No oeste do Estado de São Paulo, a 560 Km da capital, vamos encontrar a cidade de Valparaíso, pequena no tamanho mas grande de coração. Chegar lá é bastante simples, pois ela beira a Rodovia Marechal Rondon, na altura do km 577. Não tem como errar.
Como toda pequena cidade interiorana, Valparaíso prima pela tranquilidade. Não há prédios grandes e a única construção mais elevada é a torre da Igreja da Matriz, que por exceção não tem sequer uma praça.
A cidade, no entanto, tem muitos atrativos ao motociclismo, principalmente pelas inúmeras trilhas que interligam várias cidades e vilas até a fronteira com o Mato Grosso.
É uma infinidade de caminhos na parte sul da cidade, em direção ao Rio Aguapeí (Rio Feio) ou na parte norte, depois da rodovia, com destino ao Rio Tietê, que nessa região é magnífico: Limpo, largo e lindo.
A CIDADE
Entre as plantações de cana típicas da região e de muitos outros produtos agrícolas, podemos passar horas, senão dias, pilotando entre dezenas de pequenas cidades das imediações. Só não descuide da hidratação, facilmente teremos calor efetivo próximo aos 40 graus.
Valparaíso foi fundada em 1930 por Barões do Café que pretendiam expandir seu cultivo. Hoje a indústria do álcool predomina na agricultura, com grandes empresas, porém é a colônia japonesa que traz à cidade o calor humano da cidadania.
Nota-se claramente a influencia da cultura oriental nos ornamentos bem montados na Praça principal da cidade, que fica a meia distância entre a Igreja da Matriz e da Estação de trem, e conta, inclusive, com um túnel que a liga com o centro comercial.
Nossa viagem foi feita com uma Yes 125 novinha e com a “adolescente” Intruder 250cc, fabricada no ano de 1997, com mais de 450.000 km rodados. Com baú e alforjes apropriados, a valente Intruder deu conta do recado com bastante sobra.
Curtir a noite em Valparaíso tem lá seus encantos, pelo menos para aqueles que gostam da nostalgia das noites quentes, muito sossego, e natureza por todo o lado.
TOUR NA CIDADE
A PRAÇA
Fomos passear a noite na Praça principal e o guarda fez a gentileza de colocar em funcionamento a fonte luminosa, que fica num lago artificial em forma de estrela de 6 pontas. Cheia de luzes coloridas, acaba jorrando água a muitos metros de altura.
Uma outra fonte ostenta um pequeno “castelo bonsai”, com traços orientais. Ao seu lado corre uma cascata que jorra sua água no lago que a circunda, no qual continha várias arandelas e objetos artísticos que são ricamente iluminados, proporcionando efeito único.
Ainda na mesma Praça, num terceiro lago artificial, está montado um rico jardim tipicamente japonês, com pontes e adornos característicos. Impossível não passar algum tempo admirando tanta beleza.
“Ói, ói o trem”. Durante dia e noite o trem passa (ou para) na Estação perto da Praça. É bonito vê-lo trafegando entre o casario do centro da cidade, mas não sei se quem mora a pouco mais de 10 metros dos trilhos tem essa mesma alegria. O barulho, a fumaça e o trepidar forte que causa nas adjacências, certamente causa desconforto. Enfim…
Como o Praça é bastante ampla, nela também está inserida um centro de atendimento ao agricultor, com várias salas de exposição, sendo que ao seu lado vários equipamentos agropecuários antigos servem como monumentos. A coleção de árvores plantadas também é bem variada.
Um monumento, entretanto, chamou mais nossa atenção: O que era aquilo? Se a pergunta é intuitiva a resposta até hoje não temos: Um coreto? Uma arquibancada? Sanitários? Pelo que verificamos não se trata de nada disso. Pelo menos o utilizam para guardar os equipamentos de jardinagem.
Além da “feiura” da construção e da falta de conservação que destoa do resto da Praça, ela é bastante perigosa para os que aventuram em suas escadas desprotegidas. Um tombo poderia trazer muitos inconvenientes e, no caso de crianças, poderia ser fatal.
Deixamos essa “monstruosidade” de lado pois um temporal já se formando longe e vinha em direção da cidade. Os pássaros, antes mesmo de nós, já estavam se acomodando barulhentamente nos galhos das árvores da Praça.
O barulho e a velocidade deles em busca de abrigo eram absurdamente intensos. Iam e vinham a velocidades espantosas e se acomodavam quase aos milhares disputando os galhos ainda desocupados. Com a chuva tudo silenciou. acompanhe pelo vídeo
Esperamos o aguaceiro e logo também nos recolhemos. Valparaíso é pequena, mas há alguns bons hotéis e restaurantes. Assim, tanto a noite bem dormida, como a ceia noturna estariam garantidas.
O RETORNO
Nosso despertador eletrônico ainda não tinha vibrado, mas o da natureza estava ávido à nos acordar. Dezenas de maritatacas sobrevoavam nossa suíte com barulhos ensurdecedores. O dia já estava quente e eles vinham no hotel saborear as frutas que lhes eram oferecidas.
Banho tomado, motos preparadas, a estrada nos esperava de novo. Outros 560 km nos aguardavam até São Paulo e não poderíamos esperar mais. Deixamos Valparaíso para trás mas, a cada vez que passamos por lá não perdemos a oportunidade de dar uma paradinha ou, até, pernoitar.
Para os que gostam de aventura, que tal numa dessas jornadas dar uma “quebradinha” no roteiro e conhecer Valparaíso?
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Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte e Bruna Scavacini
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Bom dia. Nasci e me criei em Valparaiso. Hoje moro em Joinville-SC. A construção que vocês não puderam identificar, é um coreto. Antigamente era usado para apresentações ao ar livre, por isso existe um largo na frente do mesmo. Um outro lugar que também era utilizado com esse fins é o coreto da frente. perto da rua, e que tem o formato do mapa do estado de São Paulo. No coreto do fundo, a grande diversão quando criança, era subir pelas escadas e descer escorregando pelos arcos. Era muito divertido, mas ora ou outra acabava acontecendo um acidente. Nada que um gesso ou um com dentista não resolvesse. Na parte do fundo do correto, onde esta o deposito de ferramenta de jardinagem, eram os banheiros. A fonte luminosa é um atrativo. Ao redor da mesma, lá pelos anos 60/70 e até 80, por falta de opção ou por tradição, as pessoas andavam em círculos ao redor da fonte, os rapazes no sentido anti-horário e as moças no sentido horário. Havia um sistema de som que tocava os grandes sucessos românticos da época e a paquera rolava solta. A praça era bem mais arborizada e havia bastante sombra onde descansar nos dias mais quentes. Tenho ótimas recordações da época.
Valeu pela aula Sérgio. Saiba que nem o funcionário da prefeitura soube dizer para que servia aquela construção, perigosíssima, diga-se de passagem, pois também subimos lá e com cuidado, para não cairmos, afinal um gesso ou um dentista iriam acabar com nossa viagem.