A estância hidromineral de Amparo, no interior de São Paulo, foi o lugar escolhido para esta matéria especial de nosso City Tour. De quebra acompanhamos o 9º AMPARO EM FOCO, um dos principais e mais concorridos festivais de fotografia do Brasil, que se estendeu por cinco dias consecutivos. Venha conosco saber mais.
HISTÓRIA
Os primórdios da colonização da região se deram nos primeiros anos do século 19 (1801 a 1900), sendo certo que por volta de 1824 seus moradores conseguiram autorização para a construção de uma capela dedicada à Nossa Senhora do Amparo, que acabou dando nome à cidade.
Embora oficialmente sua fundação seja datada de abril de 1829, seu crescimento tomou impulso somente por volta de 1850, com o início das lavouras de café, o que também impulsionou a então Vila ser elevada para a condição de cidade em 1863.
Atualmente Amparo é um dos onze municípios considerados estâncias hidrominerais pelo Estado de São Paulo, por cumprirem determinados pré-requisitos definidos por Lei, que lhes garantem uma verba maior para a promoção do turismo regional.
A CIDADE
Inserida na região metropolitana de Campinas e em pleno coração da Serra da Mantiqueira, Amparo concilia uma área urbana praticamente plana, nas margens do Rio Camanducaia, com uma bela região montanhosa no seu entorno, fonte de interesse dos turistas mais radicais.
Levando em conta que a cidade cresceu sob o fluxo do Ciclo do Café, sua área urbana mais antiga é recheada de casario de época, a esmagadora maioria deles em perfeito estado de conservação e uso que, somado com a pavimentação em paralelepípedos, torna Amparo um local aprazível pra viver e contemplar.
Mas a cidade não se fixa no passado e o moderno tem seu espaço garantido, de modo a conciliar os tempos, sem que o novo prejudique o antigo e vice versa. Prova disso são os grandes arranha-céus de linhas modernas, grandes avenidas arborizadas e uma arquitetura residencial bem eclética, mesclando o novo com o antigo em perfeita harmonia.
O Rio Camanducaia atravessa o município no sentido leste/oeste, desaguando no Rio Jaguari, na vizinha Jaguariúna. Em seu entorno junto da área urbana, Amparo criou o Parque Linear, com cerca de 5 km de extensão. O espaço é de muita beleza e uso intenso pela comunidade.
A boa simetria das ruas, associada com uma limpeza pública esmerada, uma sinalização eficiente e uma comunidade conscienciosa, torna muito prazeroso e seguro rodar no município.
A hotelaria não é um ponto forte na cidade, mesmo assim dispõe de hotéis e pousadas que oferecem o básico ao visitante. Na área rural pode o visitante privar de algumas estâncias com mais requinte.
Já no quesito gastronomia não há de que reclamar. Além dos diversos pontos para a alimentação básica, incluindo lanches, self service, pastelarias, sorveterias e afins, a cidade dispõe de ambientes mais elaborados para aquele momento especial que sempre desejamos.
9º AMPARO EM FOCO
Estivemos em Amparo nos primeiros dias do mês de novembro e aproveitamos para acompanhar o 9º AMPARO EM FOCO, Festival de fotografia que alcançou em 2025 sua nona edição, recheada de muitas atividades, palestras, passeios, exposições e oficinas.

A centralização do evento se deu na sede do Cine Foto Clube de Amparo, que fica na Rua Treze de Maio, quase na esquina com a Praça da Catedral, sede essa que comporta dois pavimentos exclusivos em edifício próprio, o que é fato inusitado entre os foto clubes de todo o país.
Meses antes do evento o CFCA publicou o programa e as convocatórias para que os interessados inscrevessem suas imagens em várias categorias, imagens essas que ficaram expostas nos locais determinados e em logradouros públicos, para serem vistas por qualquer pessoa, a qualquer hora do dia ou da noite.
Durante cinco dias consecutivos houve apresentação de palestras, oficinas, lançamento de livros, passeios guiados, assim como atividades correlatas, como estúdios móveis para fotos de época, etc.

Infelizmente as fortes chuvas que caíram na cidade exatamente no sábado, dia com mais atividades programadas, e fizeram com que algumas exposições ao tempo fossem remanejadas para a sede do foto clube, mas nada que tenha turvado seu brilho.

Nesse evento tivemos a oportunidade de entrevistar o presidente do CFCA, Reginaldo Leme, questionando sobre a fotografia nos dias atuais, onde bilhões de imagens são tomadas e deletadas em celulares pelo mundo todo, e a polêmica atual sobre as imagens produzidas por Inteligência Artificial (IA), entrevistas essas que você pode conferir no vídeo que apresentamos abaixo.

Também tivemos a oportunidade de entrevistarmos a palestrante Daniela Lucheta, que apresentou tema sobre o uso da Inteligência Artificial nas imagens e, no dia seguinte uma oficina ensinando os primeiros passos para aquele que desejar aventurar-se nessa seara. Infelizmente tivemos um problema na gravação de sua entrevista, mas contemporizamos da melhor maneira que pudemos. Assista abaixo.
VÍDEO: 9º AMPARO EM FOTO
TURISMO
O turismo em Amparo é bem diversificado e vai atender a todos os gostos, temos certeza disso.

Se o centro histórico atrai o turista ávido ao conhecimento de uma época de nossa cultura, normalmente atrelada ao Ciclo do Café, outra gama de visitantes querem os esportes radicais em trilhas, cachoeiras, trekking, montanhismo e muito mais, sem esquecermos que Amparo é uma Estância Hidromineral e haverá sempre aqueles que buscam suas águas e seu sossego, para descanso, refazimento e lazer.

Há, ainda, os turistas religiosos, que buscam conhecer o viés espiritual da cidade, visitando a bela Catedral e outros logradouros que atendam aos seus interesses. Vamos lá?
CATEDRAL
O ponto alto de interesse dos visitantes é a belíssima Catedral de Nossa Senhora do Amparo, que fica no centro da cidade.

Diferentemente do que costuma ocorrer, a atual Catedral de Amparo não foi construída sobre a pequena capela dedicada à padroeira, em 1824, que foi demolida.
Tampouco foi construída sobre a segunda edificação, que embora fique na mesma praça, não corresponde ao mesmo local onde está a atual Catedral e foi usada por apenas 20 anos.

O belo templo que se eleva atualmente no centro da cidade é o terceiro, cuja construção iniciou por volta do ano de 1850, portanto, usando-se das técnicas da época, quais sejam: a taipa de mão, a taipa de pilão e tijolos e telhas de barro cozido.
Com a chegada de novos métodos construtivos o edifício precisou de uma grande reforma nas primeiras décadas do século 20 (1901 a 2000), que deram à igreja os contornos atuais, reforçando suas bases estruturais visando ampliação de sua altura, principalmente nas torres.

Segundo consta os púlpitos e confessionários foram esculpidos por Albano Pereira e João Siqueira, as telas a óleo são de Benedito Calixto e a decoração interna coube ao pintor Mário Thomazi.
A decoração interna é exuberante e em tons pasteis, sendo a Nave Principal ligada aos altares laterais por arcos adornados com pares de colunas jônicas.

O Altar-mor é praticamente integrado com a Nave Principal, exceto por um lance de degrau onde está a mesa de ofício do sacerdote, e outro degrau para se chegar até o Sacrário, este inserido num retábulo harmônico e de tons suaves, com um nicho central elevado ostentando a imagem da padroeira e mais dois outros nichos laterais.

A iluminação interna do Altar-mor é feita exclusivamente por luzes artificiais, ao passo que a Nave Principal dispõe na parte alta de vitrais decorados, que iluminam parcialmente o templo.
MORRO DO CRISTO
Como a cidade está praticamente rodeada de montanhas, num deles há a imagem do Cristo Redentor esculpido da forma tradicional, com os braços abertos e voltado para Amparo.

O acesso é bem fácil e próximo ao centro histórico, mas a subida é íngreme e também serve para as paradas da Semana Santa, com todas as estações passadas por Jesus até o Calvário representadas no trajeto.
A pavimentação desse percurso é toda em paralelepípedos e lá no alto o visitante terá a seu dispor um grande estacionamento, sanitários, playgraud e até um restaurante, que não estava aberto no dia de nossa visita.

No percurso até lá em cima o visitante encontrará vários lugares a servir de mirante, quer com vista para a cidade, quer para a natureza exuberante do entorno.

Durante a noite o Cristo e uma grande placa com o nome da cidade, são retro iluminados por vários refletores de luzes azuladas, proporcionando um belo efeito para quem tem acesso visual a partir da parte baixa do município.
JARDIM PÚBLICO
O Parque “Alonso Ferreira de Camargo” , conhecido como Jardim Público de Amparo, fica na região central do município e foi criado no final dos anos 1800 (século 19), com inspiração em jardins europeus.
Localizado na quadra formada pelas ruas Prudente de Moraes, Carlos de Campos, Luiz Leite e Humberto Bereta, mantém um ambiente tranquilo e acolhedor, completado por uma vegetação abundante um lago artificial com pontinha e jatos d´água, o que faz dele um destino quase que obrigatorio aos moradores da cidade.
A criançada tem seus atrativos no bem montado playground e os adultos podem usufruir de uma academia ar ar livre, no caso, refrescada pela densa mata que confere um ar fresco em qualquer época do ano.
ESTAÇÃO FERROVIÁRIA
A ferrovia foi inaugurada para uso em 1875, mas a construção da Estação que vemos hoje no centro de Amparo só ocorreu em 1938, com 63 anos de atraso.
Pelos percalsos que a vida traz, o belo edifício da Estação Ferroviária, que está inserido na Praça Pádua Salles, foi utilizado para esse fim por apenas 29 anos, já que foram dadas por encerradas as atividades ferroviárias em janeiro de 1967.

O objetivo principal para a instalação de uma ferrovia naquela região foi o escoamento da produção cafeeira, ponto alto da economia do interior paulista, que já vinha produzindo o café desde início do século 19 (1801 a 1900), produção essa que começou apresentar declínio com as guerras mundiais e com a grande depressão dos anos 30, declínio esse que foi acentuando nos anos seguintes.
Note-se que não só as grandes guerras, assim como nem só a instabilidade econômica que o mundo passava naquele período, foram a causa da bancarrota do café. A diversificação dos gostos pessoais dos consumidores, e a pluralidade de novos produtores corroborou com o declinio do Ciclo que se manteve por quase um século.

Como lembrança, o imponente edifício da antiga Estação Ferroviária compõe a parte principal da bela Praça Pádua Salles, que chega ser um eficiente complexo de lazer e entretenimento para o público local e visitantes.

Praça adentro com nossa bike, conseguimos trazer imagens impressionantes e belas da “Praça da Estação”, como é mais conhecida, que além de ter dimensões gigantescas, nela encontramos vários (isso mesmo, vários) espelhos d´água em patamares diferentes; grande área ajardinada, playground e até uma chopperia, totalmente integrada ao centro de lazer que a praça se tornou.
BIKE TOUR PELO CENTRO HISTÓRICO DE AMPARO
ARCADAS
A meio caminho entre Amparo e Pedreira, na verdade bem mais próxima de Pedreira que de Amparo, está o Distrito de Arcadas, que teve seu início a partir de uma estação da Ferrovia Mogiana.

Com uma população de mais de 11 mil habitantes, tem a localidade objetivo de independência administrativa, buscando a emancipação, mas ainda permanece como Distrito da cidade de Amparo.
O lugar é muito bem administrado pelo poder público, secundado pelos munícipes ávidos em sua independência administrativa, e tem a rodovia João Beira cruzando o Distrito de alto a baixo.

A pequena e graciosa capela de Nossa Senhora de Aparecida faceia a citada rodovia, bem próxima da antiga Estação Ferroviária. Mas, transpondo a pista vamos encontrar a novíssima Igreja dedicada à mesma santa.
Suntuosa, grandiosa e com arquitetura própria, sua geometria vista do alto mostra o contorno de Nossa Senhora.
Toda decorada em azul, suposta cor do manto da santa, é uma obra arquitetônica de rara beleza, ao nosso ver só obstada pela dificuldade de ser vista no seu todo.
Da mesma forma que ocorre na sede do município, a Estação Ferroviária de Arcadas está totalmente restaurada e tem sido usada, ao longo do tempo, para a atividades diversas do interesse público.

O senão fica por conta de sua localização, exatamente ao lado da rodovia e quase ingressando no seu acostamento, o que, no caso de algum acidente, pode haver prejuízos materiais ou até para quem dentro estiver.
NOSSA VIAGEM
Estivemos em Amparo por dois dias seguidos e assim conseguimos conciliar a visita na cidade e acompanhar parte do Festival de Fotografias que envolvia a todos por lá.

Para curtirmos o centro histórico com mais liberdade, optamos por levar nossa bike, que já nos acompanha por mais de duas décadas. Com ela pudemos ter uma visão privilegiada de seus lugares históricos e de interesse.

Usamos a “magrela” no final da tarde do sábado, já que o resto do dia foi de muita chuva. No domingo pela manhã também pedalamos e até acompanhamos parte de uma corrida de rua. Nos demais períodos ficamos a acompanhar alguns dos eventos do 9º Amparo em Foco.

Dentre tais atividades extra bike fizemos entrevistas com palestrantes e representantes do Festival, acompanhamos algumas atividades propostas, inclusive até indo para uma fazenda da região do tempo do café, hoje dedicada a criação de gado e laticínio.
Para os adeptos dos esportes mais radicais, a cidade é rica de trilhas, cachoeiras e lugares pitorescos que nos encheu de vontade, mas que não tivemos oportunidade naqueles dias.
RODANDO EM AMPARO
COMO CHEGAR
Para o aventureiro que partir da capital paulista há várias possibilidades de percurso, todos eles de aproximadamente 130 km, suficiente para um bate-e-volta ligeiro.

Para aventureiros que partam de Belo Horizonte, o trajeto mais prático segue pela Rod Fernão Dias, até pouco depois da cidade de Extrema, derivando seu veículo então para a cidade paulista de Bragança Paulista e Amparo. Nesse caso o percurso será de aproximadamente 550 km
Para visitantes provenientes de outra localidades a sugestão é a utilização de um bom guia rodoviário (ou GPS), levando em conta a proximidade de Amparo com a cidade paulista de Campinas.
Se você já conhece a região, tem alguma crítica ou sugestão para fazer, envie-nos um comentário a respeito. Será muito útil para nós.
EDITORIAL
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Jornalista responsável: Marcos Duarte– MTB 77539/SP
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