21/09/2018
Nesta edição da coluna City Tour, trazemos ao leitor amigo um passeio pela pequena e aprazível São Bento Abade, encostadinha a São Thomé das Letras, em Minas Gerais, mas que não lhe segue os passos.
COMO CHEGAR
Para quem parte de Belo Horizonte, com destino a São Bento Abade, o menor caminho é pela Rod. Fernão Dias até a cidade de Carmo da Cachoeira e, dali, mais 27km por trecho da Estrada Real, com boa parte em terra batida. Ao todo serão 285km à serem percorridos.
Mas para aquele que não gosta ou não quer enfrentar estradas de terra, a opção é seguir pela Rod. Fernão Dias até Três Corações e, aí sim, derivar para São Bento por bom asfalto. Por esse percurso o aventureiro rodará cerca de 330km.
Já para quem parte de São Paulo o ideal é ir pela Rod. Fernão Dias até Três Corações, para daí seguir até o destino. Nesse caso serão rodados 340km, só por asfalto.
HISTÓRIA
Dificilmente encontraremos uma outra cidade que, desde seus primórdios, tenha mantido o mesmo nome. Uma dessas exceções é São Bento Abade, que só acrescentou o “Abade” em 30 de dezembro de 1962, quando foi emancipada, tornando-se oficialmente um município.
O primeiro morador não nativo a se instalar por lá, em 1752, foi o padre José Bento Ferreira de Toledo, com o intuito da catequização dos índios. Lá mantinha, desde aquela época, uma pequena capela dedicada à São Bento.
Somente muito depois de sua morte, e com as terras já sob cuidados de outros senhores, é que foi erigida no local a primeira casa de moradia e, mais tempo depois, é que se fez construir na então Fazenda Campo Belo, que hoje é o centro da cidade, uma Ermida dedicada a São Bento.
Foi a partir desse evento que a localidade começou a ser conhecida como “Povoado de São Bento”, conservando tal nome quando foi elevada à condição de Distrito de Carmo da Cachoeira e, depois, como cidade.
Desde sua formação São Bento tem como base de sua economia a agricultura e a pecuária leiteira. O turismo é bem incipiente, ainda que em seu território tenham praticamente os mesmos predicativos que São Thomé das Letras, sua vizinha.
SETE ORELHAS
Como nem tudo são flores nas nossas vidas, São Bento Abade também tem suas cicatrizes e essas com certeza seguirão séculos a fio, sempre relembrando um crime bárbaro acontecido em suas terras, seguido de uma vingança tão bárbara quanto.
Consta dos anais da história são-bentista que em 1802 um tal de João Batista Leal, administrador das terras do sogro, foi brutalmente assassinado por mando de um vizinho, que mandou seus sete filhos “darem cabo” dele.
Não bastando a barbárie de um homicídio simples, usaram de requintes de crueldade para o intento, pendurando João numa árvore e arrancando-lhe toda a pele, com ele ainda vivo. Tal fato passou a se denominar por lá como “tira couro”.
Para vingar o irmão brutalmente morto, Januário Garcia Leal teria deixado toda sua vida de lado e partido ao encalço dos criminosos, ceifando a vida de um a um e retirando-lhes uma das orelhas para guarda-las numa espécie de colar.
Ao cabo da empreitada dizem que colecionou sete orelhas, saga essa que ganhou notoriedade no cenário nacional e, Januário, uma estátua na praça, com a pecha de “herói-bandido”.
Como desgraça pouca é bobagem, este repórter e o sargento da polícia militar de Minas lotado na cidade, cuidaram de tirar uma foto com a imagem de Januário e, é claro, com um olho na moto e outro em nas próprias orelhas. Vai que…
A enorme figueira existente no local onde o crime se deu ainda existe na cidade, e seu entorno é protegido e tombado pelo Conselho Municipal do Patrimônio Cultural, como interesse histórico/turístico.
A CIDADE
Felizmente nos dias atuais a cidade é bastante calma e tranquila, com pouquíssimas ruas a ser fiscalizada pelos governantes de lá.
Um bonito pórtico, com a imagem do santo protetor dá-nos as boas-vindas e praticamente pode ser visto de toda a extensão da sede do município, de tão pequena que é.
Seus menos de 5mil habitantes se dividem entre o centro urbano, com a avenida principal que o atravessa de ponta a ponta, somada a duas ou três ruas paralelas, e a área rural, donde vem o sustento principal da cidade.
São Bento não foi o destino final dessa nossa viagem, já que viemos de Luminárias (por terra) com destino a Três Corações, mas ficamos felizes de termos reservado um bom tempo para conhece-la, assim como parte de sua história.
UM VÍDEO TOUR POR SÃO BENTO
Como a tarde já ia alta e ainda faltavam muitos kms para percorrermos naquele dia, deixamos a São Bento rumo “montanha abaixo”.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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Amei, tudo que foi dito e publicado sobre São Bento Abade.
Na minha infância eu passava férias lá, na casa dos meus avós, junto com meu primos.
Meus avós vieram do Líbano para o Brasil passarem sua Lua de Mel, e acabaram ficando no nosso País onde tiveram seus filhos. Moraram em várias cidades de Minas Gerais e moraram também em Taubaté – SP onde eu moro. Meus avós , alguns tios e meu pai já não estão mais entre nós, mas pelo menos uma vez por ano vou até São Bento no túmulo dos meus avós, do meu pai e da minha tia.Amo essa cidade como se eu tivesse nascido lá.
Minha primeira comunhão foi lá. Amei tudo e espero ver muito mais, sobre as suas viagens, tenho sonho de quando me aposentar eu viajar pelas cidades de Minas Gerais, se der pelo Brasil. Um grande abraço
Agradecemos pelos comentários elogiosos sobre nossa matéria e a convidamos para curtir tantas outras de várias cidades do Brasil. Aproveite, também, para se inscrever em nosso canal do youtube, onde está o vídeo feito em São Bento Abade e de todas as outras cidades de nossas matérias.
Bom dia!
Muito obrigada por me responder Marcos Duarte, você foi muito gentil
Olá, boa noite! Morei em São Bento do Abade entre 1993 a 1996, moramos eu meu pai, Idomendes topográfo, minha costureira e minha irmã, morávamos numa praça principal numa casa enorme, com um terreno bem grande. Na época que moramos lá, o prefeito era Diquinho e tinha o irmão de Diquinho, eu não me recordo de tudo, pois eu era pequena, mas me recordo de brincar com os filhos e sobrinhos do ex-prefeito, acho que era Antônio, e o seu irmão que se chama Diquinho, eu brincava com os filhos do prefeito, que se chamavam: Adriane e Lidiane e ele tinha um filho por nome Junior, tinha Erica que iamos para a fazenda do prefeito. Queria muito reencontra-los, provavelmente todos já estão casados com suas famílias constituídas. Infelizmente, não me recordo o sobrenome, na verdade não me preocupava com isso, pois era criança, a busca que fiz no google, foi ex-prefeitos, Diquinho ou Antônio em São Bento do Abade, mas assim, fica difícil até para encontrar alguém no insta. Se puderem me ajudar a reencontrar alguns, me enviando somente o sobrenome, serei imensamente grata.