20/06/2016
A Ténéré 600cc -1991 que acompanhou nossa aventura por Ribeirão Claro, no Paraná, ainda tem muito gás para queimar e com certeza não abandonará a vocação estradeira por muitos anos.
O dia ainda não tinha amanhecido quando nossa Honda Transalp 700cc e a Yamaha Ténéré 600cc pilotada pelo advogado Celso Elez, se juntaram para dar início a mais uma viagem de mototurismo pelo Portal D Moto. Nossa pequena equipe saiu da cidade de Itu, a 90kms da capital, com previsão de rodarmos aproximadamente 330kms nesse trajeto escolhido.
Deixando a cidade ainda no escuro, rumamos pela Rodovia Castello Branco até seu final. Dali seguimos pela SP-225 até Santa Cruz do Rio Pardo, pagando o único pedágio de toda a nossa viagem, e depois seguimos até a cidade de Ipaussu, as margens da Rod. Raposo Tavares, pela qual rodamos por 9km até a cidade de Chavantes.
Com mais 20kms percorridos pela estreita SP-276, estávamos agora na divisa com o Estado do Paraná. A rodovia segue direta para a antiga Ponte Pênsil, que outrora era o único acesso que separava os dois Estados. Atualmente esse monumento está inativo para o trânsito de veículos em geral, que utilizam a nova ponte de concreto, construída alguns metros rio abaixo.
NA PONTE PÊNSIL
A palavra “pênsil” nos dá a ideia de algo que “balança e parece não ser o adjetivo correto para se dar à essa ponte, que se nos apresenta sólida como uma rocha. No entanto a Ponte “Alves Lima”, uma das 3 existentes no Brasil, foi assim projetada e tem sido reconstruída várias vezes ao longo do tempo, não por erro de seu projeto, mas pela ação do homem ou da natureza.
Segundo historiadores essa ponte é uma raridade arquitetônica, com um desenho similar a encontrada em Florianópolis (Hercílio Luz). Seu nome homenageia o idealizador, Manoel Antônio Alves Lima, mas também já foi chamada de “Ponte da esperança”. A ponte e foi tombada recentemente pelo patrimônio histórico tanto do Paraná como do Estado de São Paulo.
Sem deixar de lado os trocadilhos, essa ponte também já foi “tombada” em outros momentos de nossa história: Em 1925, por revoltosos paulistas que a incendiaram, tendo sido reerguida em 1928. Já na revolução constitucionalista de 1932, foi dinamitada pelas tropas leais a Getúlio Vargas para impedir o avanço paulista. Acabou sendo novamente reconstituída em 1935.
Mas os “tombamentos” não pararam por aí. No ano de 1983 foi ela mais uma vez destruída, agora não mais por bombas ou incêndios de soldados, mas pelas forças das águas do Rio Paranapanema, numa das maiores enchentes que se tem notícias na região. Foi recuperada em 1985, mas acabou sendo interditada novamente em 2006, para reformas.
Nesse cenário de luta entre brasileiros com ideais opostos restou esculpido, pela ponta da baioneta de um soldado, a chamada “Pedra da Revolução”, que exortava a luta contra a ditadura então reinante no Brasil. Esses tristes episódios da revolução são bem contados por Lilia Alonso no blog que serviu de base para esses despretensiosos relatos aqui apresentados. Diz a referida pedra, que ainda está exposta ao tempo:
“Viva São Paulo, viva o Brasil. Na beira do Rio Paranapanema, onde ao longe se ouviam os ruídos das metralhadoras, que no troar das granadas, imitavam o grito do Ipiranga, Independência ou Morte! Assim os soldados da constituição derrubaram, de armas na mão, a nefasta ditadura no chão. 22/09/1932”
A Ponte Pênsil foi construída por uma parceria entre os municípios de Ribeirão Claro e Chavantes, com o auxílio da economia privada de Alves Lima, com o objetivo de escoar a produção de café para o município paulista. Felizmente a ponte está entregue a população local há exatos cinco anos, mantendo seu visual original com piso e laterais revestidos em madeira.
Na realidade ela é uma ponte mista: dos seus 164 m, apenas 82,5 m formam a parte pênsil, com 4,10 m de largura e 2,88 m livres na altura, o que só permite a passagem de veículos de pequeno porte. “Toda vez que um mal destruir um bem ele será reconstruído, para que não morra no coração dos homens a esperança. Jovens de Chavantes, 1985”. diz uma placa aos seus pés.
Hoje bastante segura, bela e imponente aos olhos de todos que tem o privilégio de a ver, está escondida atrás do mato alto, quase imperceptível para quem chega nela, vindo de São Paulo, e absolutamente invisível ao viajante que vem pelo sentido oposto. Aproveitamos para conhecê-la de perto e chegamos até a transitar com as motos por ela, mas que ninguém saiba disso.
A falta de fiscalização em suas cabeceiras; de sinalização eficiente e de controle de fluxo de visitantes, acrescido da ausência de apelo turístico, tem tudo para fazer esse colosso novamente “tombar”, agora pela indiferença de governantes e pela falta de segurança gerada por pessoas que a utilizam para saciar os mais degradantes vícios da humanidade.
CRUZANDO A PONTE
VÉU DE NOIVA
Deixamos a Ponte Pênsil para trás e rumamos em frente. Alguns minutos de estrada e já estávamos na Cachoeira Véu de Noiva, as últimas quedas d´água do Ribeirão que dá nome à cidade que visitaríamos naquele final de semana, antes que ele se juntasse ao Rio Paranapanema. A menos de 3km já podíamos vê-la toda imponente e bela ao lado da rodovia PR 151.
Percebe-se que também ela está abandonada e quase sem acesso aos visitantes, a menos que esses desejem embrenhar-se na mata sem qualquer segurança. Por outro lado sua beleza e fluxo d´água impressiona e, ao que soubemos, houve até um projeto para a construção de um clube ao seu lado, mas que foi embargado pelo Poder Judiciário.
Lá ainda se pode ver as ruínas de algumas das antigas estruturas de concreto armado construídas pelo clube falido. Ao que soubemos existem projetos turísticos audaciosos para o aproveitamento responsável da cachoeira nas mentes de algumas pessoas públicas do município, sem, contudo, qualquer atividade prática para sua concretização.
Limitamos a observar as águas brancas caindo em forma de véu, mas não nos sentimos dispostos a enfrentar aquelas pedras colocadas como arrimo do mirante. Soltas como estavam, com certeza poderia causar-nos algum acidente na tentativa de galga-las. Vamos aguardar o futuro.
O TRILHÃO DO PARANAPANEMA
Não se trata aqui de prêmio da mega sena acumulada ou coisa que o valha. O “trilhão” a que nos reportamos é a estrada de terra que liga a Ponte Pênsil às cidades de Jacarezinho, no Paraná e Ourinhos, em São Paulo. Boa parte de seu trajeto é feito ao lado do Rio Paranapanema, atingindo até a UHE de Ourinhos. É pondo de encontro de trilheiros da região.
Seguimos por ela achando que encontraríamos uma outra entrada para a cachoeira Véu de Noiva, mas isso não aconteceu e ela ficou para trás. O “trilhão” tem pouco mais de 30kms em terra batida entre fazendas, sítios, pontes, valetas, algumas pousadas rústicas e um “point” especial, que é um verdadeiro paraíso para os motociclistas que gostam de um off-road.
Apesar disso não desistimos e tratamos de curtir boa parte desse trajeto, pelo menos enquanto ele acompanhava as margens do grande rio. Rodamos bastante nesse percurso e não cansávamos de parar, momento a momento, para admirar a linda paisagem que se descortinava ante nossas vistas.
“TRILHANDO” NA TRILHA
NA POUSADA DO VICTOR
A tarde já havia chegado quando transpusemos o bonito Portal de Ribeirão Claro e era hora de encontrarmos a Pousada do Victor para nos desvencilharmos das roupas e tralhas. Depois cuidarmos do almoço, ainda que fora de hora naquela localidade. VEJA MAIS…
NO CAMINHO DA CASCATA
Deixamos a pousada por volta das 14h, a fim de abastecermos nossas motos e conhecermos um pouco da cidade naquele mesmo dia. Lá, no Posto Ypiranga do centro, nos sugeriram que almoçássemos no Bar do Fernando. Após o almoço aproveitamos para conhecermos o Fórum, com arquitetura inusitada.
De barriga cheia e com o mapa da cidade na cabeça, rumamos imediatamente pela Rua Miguel David em direção do Centro de Exposições da cidade, mas alguns metros depois mudamos a trajetória, derivando à esquerda para o caminho da cascata, num final de tarde de muita luz e com um tom dourado maravilhoso.
O trajeto até o Bairro da Limeira, onde fica a Cascata do Gummy, é de aproximadamente 5kms, rodados curva a curva por uma simpática estradinha com vista para várias formações rochosas de grande porte. Mesmo antes de chegarmos ao destino já podíamos avistar a grande represa de Chavantes, riscando todo o horizonte.
Essa região próxima de duas cascatas é bastante procurada pelos turistas no período de verão, não só para desfrutarem de suas refrescantes águas correntes, mas para curtirem alguns barzinhos pitorescos e até mesmo uma pousada rente as águas, sempre rodeados por mata ciliar característica.
Por estarmos no outono e em dia de semana que precedia feriado na cidade, só fomos agraciados pelo bonito passeio de moto até a referida cascata, sem que pudéssemos contemplá-la bem de pertinho, como desejávamos. De qualquer forma, teríamos mais dias pela frente.
NO RUMO DA CASCATA
A PRIMEIRA NOITE
Como nossa pousada estava a uma quadra da Praça, aproveitamos para caminhar até ela naquela noite, e acabamos tomando um lanche numa das poucas lanchonetes da cidade. Na volta nos surpreendemos com uma “feira” montada a toque de caixa na Praça que acabáramos de passar, pois nada havia quando passamos por ela antes.
Essa era a tradicional “Feira da Lua” de Ribeirão Claro, pois acontece na calada da noite. Barraquinhas de artesanatos se misturavam com as de brinquedos que também se confundiam com as dos eletrônicos, pasteis, churrasquinhos e até mesmo de batatas, mandiocas, cenouras e muitos legumes.
O DESFILE CÍVICO
Ribeirão Claro comemorava naquele dia seu 108º aniversário e, como estava no cronograma oficial da cidade, um desfile cívico pelas ruas centrais era aguardado por todos, com grande expectativa. Tentávamos imaginar onde seria tal desfile, mas pela manhã da sexta feira logo o soubemos.
A mesma rua da “Feira da lua” da noite anterior tinha sido transformada agora na “avenida” por onde desfilariam, sob o olhar das autoridades presentes, escolas públicas e privadas não só da Ribeirão Claro, mas de cidades vizinhas que vinham abrilhantar a grande festa.
Embora em desuso uma festa desse tipo, é muito gratificante ver comunidades que ainda guardam essas boas tradições dos idos tempos, envolvendo não só os jovens que delas participaram com seus reluzentes uniformes coloridos, como também seus amigos, seus familiares e toda a sociedade de Ribeirão Claro.
A TÉNÉRÉ NA TERRA
Nossa modelo principal nesta viagem foi a veterana Ténéré 600cc, fabricada em 1991 e que estava em seu habitat natural em todas essas esticadas fora do asfalto. Nesse segundo dia, em particular, não só percorreu dezenas de kms em estradas de terra, valetas e areia fofa, como foi objeto de admiração de quantos a vissem.
O projeto da viagem foi proposto ao proprietário da Yamaha alguns dias antes do evento e a robusta big trail parece que já estava preparada para a aventura de despedida, pois não foi preciso mais que um bom banho para que aparecesse bem nas fotos, e gasolina na barriga grande (tanque).
Verdade seja dita e não dá para regatear: “Moto sozinha não galga montanha”. Celso Elez, advogado criminalista e presidente da Comissão do Jovem Advogado da 53ª OAB/SP, também é um Dr. Motociclista com “D” maiúsculo. Não se intimidou ao enfiar a “bojuda” na terra e nem ao comer poeira nessa aventura.
“É a última viagem que faço com essa moto que me acompanha há algum tempo. Na terça feira ela já terá novo dono”. Mesmo assim tratou a bitela com muito cuidado, procedimento óbvio de um motociclista que tem sua moto como parte da família e não como um mero objeto.
O OLHAR DO GAVIÃO
O dia estava ensolarado e logo após assistirmos ao desfile na cidade, pusemos as motos para trabalhar de novo, mesmo sem termos almoçado ainda. Comeríamos algo pelo caminho, era a esperança. Enfrentamos muitos kms em terra naquele dia, já que tínhamos convite do Reynaldo Bellia para conhecermos a Rampa do Índio, onde se pratica voo livre – VEJA MAIS
A SEGUNDA NOITE
Não saímos na segunda noite, reservada ao descanso, já que o dia seguinte seria pautado de grandes aventuras pelas estradas de terra da região, porém, não demorou muito para que o gerente da pousada nos convidasse para o salão, pois tinha uma surpresa para nós. Uma pizza de café.
RUMO À PRAINHA
Era nosso terceiro dia de estadia em Ribeirão Claro e estava na hora de conhecermos a famosa represa, distante alguns quilômetros da sede do município. Conheceríamos, enfim, o Distrito de Cachoeira do Espírito Santo, onde fica a “prainha” para a qual rumaríamos sem mais delongas.
O trajeto até lá pode variar entre 10km, seguindo pelo mesmo caminho do Centro de Eventos e rodando por terra a maior parte do caminho; ou 15kms, viajando pela rodovia que segue em direção da cidade de Carlópolis até a rotatória, para entrar pela via vicinal em direção ao badalado “Balneário da prainha”.
Esse trecho da Rod. Parigot de Souza é de extrema beleza, tanto que é quase obrigatório dar uma parada no Mirante para observar o mundaréu das águas da represa de Chavantes, que se descortina a frente. Mais obrigatório, ainda, é descer a serra com muito cuidado, atendendo as inúmeras placas de perigo da estrada.
Historicamente foi no Distrito do Espírito Santo que a cidade se formou, sendo sua sede até fins do século XIX com o nome de Vila do Espírito Santo do Itararé. A debandada se deu por causa de grande epidemia de malária, mudando-se todos para a Vila Taquaral, atual Ribeirão Claro.
NAS CURVAS DA SERRINHA
NAVEGANDO NO MAR DOCE
Domingos Brambilla, dono de uma Pousada e uma Marina, nos convidou para um passeio de barco por aquelas águas mansas, mas profundas. Antes, fez questão de nos acompanhar com sua Honda PCX até seu ancoradouro, aguardando nossa ajuda para por o barco na água. VEJA MAIS…
NA PONTA DAS GARÇAS
Ao retornarmos para o centro da cidade, depois de um belo passeio de lancha, acabamos atendendo ao convite da Karina Saad, que fazia questão de nos mostrar o complexo chamado “Ponta das Garças”. A tardezinha era bastante ensolarada, o que nos rendeu um passeio magnífico.
A Ponta das Garças chegou a ostentar o restaurante mais exclusivo da região, mas que encontra-se fechado, aguardando o novo rumo dado ao empreendimento, que acumula um grande condomínio residencial; uma marina fantástica; e, agora, um grandioso hotel está sendo finalizado no local.
Com a conclusão de mais esse empreendimento hoteleiro na cidade, que já conta com outros hotéis de elevado nível, como o Tayaya que também está ampliando o seu complexo, Ribeirão Claro se colocará definitivamente no rol dos grandes destinos nacionais e internacionais. O turismo agradece essas iniciativas.
RODANDO COM ESTILO
UM TOUR EM RIBEIRÃO CLARO
Voltamos do passeio e por volta das 15h, num sábado de bastante sol. Aproveitaríamos para dar um rolê de moto por toda a cidade, começando pelas Praças. A primeira delas seria a Rui Barbosa, aquela mesma do desfile, da “Feira da Lua”, etc. Ali nos indicaram um quiosque perto dos banheiros, para um bom lanche.
Com tanta propaganda do lugar, evidentemente acabamos indo até lá. O quiosque era realmente muito agradável, limpo e super organizado, no que arriscamos pedir um lanche. Agora era escolher algo no variado cardápio, afinal, com a fome que estávamos, qualquer coisa que viesse seria lucro. Esperamos.
Escolhemos o “top da casa”: um sanduíche de filé mignon com bacon e queijo. Mas fomos alertados pelo chapeiro que não tinham o pão que tradicionalmente usam (baguete duplo do tipo francês), já que a padaria estava fechada aquela hora. Aceitamos no pão redondo mesmo, que fazer?
Seguramente foi o lanche mais bonito, gostoso e bem feito que já comemos por aí, em nossas andanças: Sem miséria e sem produtos de 2ª linha para acompanhar (catchup, mostarda, maionese). Preço? R$ 18,00. Uma pechincha por aquele delicioso prato e ainda tiramos foto no ciclomotor do proprietário.
Com o estômago agora satisfeito voltamos ao nosso tour na cidade, continuando a percorrer ruas das adjacências do centro. A cada esquina nos surpreendíamos com casas belas, bem feitas e confortáveis; com as ruas sempre limpas; e com um “molde de automóvel” no meio fio??? Como assim?
Isso mesmo. Pelo que percebemos as autoescolas de lá usam moldes de uma frente e de uma traseira imitando um automóvel, feitas em fibra de vidro, para ensinarem os seus alunos a fazerem baliza sem o risco de promoverem um acidente desagradável. A ideia é interessante, prática e barata.
Mais tarde estacionamos nossas motocicletas na Praça da Matriz, que também é muito bonita, limpa e preservada por todos os seus moradores, sem marcas de pichação, vandalismo ou destruição de monumentos, etc. Uma imagem do Pe. Max, vigário emérito da cidade, fica exposta permanentemente nos seus jardins.
Nela encontramos o “Dormitório Lopes”, imóvel que era usado para repouso de tropeiros no passado e que se mantém original há um século. Hoje é administrado pela família de Roberto, que loca o prédio há mais de 50 anos, mantendo a mesma vocação desde sua fundação: Pensão fixa para trabalhadores.
A TERCEIRA NOITE
A noite chegou depressa e estávamos evidentemente cansados depois de tantas atividades naquele dia. Depois de banho tomado, imagens e vídeos devidamente descarregados no PC e com todas as baterias carregando, resolvemos sair da toca para jantarmos.
Pe. Germano e comitiva de católicos se confraternizavam e faziam os preparativos para a procissão naval do Divino, que aconteceria no dia seguinte, lá na “prainha”. Acertamos os detalhes do evento com o padre para participarmos da procissão em barcos próximos ao seu, e tratamos de cuidar dos nossos estômagos.
NA PROCISSÃO DO DIVINO
Deixamos a pousada bem cedinho naquele domingo de sol e pilotamos nossas motos serra abaixo, mais uma vez em direção do Balneário da Cachoeira, já que a procissão tinha horário certo para acontecer e tínhamos que nos apresentar para nossas embarcações. VEJA MAIS…
O PASSEIO JACAREZINHO X PRAINHA
Um dos motivos que nos levaram a Ribeirão Claro foi o 1º Passeio Motociclístico entre Jacarezinho/PR e a prainha. Após termos participado da procissão do Divino, acompanhamos os irmãos motociclistas até a vizinha cidade para participarmos da grande festa que fizeram. VEJA MAIS…
“GRUPO DE APOIO – LUTAMOS PELA VIDA”
Ufa! O dia ainda não tinha acabado! Depois que deixamos Jacarezinho, a 30 kms de Ribeirão, voltamos pela estradinha esburacada chegando por volta das 15h, com algumas obrigações para serem cumpridas na cidade, antes mesmo do pôr do sol. A causa era bem nobre e valia o esforço.
Num mega evento feito pelo “Grupo de Apoio – lutamos pela vida”, a instituição promoveu um dia inteiro de festas no Estádio Municipal de Ribeirão Claro, com o objetivo de levantar fundos para a campanha contra o câncer. O evento futebolístico trouxe grandes nomes, como do ex-jogador Amaral.
Várias partidas de futebol beneficente foram realizadas durante o dia todo, mas o jogo mais esperado era do time da casa contra o Jacarezinho FC, que começou com o estádio lotado as 16h. A arrecadação total do evento superou a expectativa dos organizadores, com mais de R$ 30.000,00 levantados.
Parabéns para esses voluntários e aqui vai esta homenagem ao trabalho digno que vocês estão realizando aí, no norte pioneiro do Estado do Paraná. Que essa tarefa se estenda não só com os adeptos do futebol, mas com todos os demais esportistas, não dispensando a nós, os motociclistas.
O EVENTO
O TOUR FINAL
Deixamos o Estádio Municipal atrás de nós, ao mesmo tempo que o sol deitava seus últimos raios de luz sobre aquele evento abençoado, sem que ficássemos sabendo o resultado da partida de futebol que agora estava em seu intervalo. Quem teria ganhado o grande jogo do dia??!!
Estávamos quase chegando na nossa Pousada quando percebemos a rua interditada com cones, mas com alguns carros passando pelas balizas mesmo assim. Arriscamos e também seguimos em frente, bem devagarinho, para sabermos o que estaria acontecendo agora por lá.
Em Ribeirão Claro as coisas parecem acontecer muito mais rápido que no resto do mundo. Da mesma forma que num momento não há nada para ser visto num determinado lugar, minutos depois você poderá deparar com uma ambiente totalmente inovado com palanque e tudo mais, montada a toque de caixa.
Dezenas de automóveis rebaixadíssimos, a maioria deles pequenas pick-ups incrementadas com equipamentos de som de alta potência, exibiam-se lado a lado, cada uma com o som mais alto que o outro, e cada uma com uma música diferente, mas todos ligados ao ritmo do funk e com muita gente em volta.
O lado desses veículos e os bancos da Praça Rui Barbosa tinham se transformado, de uma hora para a outra, num autêntico “Narguilódromo”. Adultos, adolescentes e até crianças usavam e abusavam desse “instrumento de fumar”, divertindo-se ao ostentarem seus recipientes multicoloridos.
Segundo eles, que até faziam poses e trejeitos para serem fotografados por nossa equipe, o Narguilé é o maior barato. De nossa parte, como sabemos que todo o barato sempre sai caro, tratamos de deixá-los por lá mesmo e fomos para a Pousada descansar, afinal o dia seguinte seria o da nossa volta. Bye Bye.
A QUARTA NOITE
Nossa quarta noite foi para descansar mesmo. Nela conhecemos a Marilda e o Walter, proprietários da Pousada Victor, que tinham aproveitado o feriado da cidade para viajarem a lazer, afinal a vida de hoteleiros é corrida e merecem uma folga de vez em quando. Valeu pela recepção, seus “meninos” deram conta do recado.
O RETORNO
A segunda feira amanheceu nublada, sem aquele solzinho que nos acompanhou o final de semana e com um friozinho característico de fim de outono e começo de inverno. Depois do café da manhã fartamente sorvido e das motos preparadas para a viagem, despedimos de todos prometendo voltar em breve.
Não retornamos pelo mesmo caminho que viemos, pois desejávamos curtir outros lugares dessa grande viagem que fizemos no Paraná. Celso, nosso companheiro de aventura, tinha mais motivos ainda para estender o passeio, já que teria que se desfazer da moto no dia seguinte.
Sem pressa alguma demos uma parada em Carlópolis, onde fomos abordados pelo pequeno Vinícius, que se deslumbrou ao ver as motos e desvencilhou-se de sua mãe para subir nelas. Aproveitamos para tomar um lanche e comprar algumas lembranças, no caso garrafas de sucos de uvas feitos por lá.
E assim transpusemos a ponte em Fartura, voltando ao Estado de São Paulo, onde quase colocamos nossas capas de chuva, já que fina garoa caia quando chegamos lá. Depois seguimos para a ponte de Avaré, rumando em seguida à Castello Branco, por onde retornaríamos sãos e salvos.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Texto e Edição: Marcos Duarte e Celso Elez
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BIBLIOGRAFIA DE APOIO
http://www.patrimoniocultural.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=151
http://www.achadosdachris.com.br/336/Ponte-Pensil-Alves-de-Lima
http://chavantesporliliaalonso.blogspot.com.br/2012/07/chavantes-e-revolucao.html
http://www.memoriaduke.com.br/Post.aspx?menu=0&post=2
http://sossolteiros.bol.uol.com.br/afinal-narguile-faz-mal-ou-nao/
http://www.paranaturismo.com.br/?p=1552
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ribeir%C3%A3o_Claro
https://pt.wikipedia.org/wiki/Usina_Hidrel%C3%A9trica_de_Chavantes