13/09/2018
Com o friozinho ainda rondando por aí, nada melhor que um passeio pela Serra Gaúcha para esquentar os ânimos. Neste City Tour trazemos ao leitor uma viagem pela cidade de Garibaldi.
Os gaúchos que nos perdoem, mas paulistas cresceram com a cantiga de roda que dizia assim: “Garibaldi foi a missa, a cavalo sem espora. O cavalo tropeçou, Garibaldi pulou fora…”
Então essa foi nossa primeira providencia chegando na cidade: Ver se havia alguma estátua de Garibaldi sobre um cavalo. Sim, havia.
COMO CHEGAR
Garibaldi fica a 110km de Porto Alegre e para isso o aventureiro partirá preferencialmente pela BR-116 até São Leopoldo, para depois seguir em direção de Portão, Bom Princípio e Carlos Barbosa. Pronto, chegou.
O catarinense que parta de Floripa rodará quase 520km para chegar, viajando pela BR 101 até as proximidades de Terra de Areia, quando mudará o curso para a direita, passado a rodar pela BR-453 até seu final, passando por Caxias do Sul. O percurso final, de 6km, será feito pela BR-470.
Já para o paulista de São Paulo e o paranaense de Curitiba, o caminho é o mesmo, rodando quase que exclusivamente pela BR-116, até a cidade de Caxias do Sul, dalí em diante é so fazer como descrito acima.
São 1.030km que separam Garibaldi de São Paulo, e 610km de Curitiba.
HISTÓRIA
O início da comunidade que deu origem a cidade surgiu em 1870, com o nome de Colônia Conde D´Eu, em homenagem ao marido da Princesa Isabel.
Os primeiros colonos eram prussianos que se assentaram na região com alguns portugueses já moradores, e os índios Kaingangs. Trabalhavam a troco de comida e recebiam algum dinheiro com a construção de estradas, mas o governo demorava a repassar as verbas.
Dizem que para se chegar em Conde d’Eu naquela época, a viagem poderia durar até três dias e era feita por uma estrada que muitas vezes não permitia a passagem das carroças, fazendo com que as pessoas tivessem de carregar suas bagagens, utensílios e alimentos nas costas por longos trechos.
As primeiras lutas desses colonos foram contra os animais selvagens existentes na região. Só com a derrubada da mata nativa começaram a construir as primeiras casas e a organizarem as plantações de trigo, milho, cevada, aveia e as uvas.
Em abril de 1884 a Colônia já era declarada freguesia e, finalmente, em 31/10/1900, foi emancipada, passando a se chamar Garibaldi, em homenagem a Giuseppe Garibaldi, o herói farroupilha.
Cada vez mais requisitada, a cidade recebeu muitos outros imigrantes de várias nacionalidades, em especial da Síria e da Itália. De todas as etnias europeias que deram base à formação da cidade, a italiana é a que mais predomina.
A movimentação agrícola e comercial da cidade foi intensificada com o tropeirismo. A interligação da cidade com o resto da nação trouxe todo o desenvolvimento necessário para fazer de Garibaldi um pólo inigualável no Brasil.
A cidade é conhecida, hoje, como a capital do espumante e isso por causa das grandes vinícolas instaladas por lá.
Estima-se que 80% de todo o espumante e 60% de todo o vinho fabricados no Brasil são de origem de Garibaldi, ou de sua vizinha Bento Gonçalves.
Grandes vinículas de ambas as cidades permitem visitação e até mesmo degustação do produto, que é apreciado em terras brasileiras e em todo o mundo.
Mas como nem só de vinho vive o povo, Garibaldi ostenta, ainda, o título de maior produtor de frango do Rio Grande do Sul, e segundo maior do Brasil.
A CIDADE
Chegamos em Garibaldi no crepúsculo de um dos dias mais frios do ano. O termômetro marcava 8 graus naquele momento, com previsão de temperatura negativa durante a noite e madrugada.
Chegar ao centro da cidade é intuitivo e o visitante faz esse trajeto por graciosas avenidas, com canteiros centrais abarrotados de flores multicores, que dão um toque todo especial à esses logradouros.
Nossa primeira visita foi na parte alta da cidade, junto a igreja da Ermida, consagrada a Nossa Senhora em homenagem ao refazimento do mundo pós guerra. Foi inaugurada em setembro de 1953. Lá do alto é possível ter uma vista panorâmica e privilegiada de toda a cidade.
No retorno contemplamos a mansão Mazzini, um lindíssimo e abandonado palacete em estilo renascentista italiano, construído em 1921, ao lado da casa de madeira também dos “Mazzinis”, que era usada pela família para veraneio.
Para deleite dos visitantes o centro histórico é composto de um rico casario datado desde o final do século XIX, construídos, em sua maioria, por descendentes dos primeiros imigrantes europeus estabelecidos por ali.
Assim vamos ver mansões com as assinaturas Koff, Mazzini, Chenisi, Toniazzi e tantos outros ilustres co-fundadores de Garibaldi, a maioria em excelente estado de conservação e, muitas ainda ostentando o comércio que representam desde os tempos de outrora.
Contornar com a moto os jardins da Matriz de São Pedro, descendo as graciosas alamedas que circundam a o átrio do grandioso templo, não tem preço e fizemos com o maior gosto.
Outra atração imperdível na cidade é a visitação na antiga Estação Ferroviária. No entanto, se quiser usufruir dos passeis de “Maria Fumaça” por lá é bom se informar dos horários e disponibilidades, já que os comboios partem da cidade vizinha de Carlos Barbosa, com destino a Bento Gonçalves. Garibaldi é o meio do caminho.
A Estação foi inaugurada em 1918 e a aproximadamente 40 anos tem servido exclusivamente aos passeios turísticos, conhecidos como: “Trem da Uva” ou “Trem do vinho”, em referencia a vocação principal dessas cidades.
Com todo o frio que fazia naqueles dias de inverno rigoroso, o mais indicado era mesmo nos recolhermos numa das muitas pousadas da região, guardando um passeio noturno merecido para uma das mais tradicionais pizzarias de lá, degustando a massa com uma boa taça de vinho local. Tim! Tim! e glub, glub.
VÍDEO TOUR EM GARIBALDI
Só na manhã seguinte tivemos o prazer de conhecer um pouco mais da cidade, para logo a tarde darmos continuidade em nossa viagem pela Serra Gaúcha que, como sempre, reserva-nos surpresas inimagináveis.
Mas isso é outra história à ser contada aqui. Aguardem.
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CRÉDITOS
Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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