01/07/2018
Mais uma vez rodando pelos rincões da Estrada Real, em Minas Gerais, estivemos desta feita na pequena Santa Rita de Ouro Preto, Distrito Ouro Preto que tem muita história para contar. Vamos conhecer?
Santa Rita dista 30km de Ouro Preto e aproximadamente o mesmo tanto de Ouro Branco, já que está a meio caminho de ambas. O acesso principal é feito pela MG-129, bem ao pé do “Itacolomi” e ao lado da Represa do Taboão.
São Paulo está a pouco mais de 620km de lá; o Rio de Janeiro a 400km e Belo Horizonte a pouco menos de 125km de Santa Rita.
HISTÓRIA
O Distrito é conhecido como a Capital da Pedra Sabão, minério esse utilizado desde os tempos coloniais para fabricação de ornamentos dos mais diversos, sendo a matéria prima que consagrou Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho.
Lá se concentra a maior parte dos artesãos que esculpem essa famosa pedra, arte essa que iniciou-se como alternativa a extração do ouro que não existia por ali, embora fosse abundante na circunvizinhança.
O marco da formação do lugar se deu no início dos anos 1700, com a chegada da bandeira de Martinho de Vasconcelos que buscava pepitas douradas nas margens do Ribeirão Falcão, que fica na região.
Como os bandeirantes trouxeram consigo a imagem da santa de devoção (Santa Rita de Cássia), o lugar passou a se chamar Santa Rita de Ouro Preto tão logo foi elevada a condição de Distrito de Ouro Preto, em 1938.
Como não poderia deixar de ser, a igreja de lá foi construída em pedra com reboques de barro e acabamento em madeira, tudo para abrigar a imagem trazida com os tropeiros: de madeira e feita na Itália.
A antiga igreja foi totalmente destruída em 1964 e em seu lugar está a atual, preservando, entretanto, as imagens dos santos da antiga capela.
O ARTESANATO
A real urbanização de Santa Rita começou a despontar há menos de oitenta anos, com a fabricação de panelas de pedras e produção do pó da pedra sabão excedente, essa dirigida para indústrias químicas e metalúrgicas.
O desenvolvimento dos trabalhos com a pedra sabão ganhou notoriedade a partir dos anos 70, seguindo o pó da pedra para outras utilizações tais como as massas plásticas, azulejos, tintas, pneus, etc.
Raras, porém, são as indústrias que produzem peças em série como as formas de pizzas, panelas e utensílios em geral.
Por outro lado, Santa Rita respira as artes com pedra sabão por todos os poros. É só dar uma esticadinha pelas ruas da localidade para se deparar com dezenas de ateliês a céu aberto.
Boa parte das obras de arte que enfeitarão casas humildes assim como mansões e palácios são trabalhadas no relento, rente as calçadas, quando não propriamente sobre o passeio público.
Fácil ver em frente das casas amontoados de pedras brutas, ou ainda restos descartados por outros artesãos pequenas oficinas de artes, com as quais o escultor impingirá suas habilidades, transformando-as em várias peças de artesanato que serão comercializadas em Ouro Preto e em todo o Brasil.
O mais bonito é ver que toda essas obras de artes, deixadas ao tempo e em vias públicas, lá permanecem intactas até serem retiradas pelos futuros proprietários ou comerciantes, sendo raro a subtração de algumas delas.
UM TOUR POR SANTA RITA
INCIDENTE NO MORRO
Já perceberam que quando pedimos informações aos mineiros para nos guiarmos sempre ouvimos: “é logo ali”, “é pertinho”? Em Santa Rita essa máxima não foge à regra e lá fomos nós deixar a cidade por lugar equivocado.
Como sabíamos que enfrentaríamos estrada de terra para seguirmos até Catas Altas da Noruega, cidade vizinha, nem estranhamos o caminho que estávamos seguindo.
Na subida de uma ladeira bem íngreme avistamos ao longe uma bifurcação com um poste bem no meio da pista, porém não era possível saber se entraríamos pela direita ou manteríamos o curso.
“Mamãe mandou escolher está da aqui” e seguimos em frente, dando de encontro com uma porteira fechada, o que nos obrigou parar de inopino a moto, que acabou escorregando de costas naquele asfalto novo fino como o papel.
Resultado? Antes de tomarmos mais velocidade em ré, resolvemos manobrar a moto em direção ao barranco lateral da estradinha e nos esborracharmos nele com gosto.
Moto tombada, pernas para o alto e subida forte. Pedir socorro? Como não havia ninguém a menos de 100m dali que pudesse nos ver ou ouvir, acabamos por brincadeira pedindo ajuda a um cãozinho displicente que se achegou por lá.
“Ei! Psiu! Que tal chamar seu dono para nos ajudar?” Fizemos esse gracejo com o animalzinho e continuamos pelejando para colocar a moto em pé para retira-la daquela posição incômoda, até que ela pudesse ser ligada novamente.
E não é que virando o olhar para onde acabamos de subir, vimos o cãozinho trazendo o seu dono e outros dois cachorrinhos das redondezas?
Alair era o nome do rapaz que nos ajudou a repor a moto em ordem de marcha e nos informou o caminho correto para seguirmos.
Com certeza não mais erraremos esse trajeto e tampouco esqueceremos de Santa Rita de Ouro Preto quando estivermos por aquelas bandas.
Com tudo em ordem seguimos viagem para o próximo destino, passando por lugares maravilhosos antes de sairmos de Santa Rita.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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