISTÓRIA
Embora cruzada desde o século 16 por tropas espanholas, com destinos ao litoral catarinense e ao Paraguai, sua efetiva ocupação como área populacional só ocorreu a partir de 1800, em plena era colonial.
As primeiras colônias foram povoadas por fazendeiros paulistas que se encantaram com a qualidade dos pastos naturais dos Campos Gerais, fixando moradias principalmente nas imediações dos Rios Verde e Pitangui.
Pouco tempo depois chegaram os monges beneditinos, que receberam terras mediante concessão que mais tarde foram confiscadas e cedidas definitivamente para o bandeirante paranaense Atanagildo Pinto Martins.
A sede atual do município de Ponta Grossa, principalmente a localidade onde encontra-se hoje a Catedral Metropolitana e sua Praça, era nessa primeira época parada oficial do tropismo, com rancho para animais e pousada para os tropeiros.
Fora os moradores locais, os Jesuítas também receberam terras na região onde ergueram uma capela consagrada à Santa Bárbara.
Entretanto, para marcar exatamente onde seria o local à ser sede da futura comunidade de Ponta Grossa, e por causa da resistência de uns e outros para decisão sobre o local apropriado, ficou combinado que a cidade teria seu início onde um pombo branco de laço vermelho ao pescoço viesse a pousar para o pernoite.
Assim sendo, reuniram-se os maiorais do lugarejo e adornaram a delicada ave para que esta pudesse estar livre para “escolher” o local da nova cidade, vindo a pousar exatamente na cruz colocada em frente a pousada para tropeiros, onde está a atual Catedral.
A criação da cidade de Ponta Grossa ocorreu em 7 de abril de 1855, desmembrada do município de Castro.
A imigração europeia passou a engrossar o contingente populacional da cidade a partir de 1878, pouco depois da visita pessoal do Imperador D. Pedro II, que se empenhava na colonização do sul do país.
A inauguração da estrada de Ferro Curitiba/Ponta Grossa, ocorrida em março de 1894, e o início da construção da ferrovia São Paulo/Rio Grande do Sul, foram os divisores de águas que proporcionaram grande progresso ao município.
Atualmente Ponta Grossa pode ser apontada como um dos mais industrializados municípios do Paraná, bem como detentora de grande patrimônio turístico/cultural, como as Furnas, a Lagoa Dourada e Vila Velha.
PARQUE DE VILA VELHA
O Parque é um sítio geológico com formações areníticas que lembram uma cidade medieval, exibindo simulacros de torres em ruínas e de muralhas, mas também de outras formações curiosas, como uma taça, uma bota ou um camelo.
Com uma área total de mais de 38km2, dezoito deles relativos somente às formações rochosas, o Parque foi criado oficialmente em 1966 pelo Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Paraná.
A imensa área de preservação é composta, essencialmente, de três sítios distintos: Os Arenitos, onde estão as formações rochosas; as Furnas, onde estão as imensas e profundas crateras; e a Lagoa Dourada, uma porção d´água com coloração especial principalmente nos finais de tarde com sol.
A formação arenítica remonta aproximadamente 340milhões de anos, quando o mar ali existente passou a ser drenado aos oceanos atuais, deixando impregnado na rocha o óxido de ferro, que dá a cor avermelhada das rochas.
Já as formações pitorescas devem-se à erosão provocada pela ação dos ventos e das chuvas, que desgastaram as rochas de forma diferenciada e até mesmo separando grandes monolíticos entre si.
As Furnas são imensas crateras circulares de grande diâmetro, também conhecidas como Caldeirões do Inferno, e ficam a aproximadamente 3km das formações areníticas.
Ao todo existem três furnas no Parque, cada qual com profundidades superiores a 100m. Todas essas Furnas apresentam mais da metade de suas profundidades com água, o que levou a administração do Parque construir um imenso elevador numa dessas crateras.
A Lagoa Dourada, por sua vez, localizada no extremo oeste do Parque, possui aproximadamente 320m de diâmetro e uma profundidade aproximada de até 3 metros.
O encanto do lugar se dá especialmente no crepúsculo dos dias ensolarados, quando o astro rei despeja seus derradeiros raios luminosos em direção de suas águas, refletindo nos olhos dos contempladores a coloração do ouro.
A princípio a Lagoa Dourada seria uma “quarta furna” no Parque, porém, como tem ligação subterrânea com um lençol freático, está sempre com suas águas rentes à superfície.
Vale lembrar que, mesmo assim, suas águas mantém o mesmo nível que as três outras furnas, que só apresentam água pela metade por causa do desnível do terreno entre elas.
Com a quantidade de assoreamento que a Lagoa recebe atualmente, fatalmente está fadada à extinção em pouquíssimo tempo.
Para a visitação do Parque de Vila Velha é necessário o acompanhamento de guias especializados, devidamente cadastrados, e o pagamento do ingresso de acordo com a atividade pretendida, lembrando que há algumas isenções para crianças e idosos.
Para não perder sua viagem, pesquise antes de ir até lá no site oficial do Parque – clique aqui
MAIS TURISMO
O “Buraco do Padre” é uma outra furna que fica a 28km do centro de Ponta Grossa e que está ligada a presença dos Padres Jesuítas no município. Esta formação integra o Parque Nacional dos Campos Gerais.
Tal “buraco” trata-se de um imenso anfiteatro subterrâneo, no qual o Rio Quebra Perna despeja suas águas numa imponente cascata de 30m de altura.
O acesso é fácil, possível de ser percorrida até por cadeirantes, mas depende de uma pequena trilha de 1km a pé.
Chega-se ao local a partir de Ponta Grossa pela PR-153, por cerca de 22km de bom asfalto, seguindo então por terra batida até o estacionamento e recepção. Há pagamento de ingresso para a visitação. saiba mais
“Alagados”, por sua vez, é o apelido dado pela população à represa do Rio Pitangui, que fica distante 20km do centro do Ponta Grossa, local ideal para a prática de esportes náuticos e lazer.
CATEDRAL DE SANT´ANA
O início da construção da bela e exótica Catedral, consagrada à Sant´Ana, se deu a partir do ano de 1978, logo em seguida da demolição da catedral antiga, que por sua vez também era de beleza rara.
Se a atual catedral é de imponência inequívoca, bom lembrar que a catedral demolida, iniciada em 1906, foi desenhada pelo arquiteto italiano Nicolau Ferigoti e também se impunha na sociedade da época, instalada no ponto mais alto de Ponta Grossa.
O antigo projeto foi considerado ousado e sua inauguração aconteceu em 1910, tendo sido elevada à condição de Catedral em 1926. Tudo isso você poderá conferir no seguinte blog: clique aqui
Sua demolição ocorreu pelo fato da catedral “não possuir mais capacidade de abrigar todos os seus fiéis”, o que gerou grande comoção por parte dos pontagrossenses contrafeitos com a decisão.
A bela catedral atual, com 2.250m2 de espaço interno, comportando 1.200 pessoas sentadas e com quase 62 metros de altura, foi oficialmente concluída em 23 de julho de 2009.
A atual Matriz de Sant’ana é fértil na exibição de vitrais em forma de semicírculo nos seus quatro lados, fixados e delicada obra feita em concreto armado. No centro da nave principal verificamos uma imensa cúpula, também ornamentada com vitrais em todos os seus lados, e nos quatro vértices extremos do edifício vamos verificar quatro torres pontiagudas, direcionadas ao céu.
O subsolo tem 3.650m2 e abriga a cripta, os ossários, os banheiros, o museu e até o estacionamento.
A CIDADE
São mais de 350mil pontagrossenses vivendo numa cidade que mescla o moderno das grandes avenidas e dos envidraçados edifícios, com a rusticidade das casinhas de madeira típicas da região e as ruas estreitas da periferia.
O centro urbano lembra um pouco a cidade de Guarulhos, na grande São Paulo, com alto contingente de pessoas perambulando num comércio frenético, porém entre ruas bem estreitas.
RODANDO NA CIDADE
A própria catedral, imponente e de arquitetura moderna, está encravada entre ruas tímidas, mal conseguindo ser admirada em sua plenitude pela população.
Por outro lado, é só deixarmos para trás as ruas centrais para nos depararmos com grandes avenidas e seu comércio mais emblemático, com grandes lanchonetes, hipermercados, shoppings, grandes lojas de departamentos e hotéis de categoria.
Seguindo no rumo sul da cidade pelas rodovias PR-151 e PR-438, vamos encontrar o pequeno Distrito de Guaragi, um dos quatro distritos de Ponta Grossa e que está dela sediado a 28km, nas proximidades dos rios Tibagi e Guaraúna. Sua população mal ultrapassa aos 3mil habitantes.
O distrito é cruzado pela PR-438 de ponta a ponta, mas nele podemos ver toda a simplicidade e acolhimento dos seus moradores, muitos deles descendentes dos antigos imigrantes europeus trazidos no tempo do segundo império, para crescimento do sul do país.
UM TOUR POR GUARAGI
Deixando Ponta Grossa e Guaragi para trás, seguimos nosso roteiro conforme traçado anteriormente.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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