O Brasil é belo como um todo, mas o Estado de São Paulo tem suas particularidades que nenhum outro tem. São centenas de cidades encravadas entre rios e montanhas, que perdemos as contas ao enumera-las.
Nosso destino desta vez foi a cidade de Pedra Bela, situada na região de Bragança Paulista, exatamente na divisa com Minas Gerais. Fica a menos de 120 km da capital paulista e o melhor caminho para quem sai de São Paulo é pela Fernão Dias.
Deixamos São Paulo num sábado ensolarado bem de manhãzinha e, em pouco tempo já estávamos em Bragança Paulista tomando nosso café da manhã. Fomos com calma e sem pressa alguma para curtir tudo que a cidade tinha a nos oferecer, afinal ficaríamos por lá até a segunda feira.
Pedra Bela não tem mais que 6 mil habitantes e a parte central da cidade compõe-se de quatro ruas paralelas, com duas travessas e algumas pequenas “vielas”. A região está na Serra da Mantiqueira, a uma altura média de 1100m e é tipicamente uma cidade interiorana, com sua igrejinha da Matriz e algum comercio singelo.
O QUE FAZER
Aí é que entra a aventura e o espírito aventureiro. Pedra Bela é riquíssima em encantos naturais e leva muita gente para lá por causa de suas cachoeiras, trilhas, clima serrano, riachos e, principalmente, sua Tirolesa. (ver mais…)
Isso mesmo, a pequena cidade tem nada menos que a maior tirolesa do mundo em atividade, com 1,900m de extensão num cabo só. Parte do alto da Pedra do Santuário, que dá nome à cidade, e da lá o aventureiro desliza até o Pórtico principal, trazendo muita alegria e diversão em pouco mais de um minuto de trajeto.
Chegamos em Pedra Bela por volta das 10h da manhã e de cara fomos curtir o longo cabo de aço antes de forrarmos nosso estômago. A falta de restaurantes, entretanto, não foi empecilho algum, pois os lanches servidos junto a Tirolesa compensam. Um pequeno quiosque serve tudo do bom e do melhor.
ONDE FICAR
Como ficaríamos na cidade por mais dois dias, o jeito era procurar um lugar aconchegante para ficarmos e nada melhor se essa pousada tivesse realmente a Alma de Pedra que envolve aquele vale. Esse era exatamente o nome da pousada, “Alma de Pedra”, que fica a 3 km da Pedra do Santuário e a 6km da cidade. (ver mais…)
Guardada a bagagem voltamos ao centro para curtirmos mais um pouco aquele recanto da Tirolesa, deslizando mais uma vez em seu cabo estendido. No trajeto pudemos apreciar aulas de alpinismo que são ministradas regularmente nas adjacências da cidade, especialmente na Pedra do Santuário.
O afluxo de turistas aventureiros é muito grande no local. A cada parte da cidade podemos ver grupos de pessoas entretidas com algum tipo de esporte de aventura, seja no ciclismo, caminhadas, trail, caiaques, etc. A cidade respira o esporte e esperamos que possam com o tempo recepcionar melhor esse tipo de turista.
A noite caía ligeiro e a cidade se recolhia num passe de mágica. Um restaurante singelo no centro foi nossa salvação para o jantar, servindo-nos o trivial. Para nossa tristeza o tempo se fechou e um raio “danificou” a torre principal da cidade naquela noite.
Sem telefone e luz, pouco se podia fazer no centrinho acanhado do lugarejo. Embora bastante encantador, nessas horas pouco podia nos oferecer. E tinha um agravante: Metade do caminho para a pousada era em terra vermelha e, se formasse lama, iria ficar difícil chegar no breu da noite e sem energia elétrica.
Voltamos para a pousada o mais rápido que pudemos, mas a bruxa deveria estar à solta naquela noite, já que minha esposa que estava com sua moto nesta viagem passou mal a noite toda, com febre alta que só foi resolvida graças a intervenção do dono da pousada.
Felizmente costumamos levar um kit de ponto socorro em nossas viagens, que foi a salvação. Nenhuma farmácia fica aberta na cidade e com tudo sob forte “apagão” e chuva”, só encontraríamos refúgio no Eficiente Pronto Socorro, mas naquelas circunstâncias….
Após a tempestade vem sempre a bonança.
O ditado é antigo, mas verdadeiro em nosso caso. O dia seguinte foi de muito sol e sem febre. Agora era aventurar-se em busca das famosas cachoeiras e riachos entranhadas no meio do mato em direção ao Estado de Minas Gerais.
Percorremos no domingão várias estradas de sítio com pouca indicação por placas, restando o auxílio de raros transeuntes que passeavam com seus familiares, namorados e amigos, em tratores, carroças, cavalos ou mesmo a pé, em pequenas filas humanas
Depois da igrejinha dali, da porteira de acolá, ou da “birfurcação” de lá, acabamos nos encantando no trecho exato quem que Pedra Bela se divide com a cidade de Toledo, já em Minas, por precária ponte de madeira.
Enfiamos as motos entre árvores do local e nos embrenhamos na mata, dentro de uma fazenda, até chegarmos a magnificas corredeiras que costumam ser a atração nos finais de semanas ensolarados.
Passamos o dia quase todo nesses locais: ora com os pés dentro d´água, ora em corredeiras e pequenos riachos, ora, ainda, entre as curiosidades do local, como pequeníssimas igrejas com ares de catedrais, deslocadas entre a poeira e a mata.
Com o final da tarde chegando corremos de volta à cidade antes do escurecer. “Jantamos” da melhor maneira que pudemos, agora com lanches da bem montada padaria ao lado da igreja. Depois retornamos à pousada para o descanso merecido.
O dia seguinte foi dedicado à volta, o que fizemos pouco depois das 10 horas da manha, afinal precisamos dormir até mais tarde, devido ao cansaço da véspera. Motos preparadas, deixamos para trás não só uma “Pedra Bela”, mas um povo muito mais belo e encantador que a Pedra que dá nome ao lugar.
Você que está curtindo esta matéria, o jeito agora é encontrar um momento para poder desfrutar de toda essa beleza, que está a nossa volta, só nos esperando. Quem sabe não nos encontramos por lá?!
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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