Nesta matéria apresentaremos Guaratuba, outra cidade do litoral paranaense, toda cheia de encantos e belezas naturais. Vamos conhece-la melhor?
HISTÓRIA
O início da povoação contemporânea da cidade se deu a partir do século 18 (anos 1700 a 1799), quando os europeus gradativamente substituíram os índios carijós que então habitavam a região.
A preocupação da época era ocupar a costa sul do Brasil com vilas e povoados, tanto que em 1765 o governador da capitânia de São Paulo determinou a criação de uma povoação na enseada de Guaratuba. Para a empreitada foram requisitados duzentos casais de trabalhadores que se dispusessem a cultivar a terra, já que os espanhóis viviam rondando a região.
Em seis anos o Povoado foi elevado à condição de Vila, com o nome de Vila de São Luiz de Guaratuba da Marinha, que equivale ao que hoje entendemos como cidade. Porém, em 1838 a Vila regrediu para a condição de Distrito de Paranaguá, só retornando a condição de cidade emancipada em 1947.
A CIDADE
Seu nome deriva da ave mais predominante na região, o guará vermelho, nome esse que já era usado pelos nativos e, em linguagem tupi antiga significa algo como: “o lugar de muitos guarás”.

Uma das poucas cidades do litoral paranaense, tem 22 quilômetros de praias que se estendem desde a Baía de Guaratuba, uma réplica em miniatura do grande Lagamar mais ao norte e que renteia Paranaguá, e segue na direção sul até a foz do Rio Saí-Mirim, no balneário chamado Barra do Saí.
A área urbana da cidade é quase que totalmente plana, a exceção de alguns morros isolados, sendo que o mais conhecido fica junto a orla marítima, onde sustenta um mirante e a imagem do Cristo.

Embora tecnicamente pequena e com uma população que beira aos 38 mil habitantes, Guaratuba ostenta uma aparência de grande metrópole, com belos e imponentes arranha-céus e grandes avenidas, sem falar nas ruas largas, limpas e bem sinalizadas.
A praia principal e point mais frequentado é a Central, que de peculiar tem a presença de poucos edifícios de muitos andares junto da Avenida Atlântica, dando um ar sofisticado e “limpo” aos visitantes.
A rede hoteleira, assim como a gastronômica são muito bem elaboradas, atendendo aos visitantes de todas as faixas sociais com muito esmero e qualidade, e assim esperamos que continue, mesmo depois do fim da obra da ponte sobre a entrada da Baía de Guaratuba.
O centro histórico fica ao norte da área urbana da cidade, voltada para a baía, ao invés do mar. É lá que encontramos a Praça Principal, onde está encravada a antiga e barroca Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso, agora sucedida pela novíssima igreja, construída exatamente em seus fundos.
IGREJA(S) DA MATRIZ
A primeira Igreja de Nossa Senhora do Bom Sucesso começou a ser construída pela comunidade local em 1771, concebida dentro dos conceitos da arquitetura colonial das cidades litorâneas da época.

Sua ornamentação interior é composta de discreto retábulo e linhas coloniais simples, combinando com sua estrutura em alvenaria de pedras e argamassa usuais para aquele período.
A distribuição interna de seu projeto previu uma Nave Principal, a Capela Mor, a Sacristia e a Sineira, essa última fixada na parte posterior esquerda do templo, junto da sacristia.
Todas as pedras de cantaria utilizadas na construção do templo foram trazidas já lavradas na Ilha do Mel, cortadas na mesma época que a Fortaleza de lá estava sendo construída.
A atual Igreja Matriz de Nossa Senhora do Bom Sucesso, por sua vez, tem uma arquitetura bem moderna em cimento armado, adornada com pastilhas azulejadas em tonalidades pastéis, contrastada pelas pastilhas com o azul da cor do céu.
Pedras, muito granito e grandes áreas envidraçadas também compõem o belíssimo projeto da nova igreja, bem mais ampla, arejada, iluminada e segura que a antiga capela colonial que está em processo de restauração, bem ao lado da nova igreja.
Para edificação de tal obra a comunidade abriu mão da antiga casa dos padres, que também funcionava como Salão Paroquial, secretaria e para os assuntos corriqueiros da paróquia, e estava sediada bem aos fundos da antiga igreja.

Construída entre os anos 2002 e 2010, substitui no uso constante a antiga igreja colonial, sendo certo que o templo propriamente dito está fixado na parte superior do edifício, nele acomodando a Nave Principal e a Capela Mor integradas, e a Sacristia ao fundo.
A decoração interna é simples e ao mesmo tempo soberba. De linhas modernas e arrojadas, funde a nave principal com a capela-mor, esse iluminado por grandioso crucifixo em forma de vitral. Dois nichos laterias carregam as imagens de Nossa Senhora do Bom Sucesso e de São Luiz de França.
Na parte de baixo do belíssimo projeto arquitetônico funciona o atual Salão Paroquial, com todas as dependências que lhes são úteis.
Completando a ornamentação de seu conjunto, os novos sinos estão situados da mesma forma que a igreja antiga, ou seja: em sineira externa ao lado esquerdo do edifício, embelezando ainda mais sua arquitetura.
Notemos que essas informações técnicas sobre as igrejas foram gentilmente enviadas pela Sra. Ingrid, da Igreja Matriz, e pela Sra. Rocio Bevernanso, agente cultural em Guaratuba. Para os interessados, acesse Facebook (Guaratuba Memória e Fotos Atuais)
PONTE SOBRE A BAÍA
O projeto é antigo, mas a construção da obra só teve início no final de 2023, depois dos desembaraços legais junto ao meio ambiente.

O objetivo é completar o acesso da Rodovia PR-412 entre as cidades de Guaratuba e Matinhos, excluindo o uso das balsas que atualmente fazem essa ligação com grande morosidade e riscos para a segurança.
O complexo da ponte estende por cerca de 3 km, embora a ponte, especificamente, tenha uma extensão de 1244 metros. A previsão para o fim das obras é para o mês de abril de 2026.
Para quem deseja ter uma informação mais precisa sobre as obras, que já estão em cerca de 80% do previsto, o ideal é acessar a página oficial da ponte, onde poderá ver até câmeras ao vivo dos trabalhos sendo realizados. https://www.pontedeguaratuba.pr.gov.br/
AS PRAIAS
Nos lados leste e sudeste do município é que estão suas belas praias. A pequenina Praia de Caieiras fica isolada junto da entrada da Baía de Guaratuba e com acesso difícil. Pouco mais de uma dezena de ruas compõe sua área urbana.

A Praia Central, como já falamos anteriormente, é a mais famosa do município e segue sem contato direto com a Praia de Caieiras e as outras praias da cidade: ao norte, por causa das pedras do costão; e ao sul, pelo Morro do Cristo.

Já ao sudeste do município vamos encontrar longa e contínua faixa de areia, que se estende por pouco mais de 10 km e é onde vamos encontrar as praias Brava, Guaratuba, Nereidas, Coroados e Saí.
RODANDO EM GUARATUBA
NOSSA VIAGEM
Depois de vários dias embrenhados no Lagamar de Guaraqueçaba, resolvemos retornar para São Paulo rodando pelo litoral paranaense, e assim o fizemos em dias nublados e as vezes com chuvas.
Depois de passarmos por Paranaguá e Pontal do Paraná, pernoitamos em Matinhos para seguirmos viagem no dia seguinte, também com chuva fraca no início do dia.
Seguimos então em direção da Praia do Caioba, no extremo sul do município de Matinhos e logo encontramos os primeiros sinais das obras de construção da Ponte que a ligará com Guaratuba.
Pagamos o pedágio da balsa e nos surpreendemos com a boa organização para o embarque dos veículos, assim como entre os funcionários e condutores da embarcação, que nos receberam com cortesia na torre do comando do ferry boat.
Depois de um trajeto de poucos minutos chegou a vez de atracarmos na outra margem e aí a DESORGANIZAÇÃO foi completa.
ASSISTA AO VÍDEO DA TRAVESSIA
Se houve ordem para afinar os veículos na composição da embarcação, antes do trajeto, houve caos na hora do desembarque e ficamos perdidos com a saída simultânea de todos os veículos da barca, sem qualquer controle ou organização que não fosse o bom senso dos motoristas, que se esquivavam um dos outros para ganharem alguma vantagem na preferência.
Vencida essa batalha e sem pressa alguma, tomamos propositadamente o último lugar no “comboio” que ligava o atracadouro ao centro de Guaratuba e seguimos sossegados.
A primeira parada foi no centro histórico que fica ao norte da área urbana da cidade e funde com o centro comercial. É onde estão a Praça principal, a Igreja da Matriz, os bancos, os órgãos públicos, o Mercado Municipal, a Rodoviária e as marinas voltadas para a baía.
Alguns desses lugares são bucólicos e bastante aprazíveis, como a Praça dos Namorados e o Iate Club.
COMO CHEGAR
Para os aventureiros que partirem da capital paranaense o melhor trajeto seria pela BR-376, até a cidade de Garuva, em Santa Catarina, e depois seguindo pela PR-412, até Guaratuba, num percurso aproximado de 130 km.
Outra opção seria seguir pela BR-277, mas derivando para a direita pela PR-508, antes de chegar em Paranaguá. Tecnicamente esse seria o menor percurso (120 km), mas o incômodo da morosidade, o custo dos pedágios e a falta de segurança com o traslado por balsa, pode não valer a pena.
O catarinense de Floripa, por sua vez, rodaria aproximadamente 250 km para chegar em Guaratuba, boa parte do trajeto feito pela BR-101, até a cidade de Garuva, e o restante pela SC-416/PR-412.
Já para aventureiros de outras localidades o ideal é a busca do melhor roteiro por guias rodoviários, tendo como referência a cidade de Curitiba.
Se você já conhece a região, tem alguma crítica ou sugestão para fazer, envie-nos um comentário a respeito. Será muito útil para nós.
EDITORIAL
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Jornalista responsável: Marcos Duarte– MTB 77539/SP
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