25/06/2019
Vila Velha, no Espírito Santo, é a cidade escolhida para esta nossa edição especial do nosso City Tour. Vamos saber mais sobre ela?
COMO CHEGAR
Para quem parte do Rio de Janeiro o caminho será todo pela BR-101, numa distância de 520km.
Por sua vez, para quem partir da capital paulista o melhor trajeto será feito pela BR-116, até a cidade do Rio de Janeiro, e mais 520km como narrado acima. No total serão aproximadamente 960km de estradas.
Já para quem partir de Belo Horizonte o trajeto total terá cerca de 550km, mas à serem singrados por várias rodovias, passando por Ouro Preto, Rio Casca e Manhuaçu, no Estado de Minas Gerais; e Venda Nova do Imigrante, Mal. Floriano e Viana, já no Estado do Espírito Santo.
HISTÓRIA

Vila Velha é a irmã gêmea da cidade de Vitória, ambas fundadas no ano de 1535 pelo português Vasco Fernandes Coutinho, na confluência da foz do Rio Santa Maria junto ao mar.
Foi a primeira sede oficial (capital) da Capitania do Espírito Santo, mas logo em 1549 essa prerrogativa foi transferida para a Ilha de Santo Antonio, denominada como Vila Nova do Espírito Santo, hoje a cidade de Vitória.
É a cidade mais antiga do Estado, mantendo, ainda nos dias atuais, construções históricas datadas dos seus primeiros tempos, constituindo patrimônio cultural de inestimável valor.

Pela sua localização estratégica foi alvo de maciços ataques marítimos dos Holandeses e Franceses, bem como hostilizada pelos indígenas que viviam na região, que desejavam reconquistar suas terras.
Foi realmente por causa desses ataques que a sede principal da capitania mudou-se para a ilha em meio da baía de Vitória, já que ali estaria melhor protegida.
De qualquer maneira a história de Vila Velha não deixou muitos registros precisos para a posteridade e seu estudo demanda cuidados no exame da esparsa documentação.
A CIDADE
Vila Velha é uma grande metrópole que se ultrapassa em quase todos os sentidos a Vitória, principalmente em sua área territorial, com o mais do dobro do tamanho, e uma população que beira os 500mil habitantes, 120mil a mais que Vitória.
Embora com uma área territorial bastante extensa, a expansão populacional é barrada, como em Vitória, pelo excesso de morros da Serra do Mar, restringindo-se ao aproveitamento da região preferencialmente mais próxima ao mar.
Seu poder industrial é muito forte, com grandes empresas de todos os ramos de atividades, secundada por um centro comercial igualmente imponente, este só perdendo para a capital do Estado.
Destaca-se em seu campo industrial a fábrica de chocolates Garoto, uma das maiores e mais velhas industrias da cidade e sediada num grande complexo na região urbana, o que garante o Festival do Chocolate, disputadíssimo entre todos os amantes dessa gostosura.
O turismo não deve ter muito à reclamar, afinal, seus 32km de litoral, todo recortado por praias maravilhosas como a “da Costa”, “Itapoã” e “Itaparica, é destino certo de turistas de todo o Brasil e de muitos lugares do mundo.
CONVENTO DA PENHA
Nesta viagem tivemos a felicidade de estar na cidade exatamente nos dias da tradicional Festa da Penha, um dos três eventos religiosos mais grandiosos do país.
Depois de termos deixado Vitória pela terceira ponte, adentramos Vila Velha com intensão de subirmos até o Convento da Penha, porém, dado as festividades o acesso motorizado ao alto do morro estava restrito apenas às Vans e ao público da terceira idade.
Resultado? Não escapamos de mais uma caminhada montanha acima (parece sina).
O convento da Penha é um dos santuários mais antigos do Brasil e está fixado em pedra bruta, num penhasco a 154m de altitude e tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), desde 1943.
Sua construção teve início a partir de uma pequena ermida no morro da Penha, com a imagem de Nossa senhora, isso por volta de 1558 e sob a batuta do frei espanhol Pedro Palácios, aportado no Brasil naquele mesmo ano.
Especula-se que frei Pedro Palácios morava numa gruta que fica aos pés da ladeira do convento, onde era mantido um quadro de Nossa Senhora da Penha. A composição desapareceu três vezes e em todas as ocasiões fora encontrado no alto do morro onde está construído o convento.
O complexo tem uma área superior a 630mil m2, tomando todo o morro da Penha onde se incluem outros monumentos e atrativos: a Gruta do Frei Palácios, o Museu, a loja de alimentos, o Largo de São Francisco com sua capela e a mata ao entorno, com vista esplendorosa de toda a baía de Vitória.
Deixamos as motocicletas ao lado de um brechó perto da entrada do convento, cuja proprietária nos atendeu com bastante solicitude, guardando nossas jaquetas e capacetes já que subiríamos até o topo ziguezagueando a pé pelo íngreme caminho de acesso.
A quantidade de pessoas era muito grande, mesmo não sendo o dia oficial da festa, pois chegávamos exatamente no momento da missa campal, com várias apresentações de associações e grupos religiosos com suas bandeiras, suas roupas multicoloridas e com a fé estampada em cada rosto.
Embora nosso companheiro de jornada, o Bruno Martinelli, fosse membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, e este repórter ser Espírita Kardecista, aproveitamos muito todo aquele clima de meditação e orações, que sempre renovam as almas humanas, independentemente de seus credos e suas religiões.
Enquanto ocorriam as apresentações desses grupos subimos (isso mesmo, continuamos a subir) até a rocha maior, no topo do morro, onde estão edificados o convento e a singular Igreja de Nossa Senhora da Penha, que leva muito da arquitetura espanhola de seu fundador.
Antes de chegarmos propriamente na igreja passamos por várias antessalas ligadas aos ofícios do convento, sem deixarmos de visitar “a janela mais bonita” do Estado do Espírito Santo, com uma visão panorâmica encantadora, principalmente sob a luz intensa do sol.
Visitando a Igreja da Penha nos surpreendemos com suas características sui generis, já que redecorada a partir do ano de 1910, perdendo um pouco de seu rococó original, mas ornamentada com peças de 19 tipos de mármores diferentes, segundo informações oficiais.
No átrio naturalmente escuro, apesar da luz que entrava pelas janelas, podemos contemplar as pinturas de Benedito Calixto, retratando os momentos mais sublimes de Frei Palácios frente a cidade de Vila Velha.

Dentre as quatro obras de arte pintadas pelo artista entre os anos de 1926 e 1927, destacam-se: “A chegada do Frei Palácios ao Brasil” e “A gruta” onde o frei teria vivido. As outras duas obras retratam um milagre acontecido na cidade e a visão que os holandeses tiveram ao ver o convento.
Apesar da riqueza cultural de todas as obras ali expostas, a população podia livremente transitar entre as várias salas do convento, na igreja, no átrio e nas sacadas laterais, sem qualquer tipo de constrangimento de segurança ou algo do gênero, mostrando um público respeitador e imbuídos no cultivo das melhores virtudes que podemos ter: a bondade.Ficamos um bom tempo nessa fascinante contemplação, não só do convento e seus departamentos, mas mirando exaustivamente toda a baía de Vitória, o mar, os portos, as montanhas, os navios ancorados, os prédios das duas cidades e muito mais.
VEJA UM POUCO DA FESTA
A tarde já ia chegando e deixamos o Convento bem antes do início da missa, programada para o momento do crepúsculo, a qual pudemos vislumbrar ao longe, quando voltamos no fim do dia para Vitória, transitando pela terceira ponte.
TOUR POR VILA VELHA
Como estávamos ainda com o auxílio do Bruno Martinelli, do Motoclube AMM que nos deu todo o suporte necessário para esta viagem, o resto da tarde aproveitamos para almoçar e conhecer um pouco da cidade de Vila Velha, com seu mar de edifícios e ruas movimentadíssimas.
Foi numa dessas ruas que conhecemos Andréa, uma bela e sorridente motofilmadora que desfilava na sua pequena motocicleta com nada menos que duas câmeras de ação em seu capacete. Note: com as duas viradas para a mesma direção.
Seguimos contornando as ruas relativamente estreitas para uma cidade do porte de Vila Velha e logo estávamos na orla da Praia de Itaparica, realmente de impressionante beleza.
Foi aí que paramos para o tardio almoço do dia, que ficou mesmo no lanche e na água de coco, afinal, a contemplação do lugar se fazia irresistível.
De Itaparica seguimos pela orla marítima da cidade com rumo ao norte, passando então pela também bela Praia de Itapoã e, em seguida, pelas praias da Costa e das Sereias em direção do Farol Santa Luzia.
A ideia era subirmos ainda naquele dia ao Morro do Moreno, mas os derradeiros raios de sol já se tinham ido e não era prudente subirmos naquela hora ao topo para uma melhor visão da baía de Vitória por aquele ângulo.
TOUR PELA CIDADE
Assim, demos por encerrada nossa visita em Vila Velha, aguardando o passeio que faríamos no dia seguinte na vizinha cidade de Guarapari, ao sul de Vila Velha.
Mas essa será outra história à ser contada em breve. Aguardem.
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Texto e Edição: Marcos Duarte
Fotos e vídeos: Marcos Duarte
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Agradecimentos especiais ao Motoclube AMM