A aventura pelas portas do Pantanal não poderia deixar de fora algumas cidades fronteiriças de São Paulo, que certamente nos deixarão por muito mais que 60 dias apaixonados. Vamos lá?
Veloz, mas sem abusos, cruzamos fronteiras para conhecer a pequena Selvíria e a tão falada (e cantada) cidade sul-mato-grossense de Aparecida do Taboado, que fica numa posição estratégica, fazendo fronteira ao mesmo tempo com os Estados de São Paulo e Minas Gerais, e a um “tirinho” de Goiás.
A potente Transalp foi “depenada” para esse passeio, já que queríamos sentir nossa adrenalina ferver sobre a clássica Big Trail tão disputada. Só com uma mochila sobre o banco, cruzamos a Represa de Jupiá, no fim da Rod. Mal. Rondon, na cidade de Três Lagoas, e seguimos rumo ao norte.
O dia parecia ter sido feito especialmente para o motociclista (motoqueiro para quem assim desejar). Sol escaldante, poucas nuvens no céu e um tapete asfáltico sob nossas rodas. Num átimo cruzamos o bonito pórtico rumo ao caminho desejado.
É surpreendente ver o número de pequenas “praias fluviais” naquela região. E não é para menos, o “mar de água doce” que ali se encontra não deixa dúvida da vocação aquática da região.
O sossego nas estradas do MS era maravilhoso, fazendo render bastante o passeio. O cuidado ficava por conta de animais silvestres que cruzam a estrada de inopino, tanto por terra como em voadas rasantes de pássaros e aves.
A estrada margeava, pelo lado sul-mato-grossense, com o Rio Paraná. Em pouco tempo estávamos na região urbana de Selvíria, cidade minúscula as margens da Barragem de Ilha solteira, cuja cidade do mesmo nome fica do outro lado, já em São Paulo.
Seu cunho interiorano difere bastante do que conhecemos aqui em São Paulo. Sua fundação se deve a gigantesca Usina Hidrelétrica, como uma espécie de “acampamento de obra” para sua construção. A princípio Distrito de Três Lagoas, já está emancipada desde 1976.
Sua economia é bem simples, baseada na agricultura de subsistência e em serviços diversos voltados à Usina de Ilha Solteira.
Paramos para nos hidratarmos e em pouco tempo deixamos a cidade rumo a sua vizinha. As estradinhas sossegadas passavam por várias regiões pantanosas, que mostravam-se, naquele dia, como um imensos lagos salobros, com muitas pontas de árvores aparecendo.
Soubemos que passaríamos pelo Rio Pântano, nome sugestivo pois sobe e desce de nível de acordo com o tempo das águas. Paramos para algumas fotos sobre uma pontinha que. com o passar de caminhões, sua estrutura balançava assustadoramente.
Poucos quilômetros depois chegávamos em Aparecida do Taboado. Cidade singela, simples, pequena, porém simpática. Nada de atrativos como se poderia esperar, a não ser a simpatia do povo educado.
Suas ruas são bastante confusas, assim como o trânsito, mas nada que não se dê jeito a bordo de uma boa motocicleta. Antes de chegarmos a cidade fomos tão avisados sobre o Santuário de N.S. Aparecida, que não deixamos de visitar.
Realmente é uma obra grande para a localidade, porém sua propaganda ensejava mais. Ainda que imponente, poderia ser melhor localizado, em alguma colina ou altiplano talvez. Mas não, ele fica na parte baixa da cidade e não pode ser visto de longe, como acontece com quase todas as Igrejas-matriz, Brasil afora.
Contornamos o Santuário e aproveitamos para esticar as pernas. Um dedo de prosa não faltou e logo algumas pessoas vieram com seu tradicional, porém educado, “interrogatório”: De onde vem? Para que? Quando volta? O que faz? A moto corre? E coisas assim.
Sentado no banco da praça, confessamos que realmente ficamos no aguardo de alguma donzela que nos fizesse apaixonar como na música, mas nada. Nem sinal da casadoura para que pudéssemos arrebata-la no lombo de nossa motoca.
O jeito foi curtir um pouco a vida local e visitar recém conhecidos, num sítio da região, para depois seguirmos viagem. Aparecida do Taboado fica num local estratégico, geograficamente falando.
A pouquíssima distância de seu centro comercial, o imenso Rio Paraná é formado com a união do Rio Paranaíba, que vem de Minas; e do Rio Grande, que faz a divisa norte do Estado de São Paulo. A cidade contribui, nessa formação, com o líquido precioso de seu modesto riacho.
Voltamos ligeiros, mas não sem antes pararmos à beira da fronteira, de volta para São Paulo. Desta vez voltaríamos por Rubinéia e sua famosíssima ponte Rodoferroviária. Marco arquitetônico de grande expressão, na mesma ponte está conjugada a passagem de trem e veículos normais.
Cruzamos a ponte num final de tarde e em pouco tempo estávamos em Santa Fé do Sul, onde pernoitamos naquele dia, antes de retornarmos à Capital.
Santa Fé é muito linda, organizada e é tida como uma das mais belas cidades brasileiras durante a época natalina, já que seus enfeites públicos são verdadeiros cartões postais, conhecidos em todo mundo por sua beleza e originalidade.
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A saber disso, certamente o final do ano será objeto de nossa visita mais apurada. Que Santa Fé nos aguarde.
A viagem de retorno foi uma só alegria e, ao contrário de nossa vinda, quando pagamos 13 pedágios pela Marechal Rondon, não pagamos nenhum pelo trajeto de volta.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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Muito legal estes lugares que você passou, eu já fui até Shui no Uruguai, também é muito legal é sempre bom nós conhecermos novos caminhos através de vídeos e fotos que colocam na Internet, adorei seu passeio e que venham muito mais, abçs e boa sorte.
Agradecemos os elogios Ricardo Bramante. Cada viagem nossa, por mais curta e singela que seja, traz-nos uma realização ímpar, que só o motociclista que respira sua máquina pode sentir. Esperamos que continue apreciando nossas matérias no Portal D Moto.