11/02/2019
Urubici é uma cidade das mais conhecidas pelos aventureiros do Rio do Rastro ou do Corvo Branco, e foi lá que estivemos para trazer à você, leitor amigo, esta edição especial do City Tour.
COMO CHEGAR
O aventureiro que desejar chegar a cidade, partindo de Porto Alegre, tem como melhor trajeto a BR-116, até a cidade de Lages/SC, num percurso aproximado de 350km, seguindo daí até Urubici pela BR-282 e depois pela SC-110, por mais 110km.
Já para quem partir de Florianópolis a melhor opção é seguir pela BR-101, até Palhoça, e dali derivar montanha acima pela BR-282 até imediações de Bom Retiro. Depois é só seguir pela SC-110. Serão ao todo 175km.
Para os demais aventureiros de outras regiões a regra mais prática é viajar rumo às capitais de estado acima reportadas, pois são inúmeras e complexas as outras opções.
HISTÓRIA
Que Urubici tem pessoas morando em suas terras há pelo menos 4mil anos, não se tem qualquer dúvida. As provas estão nas inscrições pictográficas feitas em rochas, praticamente nas margens da SC/110 e a poucos kms do cento da cidade.
Já em tempos modernos e segundo os estudiosos, a população que deu origem a cidade veio se formando a partir do ano de 1711, com a chegada dos padres jesuítas que vieram para catequizarem os indígenas.
A catequização, evidentemente, foi pano de fundo para a extração do ouro na região pela coroa portuguesa, tendo sido demarcados, no local, três bases distintas: Uma para os índios (Morro Pelado), outra para os padres (Morro da Mala) e outra, ainda, para as tropas que carregariam e protegeriam o ouro (Morro do Panelão).
Conta-se, a boca não tão miúda assim, que boa parte do ouro recolhido clandestinamente na região foi retido e escondido pelos jesuítas, (ou por pessoas comuns vestidos de padres), e que há muito tesouro para ser descoberto naquelas montanhas.
Foi apenas no começo do século 20, entre os anos de 1903 a 1924, que os primeiros imigrantes italianos, alemães e letões fixaram-se na região, empreendendo o desmatamento para a agricultura e a pecuária.
Ao que pudemos saber sobre a cidade, Urubici, antes de sua emancipação política ocorrida em 06/12/1956, era também um Distrito da cidade de São Joaquim. A instalação oficial do município ocorreu em 03/02/1957.
Apesar de seus sessenta e dois anos de idade, Urubici tem uma população que mal chega aos 12mil habitantes, não obstante a bela área urbana que dispõe, com ruas largas e prédios modernos.
Urubici ocupa o primeiro lugar no estado na produção de hortaliças, mas a fruticultura das maçãs gala e fuji também se destaca na economia local. A pecuária de corte, assim com a produção de leite, mel, ovos e o turismo completam a receita.
TURISMO
A localização de Urubici é bastante privilegiada em acidentes geográficos, que se traduzem em “pontos turísticos” de interesse mundial.
Com grande parte de suas terras dentro do Parque Nacional de São Joaquim, a cidade recebe turistas durante o ano todo.
Durante o inverno a serra, as geadas e até a neve de vez em quando, traz o visitante ávido pelo clima europeu à desfrutarem da hospitalidade de seus hotéis e pousadas, embalados por uma lareira quente e um bom vinho.
Já no período de verão as rotas pela serra, pelos cânions, pelas cachoeiras, pelas trilhas e pelos mirantes fazem a alegria de outro sem-número de turistas mais radicais, que se enveredam pela mata em busca dessas grandes aventuras.
Porém, durante todo o ano, faça frio ou faça calor, faça tempo limpo ou chuvoso, a cidade é rota certa para milhares de motociclistas, triciclistas, ciclistas, motoristas e mesmo pedestres que transitam, indo e vindo pela Serra do Rio do Rastro.
Parque do Avencal
Um dos locais preferidos desses turistas aventureiros é a Cachoeira do Avencal, com suas águas despencando a 100m de altura.
Essa maravilhosa queda d´água fica dentro do Parque Cascata do Avencal, que é particular, e fica nas margens da rodovia SC-110 a 9km da cidade, onde podemos encontrar pousada, restaurante e uma boa infraestrutura para o visitante.
O ponto alto do Avencal e que infelizmente não pudemos curtir pelo tempo exíguo que tínhamos naquele dia, é a tirolesa sobre o cânion.
Para adentrar no parque se paga uma taxa simbólica, mais o valor da tirolesa, se o visitante desejar usá-la.
Mas é bom estar prevenidos. Embora a tirolesa não seja nem tão longa e nem tal alta quanto a Mega Tirolesa de Pedra Bela, o impacto visual do usuário é muito mais impressionante, causando medo e muito frio na barriga dos menos experientes.
Mas um ditado popular vale muito aqui: Se não aguenta, porque veio? (kkk)
Inscrições rupestres
As inscrições rupestres de Urubici também estão no Parque do Avencal, na sua parte mais baixa e ao lado da rodovia, distando cerca de 6km do centro da cidade.
A história é fértil nas teorias sobre a origem de tais “documentos rochosos”, mas de uníssono só temos que a mais antiga remonta a 4mil anos atrás.
Não há muito mistério para se chegar até lá e mesmo a segurança é quase inexistente, bastando o visitante “ir chegando”.
O que se vê no local são quatro painéis com inscrições pictográficas que, pelos estudos, foram criados por populações distintas, haja vista as diversas técnicas empregadas em cada uma delas.
No entanto, o desenho que mais chama nossa atenção é a “máscara do guardião”, disposto no primeiro painel e, como o primeiro estudioso foi o Padre Rohr, entendeu tratar-se de um “ser sagrado”.
Porém, como as rochas estão lá para serem estudadas por qualquer um, certamente outras teorias aparecerão.
Antes de darmos guarida integral ao chancelado pelo “padre doutor”, ao analisarmos sem qualquer pretensão acadêmica o ar sisudo e circunspecto da imagem da “máscara” riscada na pedra, seria lícito entendermos, também, tratar-se da fisionomia de um “engenheiro sideral” ?
Quem sabe não seria ele o mesmo ser que mandou fazer as imagens reticuladas, que mais parecem circuitos elétricos, que são mostradas em outro painel pictográfico?
Como nossa mente é fértil temos que tudo que não é proibido, é permitido. Sendo assim ou sendo assado, a beleza do local é inconteste e a prova de que o ser humano já dava seus pitacos literários/jornalístico/científicos desde muitos milênios, é inconteste.
Ademais, a região tem sido estudada rigorosamente por instituições dedicadas a UFOLOGIA, dada a quantidade de avistamentos de efeitos luminosos não identificados na região de Urubici e da Serra como um todo.
Mirante da Serra
O Mirante da serra também está nessa mesma região, entre a portaria do Parque Avencal e a entrada do parque das inscrições rupestres.
De lá temos uma vista integral da cidade, podendo notar que ela é longilínea, seguindo paralelamente com o Rio Urubici até perto de seu encontro com as águas do Rio Canoas.
La do alto podemos ver em destaque a Igreja Matriz de Nossa Senhora Mãe dos Homens, marca registrada da cidade.
Parque Nacional de São Joaquim e
Parque Estadual da Pedra Furada
Como já o dissemos, a cidade está de tal maneira inserida nesses dois Parques, que boa parte dos visitantes que vem para Urubici acabam “sumindo” no meio da mata com o fim de visita-los, hospedando-se em hotéis-fazendas, resorts, pousadas e campings, pouco aparecendo na sede do município, a não ser a passeio.
Para esses turistas o que há de mais interessante por lá tem esses nomes: Morro da Igreja, Pedra Furada, Corvo Branco, Rio do Rastro, Avencal, etc.
NOSSA PASSAGEM POR URUBICI
Apesar de nossas paradas no Avencal e Mirante, chegamos rapidamente na cidade e por vota das 13h30m já estávamos estacionando nossa Transalp 700 na Praça da imponente Igreja Matriz de Nossa Senhora Mãe dos Homens.
Seu prédio, original e exótico, tem formato cruz com três entradas idênticas na frente e nas laterais e, ao fundo, com o mesmo tipo de arquitetura, o altar. Sua área, assim como a praça que a circunda, ocupam quase toda uma quadra.
A parada quase que obrigatória em Urubici é mesmo no “Serra Azul”, e não se trata aqui, evidentemente, do mesmo point que os paulistas e paulistanos costumam frequentar nos finais de semana, sobre a Rodovia dos Bandeirantes
A lanchonete instalada como “conveniência” no Posto Ipiranga da Avenida Nereu Ramos, esquina com a Avenida Adolfo Konder, trouxe para si a honra de receber quase todos os viajantes que passam pela cidade, como uma verdadeira Meca dos Aventureiros.
Suas janelas envidraçadas mal deixam passar a luz, dado as centenas de adesivos, brasões de motoclubes e logos diversos do Brasil e do mundo. Deixamos também o nosso.
Embora já tenhamos almoçado em Bom Jardim da Serra, a parada no Serra Azul aguçou-nos a vontade de saborearmos um suco natural e uns doces maravilhosos que vimos nas vitrines de lá.
O recinto é todo temático, dirigido especialmente aos motociclistas e aos motoristas esportivos e vintage. Não há como não gostar.
Conversa daqui, conversa daí, acabamos por conhecer pessoas vindas de todas as partes do Brasil que ali estavam, viajando no sentido de Bom Jardim da Serra, para descer o “Rio do Rastro”; ou no sentido inverso, para verem a Pedra Furada e o Corvo Branco.
Embora não precisássemos de “autorização especial” para irmos ao Morro da Igreja, já que estávamos de moto, seguimos um grupo de motoristas que iam no escritório do Parque para retirar suas indispensáveis autorizações.
Com pouquíssimo tempo de sobra, tratamos de contornar algumas ruas da cidade, para termos uma melhor dimensão de seu tamanho, antes de seguirmos em frente, já que era pouco mais de 14h e os dias escurecem cedo nesses tempos de inverno.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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