A crise econômica que ronda o Brasil e o mundo deu o ar da graça no 13º Salão Duas Rodas de São Paulo, mas esperamos que o misticismo do número 13 dê lugar ao positivismo que reinou nos sete dias do evento.
Já terminou! O último dia do Salão da Moto de São Paulo terminou neste feriado de 12 de outubro e você poderá curtir aqui o que ele veio à oferecer. Bem menor que em anos anteriores e sem boa parte do glamour de outrora, chega a convencer os adeptos da motocicleta, não só pela fama internacional que tem, mas pelos muitos lançamentos que apresenta nesta edição.
Como sempre, pudemos ver muitas pessoas já se acotovelando nas adjacências das bilheterias do Anhembi, antes mesmo da abertura dos portões, na esperança de verem em primeira mão as novidades anunciadas, apesar do sol escaldante que fazia.
Apesar do otimismo dos organizadores, quase metade da área coberta do Anhembi ficou sem ter o que mostrar, interditada ao público em geral por cortinas brancas. Mas se algumas marcas deixaram de aparecer por aqui neste ano, tivemos a grata surpresa de ver um stand da norte americana Indian e da austríaca KTM, que estreiam no Brasil suas máquinas de qualidade.
UMA GERAL DO SALÃO
HONDA
A distribuição dos expositores seguiu bem ao tradicional, com a Honda “comandando” o evento com seu gigantesco stand bem de frente para a entrada. Por falar em Honda ela também promoveu estacionamento VIP gratuito para todas as motocicletas da marca. Quem se dispusesse a aguardar, até o óleo da moto poderia ser trocado, gratuitamente.
Dando boas-vindas ao visitante, em localização privilegiada, uma “surrada” African Twin 1000cc” toda suja de lama disputava os “clicks” e a admiração de quem por ali passasse. Não é para menos, esse bólido está sofrendo severos testes para chegar ao consumidor como uma das melhores opções no segmento.
Outras motos também disputavam o grandioso stand: a nova Twister 250, CBR 650F, a CR 450, XRE 300 e muitas outras que encantavam o público. A Honda era uma das poucas empresas que chegaram a distribuir brindes aos visitantes: um porta capacetes em tecido.
YAMAHA
No stand vizinho da Honda, também logo na entrada, a Yamaha não fez por menos. Com um stand bem montado, abusou na apresentação de suas motos mais famosas, onde o público podia fazer o que mais gosta: Subir nas motos. A linha Tenéré foi a que mais atraiu gente interessada.
A Yamaha apresentou toda sua linha de produtos no Brasil e não esqueceu de apresentar suas superesportivas mais recentes, dentre elas a R1M; além das já famosas MT3 e MT9, que chamaram bastante a atenção dos aficionados da marca.
SUZUKI
Outra das quatro grandes japonesas também se destacou no Salão. Aproveitando o clima a gigantesca “yellow” nipônica apresentou as esportivas GSX-S 1000 e 1000F, e a superesportiva GSX-R 1000. As requisitadas Hayabusa, B King e as custom de altas cilindradas também foram muito apreciadas no evento.
No setor das Offs e das Big trails o sossego também era pouco. Fãs desses produtos se apinhavam entre os modelos apresentados, principalmente entre as poderosas V-Strom 650 e 1000cc, agora bastante leves e competitivas entre as concorrentes.
KAWASAKI
Outra grande japonesa ocupou um imenso stand em área nobre do pavilhão, mostrando que a última japonesa à se instalar por aqui veio mesmo para ficar. Aproveitando o evento a marca apresentou um lançamento mundial, a superesportiva para pistas Ninja H2R, com 316cv.
Para anunciar o lançamento o comandante mor da fábrica verde japonesa, Mr. Takeshi Asano, veio especialmente para o Brasil. Toda linha Ninja estava disponível para ser visitada no stand, mas as custom e as Big trail também mantiveram seu público cativo preservado.
B M W
A marca das hélices manteve a sobriedade germânica, num espaçoso e bem montado stand na área nobre do pavilhão. A surpreendente S 1000RR, de pista, dividia espaço com o modelo urbanizado. As grandes LT e RT de turismo também tiveram seus lugares cativos.
No quesito Big Trail a BMW deu seu show como já era de se esperar. As GS 650, 800 e 1200 em suas variadas versões fizeram o encanto de muitos visitantes. O mais difícil era encontrar uma brecha para apreciar de perto essas máquinas.
As maiores novidades foram as pequenas G310 Stunt, (sem cilindrada definida) e que é um protótipo final à ser fabricado ainda este ano. Outra novidade é a S 1000XR, uma quase “big trail” destinada aos menos afoitos e pronta para brigar com a V-Strom 1000 e a Versys 1000.
TRIUMPH
Disputando lado a lado o mercado, e no salão disputando a atenção do público em stands vizinhos, a britânica não deixou a desejar. Aportada no mercado nacional há menos tempo que a germânica, parece estar com bastante fôlego para continuar brigando por espaço entre os consumidores, com bastante competência e qualidade.
A coqueluche da Triumph é a linha Tiger, que cativou de vez o público brasileiro. Essas Big trail, por ter um motor mais “liso” (3 cilindros em linha), garante competitividade nas estradas e um bom resultado no off-road. Dizemos bom resultado pois nesse quesito ainda restam algumas barreiras à serem sanadas pela fábrica.
Como boa parte dos consumidores das Big-trails quase nunca a usam fora da estrada, e quando o fazem é por lugares tranquilos, uma máquina como a Tiger vem bem a calhar, pois nessas horas consegue tirar das mangas essa vocação aventureira.
HARLEY DAVIDSON
Qual o motociclista nunca ouviu falar de uma HD? Impossível não conhecer essa marca. Com um stand em estilo um pouco diferenciado do tradicional, muito mais moderno, a marca norte americana apresenta seus impecáveis produtos. De quebra a empresa americana nos permitiu ver a inusitada LiveWire, projeto de motocicleta elétrica em fase final de construção.
Não há modelo que não tenha seu fã de carteirinha, mas dois modelos são unânimes, ainda entre os que apreciam outros da marca. São eles: a CVO Limited, máximo de luxo, beleza e sofisticação numa moto; e a V-Rod – com visual extremamente inédito.
INDIAN
A primeira motocicleta fabricada nos Estados Unidos deu o ar da graça em terras tupiniquins. Com seu stand exatamente ao lado de sua conterrânea, a fábrica do “Grand Chief” fez uma apresentação fantástica, levando o público ao delírio com tantas novidades.
As grandes touring, com 1800cc tem desenho esmerado, acabamento sofisticado e parecem ser “pau para toda obra”. As outras motos apresentadas são de 1.200cc. e resta-nos saber se a marca se fixará bem em nosso mercado, para podermos avaliar melhor o produto.
DAFRA
A Dafra não tem meio termo. Para uns é uma das melhores empresas do ramo no Brasil, para outros simplesmente a pior. Quem estará com a razão? Ao nosso ver com a primeira, pois a jovem empresa nacional monta, no Brasil, nada menos que a sofisticadíssima MV AGUSTA, a mais exclusiva marca de motocicletas, além da BMW, SYM, DAELIN, etc.
Sabe aquela sofisticadíssima GS 1200 ou 800 da BMW? Ou ainda aquela Brutale 1090RR? Ou ainda uma Ducati? Sim, todas elas saem ou saíram da Dafra, em Manaus. E certo, ainda, que a montadora também tem sua linha própria, que leva seu nome e que está sempre crescente no mercado nacional. Precisamos rever nossos conceitos.
MV AGUSTA
Com um stand bem montado ao lado da Dafra, a marca italiana investiu bastante na linha das 800cc. A Stradale 800 emplacou no Salão, sendo bastante assediada pelo público presente. E não é para menos, a máquina, como é de praxe da marca, é uma verdadeira joia no seu acabamento esmerado.
DUCATI
A italiana Ducati trouxe várias novidades, dentre elas as motos da linha Scrambler que fez o maior sucesso entre os fãs da marca que se revezavam para verem as superesportivas entre tantos curiosos. As outras motos da marca também disputavam acirradamente os espaços do stand.
K T M
Também parceira da Dafra e com stands conjugados, a austríaca KTM apresentou sua linha de motocicletas, incluindo as pequenas DUKE 200 e 390 que estão sendo montadas no Brasil.
Para quem esperava a introdução de modelos Off-road a frustração foi grande, já que a marca é campeã do Paris-Dakar (atualmente disputada em solo sul-americano), ininterruptamente desde 2001, ganhando uma imensa legião fãs em todo globo terrestre. E não é para menos, a competição é a mais importante e desafiadora que existe.
TRAXX
Na sua quarta apresentação seguida no Salão, o stand da chinesa Traxx estava cheio de novidades. A Fly 250 e 150, a TSS 250 e 150; e o Sky 50 cc. As motos não ganharam ainda representatividade no mercado, mas a segurança em adquirir uma moto da marca é cada vez maior, já que se firmou no Brasil com bastante emprenho.
BULL
Outra empresa nacional que tem se firmado no mercado com bastante competência é a Bull Motors. Sua linha é bem variada, compondo de 30 modelos nas categorias on, off e kids, sem falar da gama de veículos elétricos da marca. O resultado pode ser observado no bonito e bem montado stand, que já é conhecido desde o Salão do ano passado.
MAIS DO SALÃO 2 RODAS
Mas nem tudo é moto no Salão. As novidades chegam também aos equipamentos, vestimentas, capacetes, peças, acessórios e muito mais. Muitos fabricantes estrangeiros disputam pequenos stands em busca de parceiros nacionais para seus empreendimentos, oferecendo seus produtos ali mesmo, muitas vezes em seus idiomas de origem, sem que consigamos entender.
O Portal D Moto fez questão de examinar cada um desses expositores e se surpreendeu com um deles, em particular. Trata-se do hsMBS, uma espécie de ABS mecânico (MBS). O equipamento é simples e pode ser adaptado em qualquer veículo com freios hidráulicos.
O equipamento é fabricado para bikes, motos de até 125cc, até 400cc e para motos superiores de 400cc. A peça é diretamente acoplada ao “burrinho” do freio e evita o travamento nas frenagens mais fortes. Como o fornecedor está sediado no Brasil, ofereceu para que testemos o produto antes de publicarmos uma matéria a respeito.
Vamos lá então? Em breve apresentaremos como é, na realidade, usar um item desses em nossas motos. Se o equipamento cumprir o que promete será uma revolução na segurança, barateando muito seu custo.
E então, já escolheu sua próxima moto? Opções não faltam.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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