O terceiro Distrito a ser visitado em nosso projeto em Ouro Preto é Santo Antônio do Leite, com uma população bem formada com quase dois mil moradores e alguns núcleos adjacentes, conforme veremos nesta matéria especial que fizemos por lá. Fique conosco.
HISTÓRIA
As origens do Distrito, historicamente falando, é um tanto confusa para o visitante, já que os nativos da terra construíram várias versões para sua formação, que a própria historiologia tem dificuldades para concluir a verdade.
Para uns o local era privilegiado pela produção leiteira desde a época do império, o que abastecia as tropas imperiais em suas diligências por lá.
Outros dão conta que a localidade já era assim conhecida desde o período colonial, em especial na época da Guerra dos Emboabas, onde o então Arraial já se fazia chamar por “Leite”, Para isso reportam a Diogo Vasconcelos em seus apontamentos sobre a “História antiga de Minas Gerais”.
Num ponto estão mais ou menos de acordo, qual seja: a do marco inicial de sua formação, por volta do ano de 1700.
O nome atual só foi aposto extraoficialmente ao povoado por volta de 1853, quando foi construída a primeira capela em homenagem a Santo Antônio de Lisboa. Como ela ficava no “Leite”, nada mais justo que apelidarem de cara o local como “Santo Antônio do Leite”, assim destacando-o entre outros lugares.
Para complementarmos essa lambança histórica temos que um documento oficial da província, datado de 1864, registrava o local como Santo Antônio do Arraial do Leite.
Somente em 1923 o Arraial passou a ser oficialmente Distrito de Ouro Preto, mas em 1948 houve um baque para a população, quando lhe alteraram o nome para “Bárbara Heliodora”, só restaurado depois de muita luta pelos moradores, isso já em 1953. Ufa!
O DISTRITO
Santo Antônio do Leite já tem acesso pavimentado e em bom estado de conservação a partir de Ouro Preto, da qual dista cerca de 31 km.
No entanto, chegamos ao Distrito pela via de acesso a partir de Engenheiro Correia, e aí tivemos que percorrer mais da metade do percurso de 9km que dividem os dois Distritos, por estrada de terra batida e embaixo de muita chuva.
Ao contrário de Miguel Burnier e Engenheiro Correia, o “Leite” tem muitos atrativos e tem ares de uma pequena cidade interiorana, até com alguns “bairros” adjacentes (núcleos), boa distribuição viária e de sinalização, e uma rede hoteleira de dar inveja a muita cidade grande.
Já no quesito comercial e de gastronomia deixa a desejar para o visitante avulso, aquele que apenas passa pela localidade e que tem dificuldade para uma boa refeição ou outras compras básicas, como foi no nosso caso.
RODANDO EM SANTO ANTÔNIO DO LEITE
Suas ruas, como de costume em quase todo o Brasil antigo, são estreitas e tortuosas, alternando muitas subidas e descidas íngremes e pavimentação diversificada entre pedras, blocos de cimento e algum asfalto nas áreas mais modernas.
A economia gira em torno agricultura e pecuária, acrescido pela produção de artesanato em porcelana e cerâmica, com destaque especial nas produções em prata, que atraem muitos turistas ao local.
IGREJA MATRIZ
Como já o dissemos, a capela que deu origem a atual Igreja Matriz de Santo Antônio foi edificada por volta do ano de 1853, para homenagear em terras brasileiras o santo português, com muitos devotos no Brasil de todos os tempos.
O atual templo é bem suntuoso e fica na parte histórica do Distrito, voltado a toda comunidade do “Leite”.
O edifício é composto de uma fachada simples de duas torres laterais, portada em madeira com um grande relógio logo acima, marcando as horas em algarismos arábicos.
Construída numa ilha de formato poligonal entre as ruas Antônio dos Santos e Geraldo Alves Ferreira, o acesso principal é feito por meio de uma escadaria no adro todo murado que envolve o templo.
A típica praça, comum em igrejas em todo o país, fica ao lado esquerdo de quem olha para o frontispício da igreja, formando um bonito jardim ladeado pela muro inteiramente balaustrado.
O Distrito dispõe, ainda, de outras pequenas capelas espalhadas pela sua área urbana, que completam os atrativos culturais e religiosos, com as típicas festas dedicadas aos santos de devoção.
TURISMO
Além do turismo cultura/religioso/artesanal, Santo Antônio do Leite conta com uma gama hoteleira apta a receber pessoas de todas as classes econômicas, com pousadas simples para os aventureiros de plantão, como suntuosos hotéis para a classe mais privilegiada, que deseja curtir com todo o conforto possível o sossego e a riqueza ecológica ainda existente por lá.
No entorno do “leite” o aventureiro poderá contar com muitos atrativos naturais, como as cachoeiras da Estiva, da Chiquita, do Cumbi, Madureira, Rio Mango, etc., além de poder conhecer alguns mirantes com vistas de tirar o fôlego.
As grandes caminhadas, ciclismo, e aventuras no off-road não decepcionam e a região oferece locais de sobra para a pratica desses esportes.
COMO CHEGAR
Para o aventureiro que partir diretamente Ouro Preto o percurso será de apenas 31km, podendo começar o percurso pela BR-356, até o Distrito de Cachoeira do Campo, seguindo então à esquerda pela MG-440, até o ”Leite”.
O mineiro da capital também poderá iniciar seu percurso até o Distrito rodando pela BR-356, porém, no sentido norte/sul. o trajeto tem cerca de 77 km até Cachoeira do Campo, derivando então à direita e seguindo da mesma forma que comentamos acima.
Já para aventureiros de outras localidades a sugestão é a busca pelo melhor trajeto num bom guia rodoviário, tendo como referência a cidade de Ouro Preto.
Se você já conhece a região, tem alguma crítica ou sugestão para fazer, envie-nos um comentário a respeito. Será muito útil para nós.
EDITORIAL
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Jornalista responsável: Marcos Duarte– MTB 77539/SP
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