10/05/2019
Nesta edição do City Tour apresentamos ao leitor amigo um passeio pela cidade de Vitória, no Espírito Santo, uma das três capitais brasileiras sediadas numa ilha. Vamos conhece-la?
COMO CHEGAR
Para quem parte do Rio de Janeiro o caminho será todo pela BR-101, numa distância de 520km.
Por sua vez, para quem partir da capital paulista o melhor trajeto será feito pela BR-116, até a cidade do Rio de Janeiro, e mais 520km como narrado acima. No total serão aproximadamente 960km de estradas.
Já para quem partir de Belo Horizonte o trajeto total terá cerca de 550km, mas à serem singrados por várias rodovias, passando por Ouro Preto, Rio Casca e Manhuaçu, no Estado de Minas Gerais; e Venda Nova do Imigrante, Mal. Floriano e Viana, já no Estado do Espírito Santo.
HISTÓRIA
A atual capital capixaba foi fundada em 1535 pelo donatário português da Capitania do Espírito Santo, Sr. Vasco Fernandes Coutinho, na ilha formada na confluência da foz do Rio Santa Maria junto ao mar.
Naquela época a região era dominada pelos índios Goitacás, procedentes do sul; pelos Aimorés, procedentes do interior do país; e pelos Tupiniquins, procedentes do norte.
Inicialmente fundada onde é a atual cidade de Vila Velha, a capital foi transferida para Ilha de Santo Antônio por causa dos constantes ataques dos indígenas, dos Franceses e dos Holandeses, tendo como marco de sua nova fundação o dia 8 de setembro de 1551, com o nome de Vila Nova do Espírito Santo.
O nome atual, Vitória, veio em memória da vitória numa grande batalha comandada pelo donatário da capitania contra os índios Goitacás.
Em 24 de fevereiro de 1823 a Vila de Vitória foi elevada à categoria de cidade, mas suas características de ilha dificultaram seu desenvolvimento, que só veio ocorrer após 1894, com o ciclo do café.
A ponte que serviu para ligação da ilha com o continente só foi construída em 1927, fazendo com que a cidade crescesse à olhos vistos, tanto que em 1970 o Porto de Vitória passou a ser um dos mais importantes do Brasil.
A CIDADE
Com uma população que beira 360mil habitantes, a capital capixaba é a quarta cidade mais populosa do estado e mantém divisas conurbadas com as cidades de Vila Velha e Cariacica, formando, juntamente com a cidade de Serra, a metrópole denominada Grande Vitória.
Sua orla bastante recortada propicia à cidade praticamente duas praias principais: a Praia do Canto, dividida ao meio pela ponte que liga a cidade à Ilha do Frade; e a Praia do Camburi, que segue desde a foz-norte do rio Santa Maria até o Porto de Tubarão. Outras pequeninas praias estão espalhadas pela cidade, mas com precários confortos ao turista.
Por falar em Rio Santa Maria, este tem cerca de 122km de extensão e nasce no alto da serra, no município de Domingos Martins. De lá até sua foz ele passa por Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina e Cariacica, onde forma um delta que envolve a Ilha de Santo Antonio, sede da cidade de Vitória, até desaguar no mar.
Quase a metade da área total do município é formado por morros, o que dificulta em muito seu crescimento populacional, mas, por outro lado, cria cenários de magnífica beleza aos olhos.
O centro administrativo da cidade e do governo do Estado ficam na parte interna da Ilha, junto ao Rio Santa Maria e voltada ao continente. Tal se deu desde sua fundação por questões de segurança, evitando expor a cidade a invasões marítimas, como aconteciam muito no passado.
A renda da cidade vem, em sua maioria, pelas atividades portuárias, pela indústria, pela prestação de serviços e também ao turismo de negócios.
A capital capixaba conta com dois portos que são dos mais importantes do país: o Porto de Vitória, mais acanhado e localizado no centro histórico da cidade, junto ao Rio Santa Maria; e o Porto de Tubarão, este bem moderno e construído ao norte da cidade, junto ao mar.
TURISMO
Palácio Anchieta
O primeiro lugar de interesse na cidade é o Palácio Anchieta, que fica em frente ao Porto de Vitória, no centro velho, e foi adaptado para ser sede governamental a partir de 1908, sobre as primeiras edificações feitas no local pelos Jesuítas, em 1551.
No conjunto jesuítico original havia o Colégio Jesuíta e a igreja de São Thiago, os quais foram dirigidos pelo padre espanhol José de Anchieta, nos derradeiros anos de sua vida.
Mostra-nos, a história, que o prédio do antigo colégio chegou às mãos da coroa portuguesa no ano de 1759, quando os jesuítas foram expulsos de Portugal e do Brasil, sofrendo muitas alterações, inclusive com a desativação da igreja para servir como sede do governo capixaba.
Praça do Papa
O complexo da Praça do Papa, que fica ao lado da Marinha do Brasil, abriga não só a cruz concava e o imenso pátio que recebeu o papa na cidade, mas também o Projeto Tamar, na Enseada de Suá, e o Espaço de Proteção da baleia Jubarte, ambos recebendo turistas e estudiosos todos os dias.
O que desencanta ao seu lado, logo atrás da grande Cruz, são os dois prédios de construção caríssima, abandonados pelo poder público, demonstrando mais uma vez a incúria dos nossos governantes com o dinheiro do povo
Praia do Camburi
A maior praia da cidade não fica na Ilha de Santo Antonio, mas na parte do município sediada no continente. Tem 6km de extensão e toda a infraestrutura necessária para receber os turistas, com grandes calçadões beira-mar.
Mirante da Fonte Grande
Está localizado na parte sudoeste da Ilha de Santo Antonio e a menos de 1km do centro velho da cidade em linha reta. No entanto o turista terá que rodar cerca de 9km para chegar ao seu cume, já que o acesso é feito pelo bairro Grande Vitória, exatamente oposto à orla marítima.
A subida até o topo é feita pela Estrada Tião Sá, uma via estreita em paralelepípedo serpenteando a vegetação nativa. Lá no alto estão, além das torres de TV, telefonia, etc, dois belíssimos mirantes: O da Fonte Grande e o Sumaré.
O Mirante da Fonte Grande amplia nossa faixa de visão em direção ao mar, proporcionando-nos vistas incríveis de Vitória e Vila Velha, bem como do Porto de Tubarão, com seus inúmeros navios fundeados em suas imediações, aguardando o sinal para atracamento.
Já o Mirante do Sumaré, por sua vez, está voltado ao continente e nos proporciona uma visão lúdica do Rio Santa Maria, que envolve a sede da cidade de Vitória, ao mesmo tempo que a divide das cidades de Serra, Cariacica e Vila Velha.
Com um pouco de boa vontade (e disposição) muitas pessoas curtem o Parque caminhando montanha acima ou abaixo, ou mesmo se aventurando nas trilhas por lá existentes. Infelizmente não tivemos tempo para tal.
Praça dos Namorados
Fica na região entre a Praia do Canto e Enseada do Suá e é uma das áreas de lazer mais movimentadas de Vitória. Localizada em frente da marina do Iate Clube do Espírito Santo, recebe diariamente visitantes e turistas que aproveitam para praticar esportes e apreciar a bela vista.
Nos finais de semana a praça abriga uma Feira de Artesanato e comidas típicas, com mais de 20 anos de tradição e cerca de 200 expositores, 50 deles na área de alimentação
Catedral de Vitória
Localizada na Cidade Alta, foi erguida quase no mesmo local da primitiva Matriz, demolida no início do século 20. Consagrada à Nossa Senhora da Vitória, teve suas obras iniciadas em 1920, porém, só concluída nos anos setenta.
Símbolo da capital capixaba, a Catedral foi tombada pelo Conselho Estadual de Cultura em maio de 1984. Destaca-se o ambiente por sua imponência e por possuir arquitetura eclética, com características neogóticas. Tem como destaques os maravilhosos vitrais de suas paredes e porta principal.
Basílica de Santo Antonio
Sua construção teve início em 1956, uma vez que a antiga paróquia já não comportava mais a quantidade de fiéis. A obra só ficou concluída em 1976.
A base da igreja, inspirada na arquitetura renascentista da igreja de Nossa Senhora da Consolação, em Todi, Itália, foi feita em forma de cruz grega e possui uma imponente cúpula central e quatro semi cúpulas.
Sua beleza incontestável levou a Basílica de Santo Antônio ser tombada como patrimônio histórico municipal, num processo que reconheceu o valor histórico e social da edificação para a cidade.
NOSSA VIAGEM
Nesta viagem inovamos e chegamos em Vitória por meio do trem de passageiros da Vale, num percurso ferroviário de 664km que cruzou quase metade de Minas Gerais, e não em nossa motocicleta, conforme de costume.
Para tanto embarcamos em Belo Horizonte pela Estrada de Ferro Vitória a Minas, conforme o leitor poderá ter mais detalhes na matéria especial que apresentaremos em breve sobre essa viagem.
Chegamos na Estação Pedro Nolasco, na região metropolitana da Grande Vitória, por volta das 20h15m e rumamos de pronto para o hotel que nos acolheria por alguns dias na capital capixaba. O primeiro passo foi preparar tudo para o dia seguinte, quando seríamos recepcionados por membros do Motoculbe AMM (Adventist Motorcicle Ministry).
Como estávamos à pé, um membro do motoclube cedeu sua moto para que pudéssemos rodar com tranquilidade nos dias que lá permaneceríamos e, de quebra, um outro membro do grupo nos acompanhou em todos os momentos, nos dois dias de visita à cidade.
Tal missão coube ao Bruno Martinelli, que não mediu esforços para nos mostrar cada ponto da cidade de Vitória, estendendo os passeios por Cariacica, Vila Velha, Viana e Guarapari, conforme vocês poderão conferir nas matérias que apresentaremos em breve.
Os dias seguintes amanheceram claros e as primeiras providencias foram curtir um pouco do centro velho da cidade, até que alguém nos viesse trazer a motocicleta para os passeios. Aproveitamos para conhecer o Palácio Anchieta, a Catedral e as ruas do comércio local e até mesmo a Gruta da Onça.
Para quem gosta de escadas e escadarias (…muitas escadarias), Vitória é a cidade certa. Entre um beco aqui, uma escadaria ali e uma viela acolá, fomos singrando o burburinho de gentes e lojas abarrotadas de ofertas para todos os gostos.
Com a chegada do Bruno e da nossa motocicleta, rodamos não só por toda a cidade de Vitória, nela incluindo sua orla e seus encantos, mas também por cidades vizinhas como Cariacica, Vila Velha, Viana e a belíssima Guarapari, com suas praias paradisíacas.
Como tudo costuma sempre acabar em pizza, também fizemos o mesmo e o fechamento de nossa viagem ao Espirito Santo se deu numa pizzaria, com uma confraternização entre os membros do AMM, juntamente com esposas e filhos.
Por se tratar de dia de semana, onde cada qual tem seus afazeres diários, não pudemos concentrar todos os irmãos motociclistas (alguns pastores da Igreja Adventista), mas tivemos representantes das facções de Vila Velha, Serra, Cariacica e Vitória.
Uma das coisas que mais nos agradaram nessa recepção foi a alegria e a cordialidade recebida pelo AMM. De coração agradecemos a acolhida do Dino, do Bruno, do Paulo, do Jorge e de outros irmãos motociclistas que, juntamente com seus familiares, proporcionaram-nos momentos de grande satisfação.
Para melhor narrar esses belos momentos em Vitória, apresentaremos este Vídeo Tour feito pelas ruas de vitória. Esperamos que apreciem.
VÍDEO TOUR EM VITÓRIA
O RETORNO
Depois dessa curta estadia despedimos dos novos amigos e tomamos novamente o Trem da Vale com destino à Belo Horizonte, afinal, já estávamos com saudades de nossa Transalp 700, velha companheira de viagens e à quem devemos os melhores passeios até aqui postados.
Gostou da matéria? Faça um comentário e envie-a aos seus amigos.
Não gostou? Envie-nos então suas críticas ou sugestões.
CLIQUE AQUI PARA VER TODAS AS FOTOS
CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
conheça também:
Agradecimentos especiais ao Motoclube AMM
Foi um prazer ter você conosco Marcos, o AMM, Estará sempre de portas abertas para você! Forte abraço!
Nós é que agradecemos a acolhida nessa cidade maravilhosa de Vitória.
Excelente matéria Marcos! Obrigado pela visita e contar um pouco sobre esse estado maravilhoso que é o ES.
Foi um prazer conhecê-lo e dividir a pizza (rsrs)
Grande abraço!
Braaaapp!
Como já dissemos antes, nós é que agradecemos a acolhida em Vitória. Aguarde novas matérias.