05/10/2018
Nosso City Tour da vez aconteceu em Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, que é um Distrito de São João del-Rei, em Minas Gerais, terra da Beata Nhá Chica e palco de uma das mais cruentas guerras em nosso país.
COMO CHEGAR
Para quem parte de Belo Horizonte o caminho mais curto é pela BR-040, até poucos kms depois de Congonhas. Desse ponto a rota é pela BR-383, até São João Del Rei; e pela BR-265, até o destino. No total o aventureiro percorrerá 200km.
Já para quem vai à cidade, partindo de São Paulo, serão 460km de estradas, boa parte deles rodados pela Rod. Fernão Dias. No trevo Ribeirão Vermelho e Lavras o aventureiro deverá seguir até o destino pela BR 265.
HISTÓRIA
O Distrito não tem sua história toda documentada, como deveria acontecer, havendo várias hipóteses para seu surgimento, cujas versões são quase sempre orais.
Nesse contexto, há relatos plausíveis de sua existência desde o começo dos anos 1700, com a exploração de bandeirantes, formando-se ali uma vila por causa de uma das filhas do sertanista recém chegada dos Açores, de nome Maria Júlia, que tinha por meta povoar o Brasil.
Seu nome oficial é Rio das Mortes, mas há grande comoção pública para que volte a ter o nome original de “Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno”.
Segundo os anais oficiais do povoado, há documentos que comprovam a existência da irmandade de Santo Antonio, datados de 1722, onde a capela teria sido erigida às margens do Rio das Mortes Pequeno, afluente do Rio das Mortes.
Sabe-se, ainda, pelo antigos, que o nome do rio foi dado por causa dos corpos jogados em suas águas durante a Guerra dos Emboabas. Mas há outros que contradizem, dizendo que o nome do rio se deve a brigas pela “propriedade dos índios” capturados, quando muitos morriam em sua travessia.
No entanto, com a primeira ou a segunda versão, parece que sempre houve mortes e muito sangue fluindo nas suas águas mansas.
O progresso restou acelerado a partir da construção da estrada de ferro, no finalzinho do século 19, época também da chegada dos imigrantes italianos, que fundaram as colônias agrícolas, precedendo aos sírios, que se dedicaram ao comércio.
BEATA NHÁ CHICA
Francisca de Paula de Jesus, popularmente conhecida como Nhá Chica, nasceu em 1810 no Distrito de Rio das Mortes. Filha de escravos, foi ali batizada em 26 de abril de 1810, porém pouco tempo depois mudou-se com a família para a cidade de Baependi, onde viveu até 1895.
Órfã aos dez anos, dedicou-se a prática da caridade e, ainda em vida, era chamada de “mãe dos pobres”. Ao longo de muitos anos buscou recursos para construir a capela de N. S. da Conceição, hoje o Santuário de Baependi.
Pelos complexos processos do Vaticano, Nhá Chica foi beatificada no dia 04 de maio de 2013 em cerimônia presidida pelo prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, o cardeal Angelo Amato, representante da Santa Sé.
Com esse ato Nhá Chica se tornou a primeira leiga e negra brasileira a ser declarada beata pela Igreja Católica.
Em Rio das Mortes, terra de seu nascimento, há um monumento em sua memória, na entrada da cidade, bem como o local onde ela foi batizada, ainda em tenra idade, é local de peregrinação até os dias atuais.
O DISTRITO
Ainda de acordo com a parca história local, seus primeiros habitantes viviam da produção agrícola e da recepção dos viajantes e mineradores que iam e vinham de Diamantina.
Como se vê, a Estrada Real já fervilhava desde aqueles tempos, com as pousadas que parece que sempre existiram por lá.
Rio das Mortes fica a menos de 13km de São João Del Rei e comporta uma singela população, estimada em menos de 3mil pessoas, boa parte delas em área rural.
Chegamos por lá pela hora do almoço, mas só conseguimos comer alguma coisa na padaria próxima da igreja matriz de lá.
Um pão fresquinho com queijo mineiro e o famoso café com leite serviu-nos de refeição naquele dia, até que chegássemos a outra cidade.
Embora haja fluxo constante de turistas religiosos na cidade, são poucas as opções de pouso e de alimentação por lá. Mas fique frio, você está em Minas e lá visitante nenhum sai com fome.
Depois de um tour pelas poucas ruas do Distrito, tomamos rumo ao nosso próximo destino daquele dia: Três Corações.
TOUR PELO DISTRITO
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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